As revoltas de Eduardo Braide…

Prefeito que declarou em vídeo não ter nenhum tipo de relacionamento com o próprio irmão, também não se relaciona com a Câmara Municipal, com a classe política, com a imprensa e com jornalistas; e já chegou a negar o próprio pai, durante investigação de escândalo de corrupção em Anajatuba

 

O prefeito de São Luís não se relaciona com ninguém e hostiliza até a própria família em nome da política

Ensaio

Ao afirmar em coletiva de imprensa, após conversa com delegados da SEIC, que o carro em nome da mãe do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), não é usado apenas pelo irmão do prefeito, “mas por toda a família Braide”, os advogados de Tonho Braide jogaram luz sobre um estranho comportamento do gestor.

  • em 2016, no auge do escândalo da “máfia de Anajatuba”, Braide chegou a declarar não ter relação com o próprio pai, Carlos Braide;
  • ele também não fala com a grande maioria dos vereadores, desde o início do mandato, e não se relaciona com a Câmara Municipal;
  • não tem qualquer tipo de relacionamento com a maior parte da imprensa e dos jornalistas; e não tem sequer secretário para a área de comunicação;
  • o prefeito de São Luís não tem qualquer tipo de relação com a classe política e com partidos, nem se relaciona lideranças políticas.

Este blog Marco Aurélio d’Eça já tratou desse comportamento de Eduardo Braide em pelo menos dois posts, em momentos distintos da vida política maranhense:

1 – em 1º de novembro de 2023, em texto mais complacente, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o post “Um Braide da classe política; um Braide da população”.

Há dois Eduardos Braide governando São Luís, um na visão da classe política e outro na visão popular, nas comunidades, nos grandes centros, em todos os setores sociais da cidade”, analisava o post.

2 – em 14 de maio de 2024, já percebendo mais claramente a nocividade político-social da postura do prefeito, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o post “Eduardo Braide paga o preço do desprezo pela Comunicação…”.  

Eduardo Braide não dá a mínima para a imprensa, tem pouca relação com emissoras de rádio e TV, despreza e desdenha de jornalistas, e vê com forte animosidade blogueiros e digitais influencer’s”, revelava o texto.

O escândalo do “Carro do Milhão”, só estourou no final de julho, quando o prefeito de São Luís começou a viver o seu pior momento no cargo, o que foi analisado por este blog Marco Aurélio d’Eça no post “Eduardo Braide está só…”. Foi quando o prefeito revelou também não se relacionar com o próprio irmão Tonho Braide.

Eduardo Braide pode escolher suas amizades, se relacionar com quiser e manter ou não distância da família, é um direito seu; mas este comportamento, quando se generaliza, leva naturalmente a uma pergunta:

Será que todo mundo está errado e só ele é que está certo?!?

Eduardo Braide está só…

Isolamento político, desprezo pela comunicação e pela imprensa, arrogância com partidos políticos, aliados ou adversários, dificuldade de relacionamento com a própria família foram apostas pessoais do próprio prefeito de São Luís, que estão cobrando um alto preço no momento mais difícil de sua trajetória política

 

Eduardo Braide escolheu seguir sozinho; agora paga o preço deste isolamento político e midiático

Editorial 

Qual liderança estadual saiu em defesa do prefeito Eduardo Braide (PSD) nesta crise envolvendo o escândalo do carro do milhão? Que deputado federal ressaltou suas qualidades? quantos deputados estaduais o defenderam na Assembleia Legislativa?!? Quantos vereadores estão dispostos a quebrar lanças por ele?!?

O prefeito de São Luís está só! Absolutamente só, em seu momento mais difícil da carreira política.

Mas isto tudo é resultado de uma escolha dele próprio. Foi Braide quem quis se isolar de todo mundo; nunca quis aliados políticos, nunca deu importância à imprensa, pouco ligou para as estruturas partidárias.

Este blog Marco Aurélio d’Eça vem analisando desde 2021 esta postura política do prefeito; em 11 de novembro de 2023, mostrou que ele agia de um jeito com a classe política, mas nadava de braçada com a população, no post “Um Braide da classe política, um Braide da população…”.

Mais tarde, já às vésperas da campanha, em maio de 2024, o blog Marco Aurélio d’Eça mostrou que ele começava a sucumbir ao isolamento, no post “Braide paga o preço do desprezo pela Comunicação…”.

Eduardo Braide ainda tem todas as condições de vencer as eleições, até mesmo em primeiro turno.

Mas nenhum analista, mesmo os aliados, será capaz de negar o estrago que o escândalo do Carro do Milhão está fazendo em sua imagem.

E ainda tem muita coisa para aparecer…

No fundo, no fundo, Flávio Dino foi expurgado da Política…

Em nove meses de Ministério da Justiça – achando que Brasília era o Maranhão – ministro chegou a um nível de desgaste que tornava inviável sua convivência com os pares do governo ou mesmo com os pares do Congresso Nacional, o que tornou contados os seus dias na pasta; para evitar ainda maior desgaste pessoal e político, a solução do presidente Lula foi mandá-lo para o STF, no maior estilo “cair pra cima”

 

Autointitulado “super-herói” em Brasília, Flávio Dino foi criando antipatias que inviabilizaram sua permanência no núcleo de poder político

Ensaio

O ainda ministro da Justiça Flávio Dino tinha os dias contados no Ministério da Justiça.

Desgastado no governo e na classe política, ele próprio tornou insustentável sua permanência na pasta, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitava demiti-lo para não desmoralizar publicamente um aliado.

A solução foi mandá-lo para o Supremo Tribunal Federal.

Ex-deputado federal, ex-governador e atual senador pelo Maranhão, Dino sempre foi um corpo estranho na política, embora tenha exercido tal prática ao longo de sua carreira acadêmica e judiciária.

No Maranhão se impôs pelo medo, como sentenciou por diversas vezes este blog Marco Aurélio d’Eça. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e também aqui)

Flávio Dino sempre foi mais temido que amado entre aliados e adversários.

Construiu esta imagem no Maranhão por que tinha o controle absoluto das instituições; tentou fazer o mesmo em Brasília e construiu uma rede de adversários que vão de bolsonaristas a petistas, passando por membros do próprio Congresso Nacional e do governo Lula.

Este blog Marco Aurélio d’Eça já alertava sobre isso, em setembro, no post “Flávio Dino cada vez mais inviabilizado em Brasília…”.

Era gente do peso do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, do líder do governo no Senado, Jaques Wagner – ambos do PT da Bahia – e do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL); foi, aliás, as operações policiais contra aliados de Lira em Alagoas e, mais recentemente, no Maranhão, a gota d’água para sua sentença no Ministério da Justiça.

O blog Marco Aurélio d’Eça contou esta história ainda em junho, no post “Arthur Lira, a pedra no sapato de Flávio Dino…”.

Há pelo menos um mês Lula percebeu que não tinha mais como sustentar a permanência de Flávio Dino no Ministério da Justiça, mas era preciso afastá-lo sem jogá-lo aos leões no Congresso Nacional e na imprensa.

Juntou-se o útil ao agradável.

Adoentado, pressionado pela família que não suporta o dia-dia da confusão política da capital federal, e sem apoio político no Ministério, recorreu aos aliados no STF para convencerem Lula a dar a ele a vaga de Rosa Weber no Supremo.  

Flávio Dino foi expurgado da vida política; ou “cuspido”, como preferiu usar o deputado estadual Dr. Yglésio Moyses (ainda no PSB), seu ex-aliado e hoje um dos principais desafetos no Maranhão.

O indicado de Lula para a vaga no STF recebeu felicitações e parabenizações até de gente que nunca lhe trocou palavras, mas por trás da festa pela sua indicação está outra, pelo livramento da política maranhense.

A festa é tão intensa no íntimo da classe política – apesar de contida publicamente – que Dino deverá ter muitos votos até de bolsonaristas, que esperam vê-lo longe das lides políticas pelos próximos 20 anos.

Flávio Dino foi buscado do Judiciário para a Política em 2006, quando inventaram sua candidatura a deputado federal.

E agora a Política devolve Flávio Dino para o mesmo Judiciário.

É simples assim…

Qual o impacto da saída de Flávio Dino da política?!?

No Supremo Tribunal Federal, ministro não poderá fazer qualquer tipo de manifestação fora das questões judiciais, participar de reuniões partidárias, eleitorais pedir votos ou fazer campanhas – nem mesmo em bastidores de articulações – o que influenciará diretamente as eleições municipais de 2024 e as estaduais de 2026 no Maranhão

 

Aliados com postos políticos mais altos, Brandão, Weverton e Eliziane terão que seguir caminho próprio sem a influência política de Flávio Dino

Análise da notícia

O deputado federal Duarte Júnior (PSB) tinha uma razão para forçar a barra pelo apoio do governador Carlos Brandão (PSB) naquele evento do dia 27 de outubro, em que criou toda uma situação para ser apresentado com “!candidato da base” à prefeitura de São Luís.

Ele precisava garantir a presença de Brandão em sua campanha antes da definição a ida do ministro da Justiça Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal; e o pior: Brandão prometeu mesmo envolver-se no evento, mas na hora H declarou que “não era o momento”.

Duarte Júnior deixado à própria sorte em uma base eleitoral hostil e com um governador que mostra absoluta má-vontade pelo seu nome é só um dos efeitos da indicação de Flávio Dino para o STF.

Como membro da Corte Suprema brasileira – se for aprovado no Senado – Dino não poderá ter filiação partidária, participar de reuniões políticas, gravar programas eleitorais, envolver-se partidárias, pedir votos ou declarar apoio a qualquer candidato, sob pena de ser cassado pelo mesmo Senado.

Essa restrição torna a classe política maranhense totalmente igual, como definiu o senador Weverton Rocha (PDT), no post deste blog Marco Aurélio d’Eça intitulado “Todos no mesmo patamar”.

Há diversos políticos no Maranhão cuja carreira é vinculada diretamente a Flávio Dino.

O vice-governador Felipe Camarão (PT), as senadoras Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PSB), os deputados federais Márcio Jerry, Duarte Júnior e Rubens Júnior (PT), os estaduais Carlos Lula, Rodrigo Lago, Leandro Bello (Podemos) e Júlio Mendonça, são alguns dos mais conhecidos.

É claro que toda essa turma tem condições de se virar sozinha e buscar a reeleição ou voos mais altos, tanto em 2024 quanto em 2026; mas o fato de não poder mais contar com a voz forte e impositiva do padrinho acarretará dificuldades.

O governador Carlos Brandão também se desobriga politicamente em relação a Flávio Dino, que vinha articulando a unificação da base partidária que lhe dá apoio, como foi revelado por este blog Marco Aurélio d’Eça no post “O projeto hegemõnico de Flávio Dino para 2024 e 2026.

O vice-governador Felipe Camarão tem como trunfo o fato de assumir o mandato em 2026, mas apenas na hipótese de Brandão decidir concorrer ao Senado; mas Brandão pode, também, decidir permanecer no governo até o fim do mandato e escolher outro nome para concorrer ao governo.

No lado de Brandão, fortalecem-se a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) e o próprio prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), que tem aliados fortes no governo buscando um entendimento entre ele e o governador.

Mas esta é uma outra história…

“Todo mundo no mesmo patamar”, disse Weverton sobre saída de Flávio Dino da Política…

Ainda em setembro, quando este blog Marco Aurélio d’Eça começava a ter sinais de que o ministro da Justiça queria mesmo ir para o STF, o senador  do PDT foi alcançado com uma pergunta sobre o futuro da política maranhense; e respondeu com uma expressão popular que aponta para todos iguais entre as lideranças no Maranhão

 

Weverton vê novos rumos políticos no Maranhão com a indicação de Dino por Lula para o STF

No dia 1º de outubro, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o post “Órfãos de Dino ainda insistem que ele ficará no governo Lula…”.

Àquelas alturas, apenas os mais próximos aliados na política, no judiciário e na imprensa –  muitos dos quais dependem absolutamente do ainda ministro da Justiça para se manter em evidência – ainda desdenhavam das afirmações dando conta da ida dele para o Supremo Tribunal Federal, na vaga da ministra aposentada Rosa Weber.

Na classe política, no entanto, o clima já era de renovação.

Bem antes da grita do dinistas, este blog Marco Aurélio d’Eça alcançou o senador Weverton Rocha, em um início de tarde de setembro, com uma pergunta sobre o futuro da política no Maranhão com a ida de Dino para o STF.

O senador  respondeu com uma expressão que quer dizer “todo mundo igual” ou “todo mundo no mesmo patamar”.

Há três semanas, este blog Marco Aurélio d’Eça trouxe o post “A impressionante torcida da classe política maranhense por Dino no STF…”; o texto mostrou a expectativa por “livrar a política” do atual ministro da Justiça.

– Uma política sem Flávio Dino – pelo menos diretamente na ativa – pensam os torcedores, deixaria o ambiente de poder mais leve, menos sectário e beligerante – analisou o blog, à época.

Obviamente que os órfãos de Dino já haviam plantado matéria com outro viés, no portal O Antagonista: “Nem amigos de Dino querem Dino no STF”.

– Um terceiro motivo diz respeito ao próprio futuro político de Dino. Para os amigos do ex-governador maranhense, o ministro da Justiça é visto como sucessor natural de Lula em 2030, desbancando nomes do PT como o atual ministro da Economia, Fernando Haddad – foi um dos argumentos apresentados na matéria do portal brasiliense.

Mas o fato é que este blog Marco Aurélio d’Eça sempre teve razão e Flávio Dino vai mesmo para o STF; e o jogo político recomeça no Maranhão, com todos no mesmo nível de liderança, como externou Weverton Rocha.

Cada buscando ocupar seu espaço…

Candidatos erram ao tentar se impor de cima para baixo…

Eduardo Braide fica sozinho com o vereador Daniel Oliveira no Coroadinho; Dr. Yglésio posa em Brasília com Bolsonaro, mas ainda não tem os bolsonaristas, e Duarte Jr. faz esforço pra fotografar com Lula; e todos esquecem o povo, que vem sendo visitado diariamente – e unicamente – pelo pedetista Fábio Câmara

 

O mosaico mostra Braide quase sem povo no Coroadinho, Duarte com Lula e Yglésio com Bolsonaro; e Fábio Câmara continua suas reuniões com populares

Ensaio

A semana terminou com mais uma tentativa de alguns dos pré-candidatos a prefeito de se impor de cima para baixo, posando com poderosos de Brasília e de São Luís, ignorando a vontade popular, que ainda não se manifestou.

A exceção é o ex-vereador e pré-candidato do PDT Fábio Câmara, que desde o início de sua pré-campanha, busca a base, primeiro a militância do partido; agora o povo mais simples das comunidades da zona rural e da periferia.

Durante a semana, o deputado estadual Dr. Yglésio (ainda no PSB) fez um esforço importante e conseguiu posar ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indicando um importante apoio;mas Yglésio ainda não conseguiu convencer os bolsonaristas de que é o nome do segmento para a prefeitura.

Incomodado com Yglésio, Duarte nem voltou a São Luís na quinta-feira, 23, num esforço para fotografar ao lado do presidente Lula (PT). Conseguiu na noite daquele dia, levado pelo colega de bancada Márcio Jerry (PCdoB).

O prefeito Eduardo Braide (PSD) até que mantém um link direto com a população, mas errou ao ir com o vereador de Daniel Oliveira (PL) ao Coroadinho – área de pouca influência do parlamentar – sem combinar com o povo; ficou falando praticamente sozinho.

Entre os candidatos a prefeito com melhores posições político-partidárias, o ex-vereador Fábio Câmara (PDT) se destaca ao trabalhar de baixo pra cima, consolidando sua posição como candidato do povo.

Essa estratégia, que ele vem usando desde quando lançou-se à disputa, já deu a ele forte presença nas pesquisas e um quarto lugar na manifestação espontânea do eleitor, segundo levantamento do Instituto Três.

Como se vê, há uma clara divergência entre o que quer a classe política e o que espera o povo de São Luís.

E a voz do povo é a voz de Deus…

A impressionante torcida da classe política por Flávio Dino no STF

De senadores a vereadores, passando por secretários, ex-parlamentares, prefeitos e militantes políticos, todos entendem que a ida do ministro da Justiça para a Corte Suprema é um livramento para o jogo de poder no Maranhão

 

A torcida de políticos maranhenses pela ida de Flávio Dino para o STF expõe o tamanho da antipatia da classe política por ele

Ensaio

Qualquer político, militante político ou simpatizante da política no Maranhão que não esteja no entorno do ministro da Justiça Flávio Dino quer vê-lo no Supremo Tribunal Federal; e a explicação é óbvia.

– Precisamos livrar a política desse cara!!!

Uma política sem Flávio Dino – pelo menos diretamente na ativa – pensam os torcedores, deixaria o ambiente de poder mais leve, menos sectário e beligerante.

Mesmo com forte desgaste político em Brasília, o nome do ministro da Justiça está entre os cotados para a vaga da ministra Rosa Weber no STF, mas há quem tente impedi-lo.

O PT, por exemplo, que a vaga para o advogado Jorge Messias; os bolsonaristas também trabalham para impedir a indicação de Flávio Dino.

Todos esses cotnrários deveriam ouvir a voz rouca dos maranhenses…

Um Eduardo Braide da classe política; outro Eduardo Braide da população…

Adversários e jornalistas de política não compreendem um fenômeno que envolve o perfil do prefeito de São Luís e questionam sua popularidade. Mas o fato é que ele faz um bom governo, o povo é assistido pela sua gestão, muita obra na cidade, tanto na área nobre quanto na periferia e zona rural; e quem é pesquisado é o povo, não a classe política e os jornalistas, ambos com interesses contrariados

 

Pouco se lixando para partidos e políticos, Braide mantém a relação direta com a população e mantém popularidade em alta conta

Editorial

A mais recente pesquisa sobre a sucessão em São Luís – do Instituto Luneta – trouxe, mais uma vez, uma altíssima popularidade do prefeito Eduardo Braide (PSD); e mais uma vez esses índices geraram forte insatisfação na classe política e no jornalismo político maranhense.

A razão é simples: a classe política tem interesses contrariados pelo prefeito, que dá de ombros para partidos, ignora lideranças e pouco se importa com alianças políticas; e a visão dos jornalistas que vivem o ambiente político é muito focada apenas na análise dessa classe política.

Mas o fato é que Eduardo Braide faz um bom governo, o povo é assistido pela sua gestão, muita obra na cidade, tanto na área nobre quanto na periferia e zona rural.

E quando há uma pesquisa, quem responde é o povo, não a classe política ou os jornalistas.

Há dois Eduardos Braide governando São Luís, um na visão da classe política e outro na visão popular, nas comunidades, nos grandes centros, em todos os setores sociais da cidade.

Nenhum político, aliado ou adversário do prefeito, nega que ele seja de difícil relacionamento: pouco integrado ao debate, distante de grupos e partidos, alheio às articulações e negociações por cargos e poder.

É com essa visão que a classe política enxerga o prefeito.

E a partir desta visão torce para que ele se dê mal com a população, não aceita que ele apareça bem posicionado; da mesma forma, os jornalistas que cobrem a política de São Luís – igualmente contrariados – tendem a repetir o discurso de torcida pelo fracasso da gestão.

Por outro lado, quem está de fora, observando a gestão pelos seus próprios olhos, vê um Eduardo Braide com realizações do Calhau à Forquilha, do Olho d’Água à Zona Rural; obras nas principais avenidas, reformas, melhorias e construção de escolas, trabalhos de drenagem na periferia.

A classe política vai continuar torcendo o nariz para os números de Eduardo Braide, e a imprensa continuará mais torcendo que analisando.

E quando ambos perceberem, a eleição já passou, Braide passeou e o povo fez a sua escolha.

Simples assim…

“Órfãos” de Dino ainda insistem que ele ficará no governo Lula…

Mesmo com o nome dele já sacramentado para o Supremo Tribunal Federal – aguardando apenas o anúncio oficial – lideranças políticas que têm a carreira vinculada diretamente ao poder do ministro da Justiça insistem que ele é “imprescindível para Lula” e que “o presidente não abrirá mão da sua experiência e capacidade no ministério” 

 

Duarte Júnior e Márcio Jerry são dois dos políticos maranhenses cujas carreiras estão vinculadas diretamente à ascensão de Flávio Dino ao poder

Ensaio

O nome do ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) foi confirmado para o Supremo Tribunal Federal há pelo menos duas semanas, quando ele se reuniu com o presidente Lula para reclamar do fogo amigo que vinha recebendo do PT; desde então, sob orientação de Lula, passou a refazer pontes com aliados e adversários para garantir a aprovação de sua indicação no Senado.

Mas no Maranhão, lideranças políticas, servidores públicos e setores da imprensa que têm a carreira vinculada diretamente ao poder do ex-governador maranhense ainda insistem no discurso de que ele continuará no ministério de Lula.

– Flávio é imprescindível para Lula, o próprio presidente já afirmou – dizem alguns desses “órfãos” do poder do ministro.

– O presidente não vai abrir mão da capacidade e da competência de Dino no governo – apontam outros.

Não há dúvida de que a ascensão de Flávio Dino ao poder, a partir de 2006 como deputado federal – e, sobretudo, a partir de 2014, quando assumiu o governo – abriu caminho para toda uma geração de políticos que não teriam outra oportunidade.

Este blog Marco Aurélio d’Eça já tratou deste assunto em dois momentos: em 2015, falou desta ascensão de novos líderes políticos no post “Lideranças em ascensão…”;

Já em fevereiro de 2022, o assunto volta ao blog no post “Eleições devem consolidar transição de gerações no poder no Maranhão…”.

A saída de Flávio Dino da política repercute diretamente na carreira política e profissional de diversas pessoas no Maranhão, de deputados federais e estaduais a vereadores, passando por prefeitos, jornalistas, empresários e funcionários públicos.

Como ministro do STF, o ex-governador não poderá ter filiação partidária, nem pedir votos, nem participar de reuniões políticas, muito menos articular alianças ou apoios a este ou aquele candidato, em qualquer nível; se o fizer, pode sofrer impeachment no Senado.

Sem ele no front da batalha política, muitos perderão força eleitoral e podem caminhar para o ostracismo nos próximos anos.

Além disso, os espaços de poder político no estado serão rearrumados, com ascensão de alguns e queda de outros que se viam promissores.

Talvez por isso, haja tanto órfão político do ainda ministro da Justiça torcendo para que ele não vá para o Supremo.

Afinal, há muito em jogo na política nos próximos anos…

Roberto Rocha: “tecnologia está mudando o Maranhão na marra”…

Ex-senador avalia que apesar do colonialismo da classe política, da economia essencialmente estatal do estado e da exclusão social – que leva também à exclusão digital –  o poder do voto tende a estar mais nas mãos do eleitor, graças à internet, o que, em sua avaliação, será bem mais evidente em 2026

 

Um dos mais lúcidos políticos do Maranhão, Roberto Rocha vê momento importante de mudança de mentalidade no eleitor maranhense

Análise de conjuntura

O ex-senador Roberto Rocha fez ao blog Marco Aurélio d’Eça uma contundente explanação do momento político do Maranhão e avalia que o perfil do eleitor está mudando a cada eleição, ainda que sem nenhuma contribuição da própria classe política.

– A tecnologia está mudando o Maranhão na marra; a eleição passada já mostrou que não é mais como antes, basta ver a minha votação e a do Lahésio – disse, ele, referindo-se ao candidato do PSC ao Governo do Estado, que alcançou o segundo lugar, mesmo sem referências políticas estaduais.

Rocha lembra que nunca na história do Maranhão um candidato a senador, disputando com todas as forças políticas estaduais – e ainda enfrentando um drama familiar – teve 1,3 milhão de votos. 

– E quando um candidato a governador sem nenhum prefeito, sem dinheiro, sem grupo, sem nada, ganha de um candidato no cargo de senador, com metade dos prefeitos e a campanha mais cara da história ? – perguntou o ex-senador, referindo-se à campanha do senador  Weverton Rocha (PDT), que terminou em terceiro lugar.

Rocha concorda com a reflexão do blog Marco Aurélio d’Eça, retratada nos posts “O silêncio da oposição maranhense…” e “Sem oposição não há democracia…”, mas ressalta que, embora no momento isto não fique evidente, “historicamente o Maranhão tem dois lados”.

– E será assim em 2026. Com uma diferença maior: o poder do voto estará muito mais na mão do eleitor, porque o processo que estamos vivendo de migração do poder do voto da mão do político para a mão do eleitor estará muito mais avançado – entende o ex-parlamentar.

Para Roberto Rocha, a evolução deste processo de conscientização do eleitor a partir das redes sociais e da internet tem a tendência de dar um salto entre 2022 e 2026; segundo ele, o que já aconteceu no centro sul e nas regiões mais desenvolvidas do país, vai se estender para quase todo Maranhão.

– Gostaria que esse processo fosse mais rápido no nosso estado, mas a pobreza, a exclusão social dificulta. Quanto menor a inclusão social, menor a inclusão digital – ponderou.

Em luto desde antes do fim do processo eleitoral de 2022, com a morte do filho caçula, Rocha passou o primeiro semestre completamente mergulhado.

– Agora que estou colocando a cabeça de fora. É muito difícil perder um filho amado. Nenhum pai deveria ver o filho morrer – desabafa.

Em Brasília na maior parte do seu tempo, o ex-senador pretende retomar sua agenda política no Maranhão.

– Vou iniciar em agosto um podcast – anuncia…