Embora o grupo do governador tente negar campanha coordenada para evitar a vitória da oposição nas eleições de novembro – prática criada por eles mesmos a partir de 2012 – a própria lista de candidatos mostra que há, sim, uma relação, ainda que tácita, entre os diversos nomes da base
Flávio Dino com três dos candidatos de sua base; há outros que gostariam de estar nessa imagem; e ainda outros que preferem pagar de “independentes‘
O deputado estadual Wellington do Curso, que disputa as eleições pelo PSDB, voltou a tratar, nesta terça-feira, 28, do tal “consórcio de candidatos da base do governo Flávio Dino” para impedir a vitória da oposição em São Luís.
Wellington tem legitimidade para falar do assunto por que sofreu com este consórcio também nas eleições de 2016. (Releia aqui, aqui e aqui)
Mas, afinal, o que é o tal consórcio de candidatos de Flávio Dino?!?
O blog Marco Aurélio D’Eça já tratou do assunto, no início de julho, no post “Como é e como funciona o consórcio de candidatos de Flávio Dino…”
Dos 13 pré-candidatos já postos na disputa na capital maranhense, pelo menos oito têm algum tipo de relação política, empresarial ou empregatícia com o governo comunista.
Podem ser incluídos perfeitamente nesta lista os pré-candidatos Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Duarte Júnior (republicanos), Neto Evangelista (DEM), Bira do Pindaré (PSB), Carlos Madeira (Solidariedade), Dr. Yglésio (Pros), Jeisael Marx (Rede) e Detinha (PL).
Cada um cumpre função específica, alguns com maior ou menor grau de relação com governo e também de importância, diante das chances que apresentam na disputa.
Neste organograma tácito, Rubens Júnior, Duarte Júnior, Carlos Madeira e Neto evangelista – não necessariamente nesta ordem – são os que detém as maiores expectativas do governo de um segundo turno com Eduardo Braide (Podemos).
E a candidatura de Wellington incomoda tanto este consórcio exatamente por que o tucano está no meio deles, como risco de tirá-los da disputa com Braide.
Bira do Pindaré e Carlos Madeira correm por fora, reunindo apoios significativos na base do governo, mas se mantendo distante do grupo principal.
Dr. Yglésio, Detinha e Jeisael Marx estão na disputa com postura mais independente, mas n~]ao deixam de ter suas ligações com o Palácio os Leões.
Ednaldo Neves foi o primeiro “laranja” dos consórcios de Flávio Dino; e obteve grande ascensão na burocracia do grupo pelas missões cumpridas na campanha de 2012
Na semana passada, diante das evidências de uma coordenação “icloud” entre as várias candidaturas governistas, o presidente do PCdoB, Márcio Jerry, que acaba de assumir o comando da campanha de Rubens Júnior, veio a público para negar, mais uma vez, a existência do consórcio.
Mas suas declarações apenas reforçaram a ideia de “pelotões amigos” nos diversos grupamentos palacianos.
– O fato de ter vários candidatos de partidos que integram a base do governador Flávio Dino só confirma o quanto ele vem oxigenando e renovando a política em nossa capital. Sem coronelismo, oportunidades democráticas para todos – ponderou o comunista.
A ideia de consórcio de candidatos surgiu exatamente com a ascensão política de Flávio Dino e seu grupo.
E já vem desde as eleições municipais de 2012, quando surgiram as primeiras candidaturas agrupadas em um mesmo objetivo, coordenadas pelo próprio Márcio Jerry – incluindo o papel do laranja. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)
De lá para cá, a fórmula vem apenas sendo aperfeiçoada.
Mas parece dar sinais de esgotamento em 2020…
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