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A tragédia nossa de cada ano

Por Eliane Catanhêde, da Folha de S. Paulo

Entra prefeito, sai prefeito; entra governador, sai governador; entra presidente, sai presidente e todo ano começa com tragédias ditas naturais, mas que, de naturais, têm só uma parte. O resto é descaso do setor público.

Quem liga a TV no Ano Novo e no Carnaval sabe que vai encontrar shows de fogos e desfiles de escolas cada vez mais espetaculares e sabe também que vai passar janeiro e fevereiro assistindo imagens horripilantes de enxurradas, deslizamentos, casas e bens destruídos, vidas que não serão mais vividas.

Faz parte desse ritual vasculhar os orçamentos públicos para identificar responsáveis: o governo federal? O estadual? Sem esquecer que há sempre quem culpe as próprias vítimas, essas descuidadas que moram em barracos e/ou barrancos.

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Estudantes farão passeata pela paz na Avenida Litorânea…

Está programada para o final da tarde de hoje uma passeata dos estudantes da escola Reino Infantil, onde estudava Ubiraci Silva Nascimento Filho, assassinado no trânsito por Rodrigo Araújo, na noite do último sábado.

Ubiraci estava com a tia, Solange Maria Cruz Coelho, no canteiro da avenida, quando ambos foram atingidos pelo Corolla de Rodrigo, a mais de 120 quilômetros por hora.

O assassino pagou fiança de R$ 6 mil e já está em casa – ou nas ruas, pronto para outra.

O atropelador: livre, leve e solto

Os estudantes do Reino Infantil vão protestar contra a impunidade no trânsito e pedir aos motoristas que tenham mais paciência ao circular pela orla.

Já circula na intenet um vídeo que mostra os momentos de agonia da mulher após o atropelamento – que este blog se recusa a chamar de acidente.

A passeata pela paz no trânsito está prevista par as 18 horas…

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Bafômetro não pode ser só pra pobre…

Corolla de Rodrigo Araújo: mais um assassino à solta...

Tudo indica ter havido uma decisão política – e velada – da Polícia Militar no uso de bafômetros nas blitzen de São Luís.

Os PMs, cansados de abordar filhinhos-de-papai altamente tochados – que depois eram liberados, por “ordens superioes”, sem sequer ter registrada a ocorrência – decidiram suspender este tipo de operação.

Afinal, não é justo que o Chico da Esquina ou o filho de João da Padaria sejam expostos por que beberam e dirigiram, enquanto filhinhas-dondocas de político, pseudo-empresários do dinheiro público, ou filhos de papai-do-Judiciário nem precisem passar pelo constrangimento de soprar um bafômetro.

Há vários casos envolvendo estes “filhos da burguesia ludovicense” – muitos deles, inclusive, já envolvidos em mortes no trânsito. Do alto de sua arrogância, se sentem até ofendidos quando abordados, entupidos de cachaça, em uma blitz policial.

Bafômetros entregues à PM ainda no mês de agosto

Patricinhas da alta burguesia política, empresários que vêem os carros como helicopteros prontos para voar – e muitos cachaceiros que vivem na cola dos endinheirados, cometendo os mesmos crimes por que se acham protegidos pela amizade com o poder.

O resultado é a “greve” policial no uso do bafômetros – até justa, por sinal – como forma de protesto ao abuso dos playboys e periguetes das altas rodas, que têm as instituições como patrimônio pessoal.

E infelizmente, as mortes vão se multiplicando.

Dia após dia…

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E a Lei Seca???

Carro do atropelador Rodrigo Araújo: e por azar o assassino nada sofre...

Do blog de Jorge Aragão

Essa é a pergunta que precisa ser feita para as nossas autoridades. Não se pode mais admitir que a cada dia, lemos, ouvimos ou vemos notícias com mortes no trânsito do Maranhão envolvendo condutores marginais dirigindo embriagados e matando pessoas inocentes.

No último sábado na Avenida Litorânea, o condutor de um veículo Corola de cor prata, placa HPT 2549 de São Luís-MA, identificado como Rodrigo Araújo Lima de 22 anos, morador do Vinhais, atropelou e matou duas pessoas identificadas como Solange Maria Cruz Coelho, de 42 anos, e Ubiraci Silva Nascimento Filho, de 13 anos.

Rodrigo estaria embriagado, mas infelizmente esse caso é apenas mais um na contabilidade das mortes no trânsito provocada por imprudência e irresponsabilidade no Maranhão. Continue lendo aqui…

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Classe política destaca qualidades de Luciano Moreira…

Desde as primeiras horas da manhã de hoje a classe política maranhense passa pela Assembléia Legislativa, para as últimas homenagens ao deputado federal Luciano Moreira (PMDB).

Na opinião geral, uma perda inestimável para o Maranhão.

Em condolências ao correligionário, o presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), cancelou toda a programação do Arraial do Gedema, que funciona no pátio do Palácio Manoel Beckman.

– Luciano representava a modernidade na política. Aliava competência técnica à experiência e serenidade, pontos fundamentais a um político. O Maranhão se ressente desta perda – disse o parlamentar.

Um dos primeiros a chegar na Assembléia foi o secretário de Saúde, Ricardo Murad, que conviveu com Luciano Moreira durante vários anos.

– A gente custa a aceitar que um homem como Luciano possa ter nos deixado – lamentou Murad, para quem o deputado foi uma referência política do estado.

Luciano Moreira foi secretário no Maranhão por vários anos, mas estava há apenas quatro meses no mandato de deputado federal.

– Ele mostrava muita empolgação com o mandato. Estava sempre atuando em todos os espaços da Câmara. E não deixava de visitar suas bases – contou o também deputado federal Pedro Fernandes (PTB), atualmente na Secretaria de Cidades.

O deputado peemedebista morreu quando voltava de Barreirinhas, após proferir palestra em um encontro do Ministério Público. Com ele, deveria estar também o colega Gastão Vieira (PMDB).

– É impressionante! Na noite anterior ficamos juntos até quase meia-noite. Disse a ele que não iria a Barreirinhas, uma viagem de carro perigosa. Ele me dise que precisava ir, pois estava no primeiro mandato. Isso não pode ter acontecido! – emocionou-se Vieira.

Amiga pessoal e entusiasta da carreira parlamentar de Luciano Moreira, a governadora Roseana Sarney (PMDB) cancelou todos os compromissos agendados para ontem e decretou luto oficial de três dias no Maranhão.

Luciano Moreira sera sepultado às 16 horas, no Cemitério Jardim da Paz…

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A classe política e o risco da vida na estrada…

Luciano Moreira perdeu a vida na estrada

Em menos de dois meses, três representantes da classe política maranhense envolveram-se em acidentes graves nas estradas do Maranhão – um deles morreu, ontem: o deputado federal Luciano Moreira (PMDB).

Os outros dois – senador Edison Lobão Filho (PMDB) e o ex-prefeito e ex-senador Magno Bacelar (PV) – conseguiram escapar com vida.

Os três acidentes revelam traços de uma  soma de fatores perigosos.

A correria da vida pública para atender a inúmeros compromissos em longínquas localidades, somada ao cansaço natural de quem dirige por horas a fio, e à incompreensível mania dos políticos de viajar sem cinto de segurança, leva quase sempre a tragédias nas estradas.

Em pelo menos um dos casos já está confirmada a ausência do cinto. Luciano Moreira foi o único dos três ocupantes de sua caminhonete que sacou do veículo na estrada de Morros, ontem à noite.

Um dos carros envolvidos no acidentge de Edinho Lobão

Cruzar as estradas maranhenses de carro é uma rotina para políticos. Rotina estafante e perigosa.

O deputado federal e atual secretário de Cidades, Pedro Fernandes (PTB), certa vez comentou ao titular do blog o cansaço de ter que passar a semana em Brasília para, nos fins de semana, se desdobrar em compromissos nas bases políticas.

O próprio Luciano Moreira só não ficou ontem em Barrerinhas por que precisava voltar a São Luís, já que tinha compromisso hoje cedo na cidade de Viana, no outro lado do estado.

Geralmente são muitas localidades a serem visitadas em um único final de semana. Em época de eleições, a correria triplica de tamanho.

Ontem, o deputado César Pires (DEM) informava, em conversa com jornalistas, que participaria de casamentos e formaturas no interior do estado – viagens feitas de carro – neste sábado e domingo.

Neste estilo de vida, as estradas maranhenses já levaram muitos prefeitos, deputados e vereadores; centenas de vidas perdidas entre ferragens de automóveis.

Numa rotina que, infelizmente, não tem como parar…