Festejos com foco nas atrações genuínas da cultura maranhense movimentam milhares de pessoas nos dois terreiros tradicionais, mesmo diante da forçação de barra de setores do governo e da Prefeitura de São Luís de criar um festival tipo “peão de boiadeiro”, que até agrada o grosso da juventude desmiolada do Tiktok, mas não favorece a posição do Maranhão no cenário nacional
Opinião
O arraial da Assembleia Legislativa, que se encerrou neste domingo, 23, e o Arraial do Ipem, que fica até o final do período junino, já mostraram por si só que o São João do Maranhão deve ser mesmo este caldo de manifestações culturais autênticas; os dois terreiros juninos são referências de público e crítica, focados no que o Maranhão tem de melhor no São João.
- organizado pelo Governo do Estado, o Ipem leva bumba-boi, tambor de crioula, quadrilhas, dança portuguesa, Cacuriá e outras manifestações maranhenses;
- no da Assembleia, organizado pelo Poder Legislativo, o foco também são os bois, em todos os seus sotaques e as outras atrações folclóricas desta época.
E o resultado dos dois espaços é uma explosão de colorido, gentes, sabores e beberes que encantam o país inteiro.
Neste aspecto, é preciso fazer justiça ao Grupo Mirante; principal sistema midiático do Maranhão, este grupo focou sua cobertura nas atrações autênticas do Maranhão, e levou para as telas da Rede Globo, sempre que possível, o que há de melhor em bumba-meu-boi, Cacuriá, tambor de crioula e a culinária típica característica.
O Maranhão tem tudo para ser o maior “São João do mundo”, como prega o governador Carlos Brnadão (PSB), mas só será se focar em suas tradições juninas. Forró, é coisa da Paraíba; Maranhão é bem mais que isso.
Felizmente, o “São João do Villamix” inventado por empresas especializadas em shows não agradou a crítica e muito menos o público, apesar da lotação com a juventude desmiolada do Tiktok, consumidora deste tipo de produto, que nada tem a ver com o São João do Maranhão.
São Luís ainda terá, pelo menos, mais uma semana de festa junina – sem falar na prorrogação do mês de julho.
É mais uma oportunidade para mostrar ao Brasil a cultura junina autêntica do Maranhão em todos os seus aspectos.
Seguindo o exemplo do Ipem e da Assembleia, o país saberá qual é o maior “São João do mundo”.
Pelo menos no aspecto cultural diversificado e único…