Sem planejamento, sem auxílio de corpo técnico preparado e sem apoio de prefeitos, governador protagoniza confusão generalizada no lockdown, com rodízio de carros sem regras, números divergentes, circulação de pessoas a esmo e até punição de policial cumprindo o que ele deveria ter definido em documento
Editorial
O lockdown judicial decretado na Grande São Luís criou, em uma semana, confusão generalizada atingindo, inclusive, dados técnicos do próprio Governo do Estado, que deveria ter o controle de todos os aspectos da pandemia.
A punição a um policial militar, na manhã desta sexta-feira, 8 – depois de abordar passageiros em um ônibus – foi o epicentro de uma série de desencontros gerados pelas próprias ações do governo e das prefeituras.
O sargento PM foi punido pelo Comando Geral e afastado das ações por cobrar que cidadãos circulassem apenas em posse de declarações de que atuam em serviços essenciais. (Veja vídeo abaixo)
Mas não foi exatamente isto que o decreto do lockdown estabeleceu?
Embora sem regulamentação que deveria ser feita pelo próprio governo, policial militar tenta fazer cumprir a regra do lockdown determinado pela Justiça
Além da crise com o PM, o blog Marco Aurélio D’Eça teve acesso a números do Sindicatos das Empresas e Transporte Coletivo que mostram circulação de pessoas nos ônibus – entre segunda e quinta-feira – muito, mas muito maior do que o divulgado pela Prefeitura de São Luís. (Veja print)
No mesmo dia, Flávio Dino vai à TV para anunciar um rodízio de carros a partir de segunda-feira, 11, mas não diz como se dará a fiscalização ou que tipo de punição terá o motorista que desrespeitar a determinação.
Para completar, as prefeituras começam a divulgar seus próprios boletins da coVID-19, preocupados com o avanço da doença no interior. E o resultado são números absolutamente divergentes daqueles já divulgados pela Secretaria de Saúde. (Compare aqui)
Não há dúvidas de que o governador Flávio Dino começou muito bem a gestão da pandemia de coronavírus, e o blog Marco Aurélio D’Eça reconheceu isto em seus posts, como se pode ler aqui.
Mas bastou que o colapso se avizinhasse e o caos no sistema se apresentasse – juntamente com pressão de hospitais, empresários e sindicatos de profissionais de saúde – para que o governador demonstrasse a perda total do controle da crise.
E em meio a tudo isso, a coVID-19 avança a passos largos no estado…