Visto como um técnico de competência inquestionável até por adversários, o chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva, começa a se destacar também na seara política.
Na entrevista à rádio Mirante AM, ontem, ele exibiu todo o conhecimento das nuances de poder ao tratar, especificamente, das eleições de 2014.
O secretário vê, por exemplo, uma vitória maiúscula do seu grupo nas eleições municipais, com a eleição de 173 prefeitos da base do governo e vários outros que, mesmo eleitos por partidos de oposição, mantêm boa relação com o governo Roseana Sarney (PMDB).
– O resultado das eleições para o nosso grupo foi altamente positivo. Dos partidos que compõem a base aliada do nosso grupo, 173 foram eleitos. E há alguns prefeitos eleitos – como é o caso de Sebastião Madeira (PSDB), um parceiro importante, que não é da base aliada, mas que tem sua administração aliada ao governo – que contabilizamos como importante para o nosso grupo. Se somarmos situação como estas, teremos 181 municípios onde, a partir de janeiro, serão aliados de alguma forma ao grupo que está no comando do Estado. Isso significa que dos 217 municípios, em 181 teremos a ação do governo facilitada nessas cidades. E, a partir dessa relação, obviamente, poderemos ter alguma aliança política em 2014.
Luís Fernando também não acredita na hipótese de ruptura do grupo. Para ele, o exemplo de José Reinaldo Tavares, que se afastou depois de eleito – o que resultou na derrota em 2006 – não pode ser usado como referência para 2014.
– O caso que o Maranhão tomou conhecimento é um caso de ruptura anterior ao processo; o grupo se uniu, elegeu o governador, e depois de eleito rompeu. E aí, é claro que, na eleição seguinte, o grupo já não era o mesmo. Mas hoje não há nem um foco de dissidência dentro do grupo que possa comprometer a sua unidade em 2014. Aqueles que acham que o grupo terá mais de um candidato, podem ter a certeza que só teremos um. E, além disso, quem achar que pode ser candidato e for preterido não vai assumir postura dissidente. Pelo contrário, vai apoiar quem for escolhido. Isso sempre aconteceu e em 2014 não vai ser diferente.
O chefe da Casa Civil, e principal representante da governadora Roseana Sarney, também encerrou a polêmica em torno do suposto conselho político, que reprecutiu fortemente na semana passada. “Não existe esse conselho político”, garantiu ele. Neste aspecto, Luís Fernando acenou, inclusive, para o ministro Gastão Vieira, tido como autor da especulação em torno do conselho.
– Não ouvi do deputado Gastão nem uma afirmação e nem uma citação na imprensa de que ele tenha se referido a esse conselho político. O Gastão é um grande amigo, um grande deputado, um grande ministro, um grande técnico. Minha amizade com ele remonta a muitos anos, nunca ouvi o Gastão dizer isso. Li na imprensa essa notícia do conselho político, da definição de um nome e depois de alguns dias a própria mídia atribuindo a ele essa afirmação. Mas ele nunca me disse isso. Eu tive na semana passada uma conversa longa com ele, de tarde inteira, e este assunto nem veio à tona. Mas, objetivamente, não existe conselho político, ele nunca foi instituído.
E por fim, apontou os caminhos para a vitória nas eleições de 2014, considerando precoce qualquer discussão sobre candidatura agora – exatamente como já havia apontado este blog.
– Estamos todos voltados para que o governo do estado possa, efetivamente, ajudar os municípios a saírem da situação em que se encontram. Melhorar o Estado do Maranhão é um desafio que só se vence quando melhoramos os municípios. E a grande preocupação nossa no momento é implantar esse programa Viva Maranhão, do BNDES, articulando com os municípios, alavancando o crescimento econômico nos municípios, reduzindo a pobreza e efetivando as melhorias que eles precisam nas áreas da saúde, educação, infraestrutura. Portanto, falar em eleição 2014 agora não agrega nada no sentido de melhorarmos a performance do governo e de torná-lo ainda mais eficiente e colaborativo com os municípios. Trazendo essa pauta de 2014 para agora, estaremos prejudicando essas iniciativas.
Esta é uma pequena porção do Luís Fernando político.
Que começa a se mostrar além do técnico…