Partidos tentam devolver o posto ao presidente afastado Ednaldo Rodrigues com sucessivas ações no Supremo Tribunal Federal, que envolvem do PCdoB ao PSD; já o governador do Pará, Helder Barbalho, do MDB, foi acuado pelo presidente da federação paulista de tentar interferir em favor do maranhense Fernando Sarney
Há uma clara movimentação política envolvendo o comando do futebol brasileiro e a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF); pelo menos dois partidos políticos, o PSD e o PCdoB, já acionaram o Supremo Tribunal Federal tentando devolver o cargo ao presidente afastado Ednaldo Rodrigues.
Rodrigues foi afastado em 7 de dezembro – juntamente com toda a sua diretoria – por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro; o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva José Perdiz assumiu o posto com a missão de convocar eleições em 30 dias, o que deve ocorrer até 25 de janeiro.
No meio da disputa, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, que pretende substituir Rodrigues, cria um clima claramente pró-paulista, acusando o governador do Pará, Helder Barbalho, que é do MDB, de tentar favorecer uma eventual candidatura do maranhense Fernando Sarney.
Fernando é membro da diretoria que foi afastada, mas não tem relações políticas com Ednaldo Rodrigues, defendido pelo PCdoB, que chegou a indicar auxiliares para o então presidente; quem também já se lançou candidato foi o ex-presidente do próprio STJD, Flávio Zveiter.
Nenhum dos últimos cinco presidentes da CBF conseguiu concluir o mandato, seja por afastamento ou mesmo banimento do futebol.
No meio da batalha campal na entidade que rege o futebol brasileiro, o ministro do Esporte André Fufuca mostra preocupação, sobretudo diante da ameaça da Fifa e da Conmebol de banir a Seleção Brasileira e os clubes das competições internacionais se houver nova eleição na CBF.
– Espero que o consenso sobre essa questão seja alcançado o mais rápido possível para que o esporte brasileiro não sofra qualquer consequência adversa – comentou o ministro maranhense.