Guerra fratricida entre candidatos do mesmo campo político, falta de planejamento das campanhas e um intenso uso da máquina da prefeitura e do governo, em todos os aspectos, fizeram o prefeito renascer de uma gestão medíocre para praticamente vencer a eleição em 1º turno
Edivaldo: de morto e enterrado a herói do povo ludovicense
É quase uma unanimidade entre analistas políticos, população e formadores de opinião: a gestão do prefeito Edivaldo Júnior (PDT) em São Luís foi péssima, medíocre, incapaz de resolver os problemas históricos da cidade.
Mesmo assim, ele pode ser reeleito em primeiro turno no dia 2 de outubro.
Como explicar o paradoxo?
Uma conjunção de erros, falta de planejamento e arrogância dos seus adversários – combinado com um uso da máquina pública em proporções nunca vistas – levaram Holandinha da condição de pária a herói do povo ludovicense.
Os erros começaram com a deputada Eliziane Gama (PPS).
Candidata a prefeita desde o fim das eleições de 2012, a deputada federal era a favorita para ser eleita agora, mas não planejou em nenhum aspecto a sua campanha. Negligenciou todos os fatores que formam um bom palanque – partido, mídia, estrutura, aliados… – e acabou esvaziando-se ao longo do período eleitoral.
Eliziane e Wellington: de aliado a adversários fratricidas
A candidatura do próprio Wellington do Curso (PP) é fruto de um erro de Eliziane.
Até abril de 2016, Wellington era membro do PPS e aliado destacado de Eliziane na Assembleia Legislativa. A falta de articulação da deputada com sua base levou o parlamentar a deixar a legenda e abrir uma nova frente de interesse na disputa municipal.
Saído de uma hora para outra como candidato, Wellington atraiu o PSB não por seus belos olhos, mas por pura falta de opção do partido do senador Roberto Rocha, que se ressentiu com Eliziane e perdeu espaço no grupo que controla Edivaldo Júnior (PDT).
Combinado com o erro da principal adversária, Edivaldo foi literalmente ao mercado, em busca de apoios, atraindo o maior número possível de partidos em troca de cargos e outras benesses.
Obras como esta, iniciada no Coroado, tentam comprar consciências às vésperas da eleição
Aliado a isso, teve o derrame histórico de dinheiro por parte do governo, para que o prefeito pudesse jogar o entorpecente asfalto na periferia de São Luís, comprando votos com obra de última hora.
A compra continuou na mídia, com a montagem de uma poderosa rede de comunicação, capaz de qualquer coisa para garantir a vitória do prefeito.
E deu no que deu.
Todo este conjunto de fatores somado à omissão do Ministério Público Eleitoral e à leniência da Justiça, fizeram um prefeito morto, derrotado e rejeitado ressuscitar para manter-se no poder por mais quatro anos.
E é isso que se desenha aos olhos do povo…
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