Ao tentar explicar ao blog de Diego Emir, Cláudio Guimarães diz que a decisão tomada em reunião na quinta-feira fala apenas de festas privadas em áreas públicas, o que desmente o próprio documento divulgado
Guimarães: “todos” são “todos”
Após a polêmica da decisão autoritária de proibir festas de carnaval em bairro de São Luís – à exceção do eixo-Centro/Madre Deus – o promotor Cláudio Guimarães tentou se explicar ao blog de Diego Emir.
– O carnaval de rua conforme deliberado, ele não está proibido, muito pelo contrário, os órgãos de segurança querem que o carnaval de rua tradicional seja restabelecido. Que volte a ser como era antes com suas charangas, blocos de sujo etc – afirmou Guimarães. (Leia mai aqui)
Não é o que diz o documento assinado por ele mesmo e por diversas outras autoridades públicas, após reunião na última quinta-feira, 19.
Lá, a proibição a todos as festas fora do eixo está cristalino, no item 1 das “deliberações” tomadas:
-Todos os eventos de pré-carnaval a serem realizados na Comarca de São Luís em área pública deverão ocorrer exclusivamente em área do Centro Histórico, Madre Deus e Aterro do Bacanga, sendo absolutamente proibido o fechamento das acima referidas áreas públicas com a finalidade de cobrança de entrada.
Perceba que o documento – ao contrário do que diz Cláudio Guimarães – refere-se a todos os eventos de pré-carnaval, e não apenas aos privados.
Em outras palavras, nenhuma outra comunidade de São Luís pode fazer festas pré-carnavalesca – paga ou não – em área pública, exatamente como já havia dito este blog. (Releia aqui)
Aliás, para as festas em áreas privadas – “bares, restaurantes, lanchonetes, conveniências, lava jatos e etc…” – o documento “delibera” que só podem ocorrer das “16 horas às 22 horas”.
E alegria corre solta nos bairros de São Luís, como tem que ser, sem imposições ou amarguras
Na entrevista a Diego Emir, o promotor de Justiça faz, inclusive, uma ameaça clara aos que pretendam fazer este tipo de festa:
– Na hora que for responder por homicídio, o governador tá protegido por foro privilegiado e os licenciadores não, então via de regra a corda só arrebenta para o lado mais fraco. Então tenham bom senso, porque vocês licenciarem um evento nessas condições é um tanto arriscado.
O promotor precisa, portanto, estabelecer uma conexão entre o seu discurso público e o que está no documento, independente do efeito prático que as “deliberações” produzam.
Até por que, na visão do próprio governador Flávio Dino (PCdoB), “Carnaval tem que ser na cidade toda“. (Entenda aqui)
Simples assim…
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