Mostra o blog de Itevaldo Júnior que um juiz do Paraná desmarcou uma audiência por que um trabalhador rural compareceu de chinelos. De acordo com a matéria, o juiz considerou a conduta “incompatível com a dignidade do Judiciário”.
O mesmo blog revela que outro juiz, doRio de Janeiro, acionou a Justiça para exigir que um porteiro do seu prédio o tratasse pelo título de “doutor”.
No Maranhão, tais atitudes soariam ainda mais ridículas do que já soaram nos locais de origem.
Que conduta fere mais a dignidade do Judiciário: a de um trabalhador que vai ao forum sem sapatos ou a de um juiz, com sapatos de grife, que concede liminares na calada da nolite usando a manipulação do vernáculo para justificar seus atos?
Seriam “doutores” os juízes que pedem vistas de processos – sobretudo em causas eleitorais e cíveis – apenas para forçar um acordo de bastidores com uma das partes?
Os operadores do Direito – com suas honrosas, mas raríssimas, mínimas exceções – se semtem como membros de castas.
Por isso agem como se acima do bem e do mal estivessem.
Arrogantes, acham que não devem satisfação e usam do poder para ameaçar e humilhar – e até extorquir.
Afinal, o que seria “a dignidade do Poder Judiciário” levantada pelo juiz paranaense?
Onde se poderia vê-la no Maranhão?