A classe médica resolveu se juntar às revoltas e protestos populares que surgiram ainda esse ano como o movimento Vem Pra Rua.
Em sua maioria estudantes (quiçá todos), protestavam contra a vinda de médicos cubanos ao Brasil pelo programa Mais Médicos do governo federal. A medida provisória que oficializará o programa será votada ainda em novembro deste ano.
Além disso, criticam o aumento de mais 2 anos no curso de medicina. Vale lembrar que estes dois anos seriam de residência remunerada entre 3 e 8 mil reais.
Deixando de lado as reivindicações, uma coisa que chama a atenção é o fato de apenas o setor médico apoiar as manifestações.
Nenhuma outra classe, ao contrário do que se via em outros protestos, mostra interesse em apoiar médicos e estudantes.
Até porque ainda não ficou claro se estes protestam por melhorias no sistema público de saúde (protestassem antes por isso) ou é apenas corporativismo e medo da concorrência.
Além disso, o que se vê no restante da sociedade é um olhar enviesado a estes médicos, pois o descontentamento da população com este setor – tanto público quanto privado – é geral.
Tendo em vista a situação ocorrida com o colega jornalista Jorge Aragão.
Este mesmo olhar enviesado parte de dentro da classe médica também. Alguns médicos já declararam que não vêem nada mais do que pura rebeldia sem causa
A população pode até não ter exatidão do porquê, mas sente que do jeito que está, a formação em medicina deve ser mais humana, já que lidam prioritariamente com seres humanos.
E, para a sociedade, mais 2 anos (remunerados) não fará mal nessa construção humana da profissão. Muito menos mais médicos, ainda que estrangeiros, possam ir aonde alguns médicos preferem não ficar.
A causa médica é uma causa completamente isolada e depende só dela mesma para obter sucesso.
Pois ninguém de fora até o momento deu crédito a nenhuma das reivindicações. Não há força o suficiente.
O que pode dar como certa a aprovação da MP em novembro.
Com redação de Aline Alencar
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