Postura do candidato a prefeito de São Luís tem sido adotada também por candidatos de grandes centros, que derrotaram governadores, senadores e deputados no primeiro turno e evitam colar imagem à de caciques tradicionais da política
Cinco dias depois de encerrado o primeiro turno das eleições em São Luís – com a surpreendente chegada do deputado estadual Eduardo Braide (PMN) ao segundo turno – muita gente da política e da imprensa ainda se espanta com a postura do candidato, que tem dado de ombros à busca por alianças com caciques tradicionais.
Mas Eduardo não é o único a adotar esta nova ordem política no país.
O candidato do PMN sabe que, ao chegar ao segundo turno derrotou, de uma só vez, o governador,ex-ministros, pelo menos dois senadores, além de deputados federais e estaduais, que, de forma direta ou indireta, atuaram fortemente no primeiro turno.
Natural que, agora, Eduardo busque apoios na nova ordem política, com lideranças emergentes e sem vínculos com a velha política, a exemplo da vereadora Rose Sales (PMB), primeira a declarar apoio a ele e se engajar na campanha.
Mas o exemplo de Eduardo Braide não é único no país.
Em Belo Horizonte, após sua chegada ao segundo turno – também surpreendente – o candidato do PHS, Alexandre Kalil, descartou qualquer busca de apoio para o embate com o tucano João Leite.
– Eu não tenho cacique e não quero cacique nenhum. Não quis no primeiro turno e não quero no segundo, no terceiro ou no quarto turno – respondeu Kalil, logo na primeira entrevista após o resultado de domingo, 2. (Leia aqui a matéria completa)
Só para efeito de comparação, Alexandre Kalil derrotou, de uma só vez, em BH o governador Fernando Pimentel (PT), o prefeito Márcio Lacerda (PSB) e os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia (ambos do PSDB), que tinham seus próprios candidatos no primeiro turno.
A postura de Kalil e de Braide pode chocar a classe política tradicional, mas encanta o povo, que espera do gestor – mais do que conchavos ou loteamentos de cargos na prefeitura – ações de resultados efetivos.
E um exemplo oposto é o próprio prefeito Edivaldo Júnior (PDT), adversário de Eduardo Braide em São Luís.
Eleito em 2012 com apoio de dezenas de partidos, Edivaldo acabou por lotear a prefeitura entre parceiros. E nem assim resolveu os problemas da cidade nos quatro anos de gestão.
Agora, o mesmo Edivaldo reúne nada menos que 15 partidos em sua coligação, e outros tantos caciques políticos a referendar-lhe a candidatura.
E cada um vai querer um pedaço da prefeitura…