Prefeito de São Luís enfrentou Governo e Assembleia Legislativa, rompeu com a Câmara Municipal, ignorou partidos, deu de ombros à imprensa e alcançou votação popular sem precedentes em sua reeleição
A vitória acachapante do prefeito Eduardo Braide (PSD) neste domingo, 6, é um novo caso de estudo na Ciência Política.
Ao se reeleger com quase 70% dos votos, ele botou classe política, partidos e imprensa no bolso; derrotou não apenas os sete adversários, mas também a Câmara Municipal, o Palácio dos Leões e a Assembleia Legislativa.
- o Palácio dos Leões aceitou ser derrotado ao impor uma candidatura de Duarte Jr. (PSB) que se mostrou estagnada desde 2020;
- a Câmara acaba derrotada pela votação expressiva de candidatos declaradamente vinculados a Braide, como Douglas Pinto;
- a classe política sai perdida por achar que, sozinho, Eduardo Braide não teria condições de se movimentar no jogo político.
Mas, o que se desenha na política a partir desta vitória do prefeito?
Os analistas políticos – outros derrotados pelo prefeito, incluindo este blog Marco Aurélio d’Eça – apontam que a grande dificuldade de Braide é a falta de grupo.
- mas para quê ele precisaria agora de um grupo?”, perguntaria-se
- para disputar o Governo do Estado, em 2026″, diriam os mais teimosos.
O próprio Braide já descartou concorrer ao Governo do Maranhão em 2026
Em conversas com este blog Marco Aurélio d’Eça, seu irmão, o deputado estadual Fernando Braide sempre diz que Braide ajustou a prefeitura, tem a máquina na mão, e não iria arriscar trocar por um governo extremamente desorganizado e endividado.
Pode ser que o prefeito pense assim, mas sua votação em São Luís e a força política mostrada por ele garantem-lhe cacife para, pelo menos, influenciar o jogo estadual de daqui a dois anos; a menos, que prefira esperar 2030.
Mas para isso, precisaria ficar dois anos fora do poder…