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“Tivemos apoio, sim, da Prefeitura de Ribamar”, diz presidente da Tatuapé…

Revelação de Eduardo dos Santos põe em xeque declarações do prefeito Luis Fernando Silva, que garantiu não ter gasto nada com o enredo em homenagem ao Maranhão, campeão do carnaval de São Paulo

 

PARCERIA. Eduardo Santos comemorando o título: que tipo de apoio teve de Ribamar?

O presidente da Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé, Eduardo dos Santos, revelou em entrevista nacional que recebeu apoio de empresas maranhenses e da Prefeitura de São José de Ribamar.

– Tivemos apoio sim de algumas empresas e da prefeitura de São José do Ribamar – revelou Eduardo, à Folha de São Paulo. (Leia aqui)

A revelação pode trazer complicações para o prefeito Luis Fernando Silva, que negou ter dado dinheiro para a homenagem ao Maranhão, vencedora do carnaval de São Paulo.

Em nota da assessoria já após o título, o prefeito disse que a contrapartida da prefeitura foi a divulgação da escola, sem deixar claro a forma e os custos desta “divulgação”. (Veja aqui)

0800. Luis Fernando, às vésperas do carnaval anunciando uma homenagem de última hora; segundo ele, de graça

Estranhezas

Na verdade, a relação de Luis Fernando com a Acadêmicos do Tatuapé – anunciada às pressas, às vésperas do carnaval – está marcada por estranhezas.

O enredo da escola em homenagem ao Maranhão foi apresentado ainda em fevereiro de 2017; na época, especulou-se em pelo menos R$ 1 milhão o apoio do governo Flávio Dino (PCdoB), o que foi negado pelo seu lugar-tenente Márcio Jerry. (Relembre aqui)

Passado um ano, já em janeiro de 2018, a Prefeitura de Ribamar fez divulgação de que a Tatuapé iria homenagear a cidade – embora nenhuma mudança no enredo indicasse essa homenagem – apressando-se em negar que tenha dado dinheiro à escola. (Saiba mais aqui)

A revelação de Eduardo dos Santos cria um embaraço ao prefeito Luis Fernando.

E pode levá-lo às barras da Justiça…

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Uma homenagem que ninguém viu…

Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé, em São Paulo, falou do Maranhão, mas a fraca repercussão do desfile, na madrugada de sábado, deixou para o maranhense apenas a conta da festa, que ninguém assume que pagou

 

Um dos carros alegóricos da Tatuapé: Maranhão passou batido

A “homenagem” da Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé, em São Paulo, na madrugada de sexta para sábado, foi uma festa que ninguém viu.

Até a homenagem da Mocidade Alegre à cantora Alcione – que também destacou aspectos do Maranhão – teve maior repercussão que a Tatuapé.

Pior ainda foi a Prefeitura de São José de Ribamar pagar propaganda em TVs e blogs para tentar vender que a homenagem era à cidade, não ao Maranhão. (Relembre aqui e aqui)

A pouca repercussão do desfile, o horário da transmissão e o pouco interesse no carnaval paulista deixaram para o maranhense apenas a conta.

Embora todos garantam que foi de graça…

Estranha homenagem…

Samba Enredo e roteiro da Escola de Samba Unidos do Tatuapé não citam uma única vez a cidade de São José de Ribamar, cujo prefeito anuncia que será destacada no carnaval paulista

 

Ensaio da Tatuapé com a homenagem ao Maranhão… Ao Maranhão, não a Ribamar

Em 2011, a então governadora Roseana Sarney (MDB) foi duramente criticada pela oposição ao anunciar homenagem da escola de samba Beija Flor, do Rio de Janeiro, ao Maranhão.

Mas Roseana Fez tudo às claras, divulgando orçamento e mostrando o impacto positivo da homenagem no turismo maranhense.

Sete anos depois, outra escola de samba, desta feita a Unidos do Tatuapé,de São Paulo, também fará homenagem ao Maranhão. Mas o caminho para que essa “homenagem” ocorresse é que tem sido cercado por estranhas questões.

Em primeiro lugar, a Tatuapé anunciou a homenagem ao Maranhão em fevereiro de 2017, logo após o Carnaval vencido por ela em São Paulo. Na época, blogs revelaram que o enredo seria pago pelo Governo do Estado. A repercussão negativa – e a inevitável comparação com a crítica que o próprio Dino fez sete anos antes – acabou levando o governo comunista a negar que fosse patrocinar o Carnaval da escola paulista.

Até porque havia muitas coincidências em jogo: a madrinha da escola é a sambista Leci Brandão, do mesmo partido de Flávio Dino, que vem ganhando dinheiro ano após ano como cantora no Réveillon patrocinado pelo comunista. Além dela, o carnavalesco da Tatuapé é um maranhense também vinculado ao partido de Dino.

Com a negativa de Dino, a escola de São Paulo – já com enredo, samba e todo o roteiro pronto – foi orientado a procurar o prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT). Evangélico, Edivaldo também negou apoio à escola, sobretudo pelo fato de que o samba, já pronto, não contemplava a capital maranhense.

Luis Fernando na entrevista em que falou da ‘homenagem” que sequer cita sua cidade

Mas eis que, às vésperas do Carnaval, o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB) – outro aliado de Flávio Dino – anunciou, ele próprio, que a Tatuapé iria homenagear a cidade balneária com o enredo sobre o Maranhão.

Luis Fernando apressou-se em garantir que nenhum custo teve a “homenagem” para a prefeitura.

O problema é que o samba que irá ser cantado neste fim de semana, não tem uma palavra sequer que remeta a São José de Ribamar.

Trata-se do mesmo samba oferecido primeiro ao governo, depois à Prefeitura de São Luís.

Sem tirar nem por…

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão

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“Sem chance”, diz Márcio Jerry sobre patrocínio a escola de samba de São Paulo…

Secretário de Articulação Política e homem forte do governo Flávio Dino descarta informação de que a homenagem da escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé ao Maranhão tenha recursos maranhenses

 

MARANHÃO
Logo do enredo de 2018 da escola paulista

– Patrocínio para escola de samba de São Paulo? Sem chance!

Foi assim que o secretário de Articulação Política do governo Flávio Dino, jornalista Márcio Jerry (ambos do PCdoB) comentou, exatamente às 00h27 de quarta-feira, após ler a coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão.

A escola de samba em questão é a Acadêmicos do Tatuapé, campeã do carnaval paulista de 2017 e que já anuncia em seu site o enredo para 2018: “Maranhão: os tambores vão ecoar na terra da encantaria”

A negativa de Márcio Jerry tem uma razão de ser: a escola que vai homenagear o Maranhão tem como madrinha a sambista Leci Brandão, filiada ao PCdoB e com fortes ligações com o governo Flávio Dino..

mas se o lugar-tenente de Flávio Dino nega…