Categoria profissional fez o que todos têm vontade, mas não têm coragem, e trouxe o cidadão brasileiro a refletir sobre a importância de sua participação política
Editorial
Há milhares de categorias na classe trabalhadora brasileira.
Nenhuma, até hoje, teve tanta coragem quanto a dos caminhoneiros.
Esses pais e mães de família, que deram a cara a tapa, aceitaram ficar ao relento, sob sol e chuva, comendo mal e vivendo em condições sanitárias desprezíveis conseguiram parar o país para chamar a atenção para uma situação que afeta a todos.
Ninguém teve a coragem de gritar. Nem os médicos, tão ciosos em seus apitaços nas ruas, pedindo o “Fora Dilma”; nem as donas de casa, com suas panelas nas janelas.
E os jornalistas?!? Impressionante a leniência dos jornalistas com o estado de coisas.
Esta classe tão combativa, tão corajosa nos tempos da faculdade é incapaz de dar sua opinião nos temas mais comuns.
Aliás, houve jornalista interpelado por caminhoneiros que simplesmente estabeleceram: “não posso dar opinião”.
Mas os caminhoneiros foram para as ruas, foram gritar.
Depois de tudo é fácil bater palmas, é fácil mostrar simpatia em shows ou em telas de celular.
É fácil até mesmo escrever este texto.
Mas são os caminhoneiros que deram a cara a tapa.
Viva os caminhoneiros…