Encurralada, OAB-MA decide fazer nova eleição de desembargador

Dois dias depois de garantir que não houve irregularidades no pleito da última segunda-feira, 24, presidente da seccional maranhense, Kaio Saraiva, anunciou novo pleito, o que confirma as denúncias do advogado Márcio Almeida

 

Kaio Saraiva preferiu não enfrentar as denúncia na Justiça e fará nova eleição entre advogados

A OAB-MA vai realizar nova eleição para escolher os 12 advogados que concorrerão à vaga de desembargador do Tribunal de Justiça.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 28, pelo próprio presidente da seccional, Kaio Saraiva, em entrevista à TV Mirante.

Na terça-feira, 25, Saraiva já havia garantido à mesma Mirante não ter havido nenhuma irregularidade no pleito  que definiu 12 nomes entre os advogados, realizado na segunda-feira, 24.

Ocorre que, apenas um dia depois, o juiz  André Coutinho da Fonseca Fernandes atendeu pedido do advogado Márcio Almeida com elenco de várias irregularidades.

Entre enfrentar as denúncias na Justiça e refazer a eleição, a OAB optou pelo novo pleito.

Segundo Saraiva, a nova eleição deve ocorrer no dia 15 de maio.

Com a decisão, a OAB-MA poderá enfrentar novas ações, caso algum dos 12 nomes escolhidos na primeira eleição fique de fora da segunda lista.

Mas esta é uma outra história…

Decisão judicial zera o jogo para escolha de desembargador na OAB-MA

Suspensão do processo eleitoral que já havia definido os 12 escolhidos para serem sabatinada no Conselho de Ordem abre caminho para um novo pleito, no qual todos os inscritos terão nova chance

A decisão judicial que anulou a votaçãO na OAB-MA

Análise da Notícia

A suspensão do processo de escolha do novo desembargador indicado pela OAB-MA, divulgado em primeira mão nesta quinta-feira, 27, pelo blog do Gilberto Léda, é uma nova chance para todos os advogados que concorrem à vaga.

O juiz federal André Coutinho da Fonseca Fernandes Gomes decidiu anular a escolha dos 12 nomes que seriam sabatinados pelo Conselho da Ordem por suspeitas de que advogados sem pré-requisitos também votaram, irregularmente.

A decisão põe de volta no jogo todos os que haviam concorrido na primeira etapa, inclusive alguns favoritos que ficaram de fora das listas masculinas e femininas.

Isso significa que tudo poderá ser exatamente como se esperava no início do processo.

É aguardar e conferir…

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Lula terá primeira vaga a preencher no STF já em Abril

Ministro Ricardo Lewandowski já informou ao presidente que pretende antecipar sua aposentadoria – que ocorreria em maio – o que deve gerar uma intensa movimentação de interessados na vaga, entre eles o ministro da Justiça, Flávio Dino

 

Lewandowski vai deixar o STF, dando a Lula a condição de indicar o primeiro ministro da Suprema Corte neste mandato

A primeira vaga no Supremo Tribunal Federal aberta no governo Lula (PT) deverá está disponível para preenchimento já na primeira quinzena do mês de abril.

O ministro Ricardo Lewandowski, que completa 75 anos em maio, já comunicou ao presidente da República que vai antecipar para abril a sua aposentadoria, provavelmente depois da semana santa.

Há vários interessados nesta primeira vaga no STF, entre eles o ministro da Justiça, Flávio Dino. 

Apesar de declarar ser uma honra a indicação para o STF, Dino pode tentar apenas influenciar a indicação de um nome de sua confiança para a vaga de Lewandowski, buscando uma vaga para si próprio mais pra frente, no decorrer do governo Lula.

Ainda este ano, Lula indicará substituto para a ministra Rosa Weber, que se aposenta em outubro.

PF encontra R$ 270 mil em imóvel de filho de desembargador maranhense

Ravik Bello Filho e o pai, Cândido Arthur Medeiros Ribeiro Filho, membro do TRF-1, foram alvos de operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 14, por suspeita de venda de sentenças a traficantes internacionais de drogas

 

Ravik Ribeiro e o pai desembargador: alvos suspeitos de venda de sentenças a traficantes de drogas

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 14, operação contra o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Cândido Arthur Medeiros Ribeiro Filho, e o seu filho, o advogado Ravik Bello Ribeiro.

Eles são suspeitos de vender sentença a traficantes, que também foram alvos de operação da PF nesta terça-feira, 14.

Na casa de Ravik, em São Luís, a polícia encontrou R$ 270 mil em espécie. 

A operação foi deflagrada em São Luís, São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Santa Catarina, em endereços ligados aos desembargador e seu filho e também a endereços ligados aos traficantes, membros de uma célula de tráfico internacional.

Dinheiro encontrado no escritório de Ravik, em São Luís: R$ 270 mil em espécie apreendidos pela PF

A PF descobriu que os traficantes compravam imóveis e carros de luxo e aplicavam dinheiro em criptomoedas, mesmo sem lastro financeiro para as operações.

O escritório de Ravik Bello, especializado em Direito Criminal, seria o responsável pelas ações em favor dos traficantes, que eram despachadas pelo pai desembargador.

Em 2018, a Justiça Federal do Maranhão já havia bloqueado 10 imóveis do advogado Ravik, suspeitos de pertencerem, na verdade, a um de seus clientes, que estava tentando dilapidar o patrimônio.

Nem o desembargador Cândido Ribeiro, nem o filho Ravik Ribeiro, falaram com a imprensa…

Advogado critica tentativa de desembargadores de tutelar escolha da OAB para o TJMA

Em artigo publicado no final de semana, Aldenor Rebouças Júnior cobra dos magistrados que se mantenham em seu campo de autuação, sem violar a Lei Orgânica da Magistratura; para ele, a atual formação da lista sêxtupla na Ordem é resultado direto da democratização gerada com a popularização dos Cursos de Direito

 

Aldenor Rebouças não se calou diante da tentativa de intromissão de desembargadores em processo interno da OAB-MA

O advogado Aldenor Rebouças criticou duramente a posição dos desembargadores Cleones Cunha, Gervásio Santos e Ronaldo Maciel, que tentaram, semana passada, interferir com opinião sobre o processo de escolha do novo desembargador pela Ordem dos Advogados do maranhão (OAB-MA).

Os magistrados chegaram a opinar sobre a idade e até o perfil ideal para um advogado figurar na lista sêxtupla e almejar a vaga no Tribunal de Justiça, num aposição absolutamente excludente e segregacionista, típica das castas quatrocentonas maranhenses.

– Magistrados servem a escrever despachos, interlocutórias, sentenças e votos, além da verbalização nas sessões. Houve chapada violação ao art. 36, III, da LOMAN, que veda a manifestação sobre questão que será apreciada futuramente, ressalvada a hipótese do magistério – frisou Rebouças, sem citar nomes, mas lembrando que dois dos desembargadores já foram, inclusive, presidentes da Associação dos Magistrados.

Na avaliação de  Aldenor Rebouças, ao contrário do que pregam os membros do Tribunal de Justiça, a campanha pelo Quinto Constitucional, iniciada pela Ordem, mostra, exatamente, a democratização do processo de escolha da lista sêxtupla.

– A presente heterogeneidade da advocacia, como resultado da abertura de novas faculdades de direito e do sucesso de programas de inclusão da educação superior (ProUni e FIES), determinou a democratização da formação da lista sêxtupla para os tribunais locais, outrora circunscrita aos crivos do conselho da OAB e da corte. Pela primeira vez na história, a classe será ouvida – ressaltou.

Rebouças lamentou que entidades ligadas aos advogados – e o próprio presidente da Ordem, presente na sessão do TJ em que foram feitas as críticas, não se manifestaram para por os magistrados em seu lugar constitucional.

– É constrangedor lembrar aos magistrados o lugar que lhes compete num estado democrático de direito. Opinar sobre processo seletivo a cargo da OAB não é um deles, tampouco sugestionar qual seria o perfil ideal ou a faixa etária do aspirante, nem repudiar alguém em razão do patrocínio a um político, ou por haver recebido manifestação favorável de outro – afirmou Aldenor Rebouças.

Leia abaixo a íntegra do artigo:

OAB entoa Bella Ciao contra Amma

Por Aldenor Rebouças

A presente heterogeneidade da advocacia, como resultado da abertura de novas faculdades de direito e do sucesso de programas de inclusão da educação superior (ProUni e FIES), determinou a democratização da formação da lista sêxtupla para os tribunais locais, outrora circunscrita aos crivos do conselho da OAB e da corte. Pela primeira vez na história, a classe será ouvida.

Na quarta-feira (1º/3), dois desembargadores recém alçados ao tribunal, ambos ex-presidentes da associação dos magistrados (AMMA), realizaram críticas ao estilo e forma de algumas campanhas inominadas. O atual presidente endossou-as, profanando a tribuna destinada à advocacia e sem usar veste talar!

Por razão desconhecida, o Instituto dos Advogados do Maranhão (IAMA), a Associação Maranhense dos Advogados (AMAd), a Academia Maranhense de Letras Jurídicas (AMLJ), e a Academia Maranhense de Cultura Jurídica, Social e Política (AMCJSP) deixaram de prestar congratulações e encômios aos desembargadores que, em silêncio, respeitaram a classe da advocacia.

Vencido um quinto do século XXI, é constrangedor lembrar aos magistrados o lugar que lhes compete num estado democrático de direito. Opinar sobre processo seletivo a cargo da OAB não é um deles, tampouco sugestionar qual seria o perfil ideal ou a faixa etária do aspirante, nem repudiar alguém em razão do patrocínio a um político, ou por haver recebido manifestação favorável de outro.

Cantemos ‘Bella Ciao”, advogadas e advogados, o hino da liberdade e da resistência contra quem não tem atribuição constitucional, muito menos legal, de tutelar a classe profissional. Abaixo algumas razões para desprezar as opiniões.

Magistrados servem a escrever despachos, interlocutórias, sentenças e votos, além da verbalização nas sessões. Houve chapada violação ao art. 36, III, da LOMAN, que veda a manifestação sobre questão que será apreciada futuramente, ressalvada a hipótese do magistério.

As falas foram impertinentes, porque o tema não constava da pauta de processos administrativos ou jurisdicionais da sessão. Por outro lado, beira o surreal que membros de uma corte formada esmagadoramente por meros bacharéis, vitupere contra um processo seletivo a contar com mestres e doutores, dos mais variados ramos da ciência jurídica.

A figura do decanato remonta ao século IV, e aliada à estrutura administrativa do tribunal sinaliza que caberia ao presidente, ou aos vice-presidentes, ou ao decano da Corte eventual pronunciamento sobre matérias relevantes, notadamente aquelas que possam gerar atrito institucional. Oxalá que os novatos lembrem das aulas de direito romano e administrativo.

Os advogados e cidadãos presentes à sessão não foram ouvir a opinião pessoal e isolada de dois ex-presidentes da AMMA, nem do seu atual mandatário, mas receber a prestação jurisdicional devida ao custo dos tributos, e que deve ocorrer sem dilações indevidas. Foram inconvenientes, portanto, para dizer o mínimo.

O diálogo institucional necessário e que preserva a harmonia é o realizado entre os chefes do TJ e da OAB, ainda que por videoconferência, chamada ou mensagem de WhatsApp, bem suficientes a transmitir as preocupações dos desembargadores ao presidente da OAB, sem denotar a tentativa nociva, malsã e insalubre de ingerência
sobre a escolha dos seis nomes pela seccional.

Bella Ciao, Bella Ciao… os dois ex-presidentes da AMMA e o atual obtiveram licenças remuneradas enquanto perduraram seus mandatos à frente da entidade corporativista, desfalcando a atividade jurisdicional do estado paupérrimo da federação, nunca dispensaram o recebimento do auxílio-moradia de R$ 4,3 mil, e ainda propuseram a criação de um auxílio-livro, felizmente suspenso pelo CNJ.

A instituição do juízo de garantias está suspensa desde 22/1/2020, por liminar do min. Luix Fux, não havendo previsão da submissão da decisão ao referendo do plenário. A min. Rosa Weber não pautou o tema para o primeiro semestre desse ano. Magistrados de carreira e integrantes da associação de classe requerente, esperava-se que firmassem suspeição, mas…

A sociedade civil não tolera mais arcar com penduricalhos de magistrados, tampouco coadunam com férias de 60 dias, veículos oficiais, motoristas e aposentadoria compulsória como pena máxima por corrupção. A importância do quinto constitucional pela OAB é justamente levar ao tribunal uma mente avessa ao patrimonialismo e autoritarismo da carreira judiciária.

Instituído por uma liminar concedida pelo min. Luiz Fux, em 15/9/2014, o auxílio- moradia da magistratura arrombou os cofres públicos em R$ 6 bilhões, até ser revogado em 26/11/2018. Nenhum juiz ou desembargador maranhense manifestou preocupação com o impacto orçamentário imediato, nem criticou a eternidade de uma liminar vigente por quatro anos. Os advogados reclamaram!

Dados do CNJ do ano de 2021, a respeito do índice de concessão de habeas corpus por ministro, apontam uma ampla margem dos oriundos da carreira da advocacia: Gilmar Mendes, 17,6%; Edson Fachin, 15,2%; Cármen Lúcia, 10%; Ricardo Lewandowski, 6,4%; Dias Toffoli, 5,4%. Os magistrados de carreira: Rosa Weber, 5,3% e; Luiz Fux, 0,0%. Bella Ciao, Bella Ciao…

Eis o compromisso da advocacia com a liberdade e o devido processo legal!

Às faltas de autoridade acadêmica e moral, e das predisposições mentais obviamente díspares, o silêncio respeitoso do TJ quanto ao processo seletivo do quinto da OAB serviria a demonstrar um mínimo de comprometimento com a melhoria da produtividade, pois ocupa a 22ª colocação entre os vinte e sete do país.

Adicionalmente, há uma quantidade inexplicada de autos em segredo de justiça, inclusive habeas corpus distantes das questões de família ou violência doméstica, sem justificativa legítima, pendentes de despacho de levantamento. A transparência dos gabinetes é fundamental a inspirar a confiança dos jurisdicionados.

Sob o ângulo administrativo, o art. 8º da constituição estadual denomina o acidente geográfico onde situada a capital do estado de ilha de Upaon-Açu, no entanto, o código de divisão e organização judiciária prestigia a freguesia de São Luís, e menospreza os municípios de Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar.

É tempo de encaminhar a proposta de lei complementar à assembleia legislativa, no mínimo para que os estudantes do fundamental agradeçam o respeito ao conhecimento geográfico. A presidência da OAB certamente aplaudirá a iniciativa.

A OAB sofreu um atentado a bomba por combater o regime militar, agora é hora de entoarmos Bella Ciao para repelir investida da parte corporativista da magistratura, que não passa de simulacro de técnica, eficiência e moralidade.

É a advocacia que promove as conquistas civilizatórias!

Boa votação e nunca, em tempo algum, jamais ouça o conselho de um juiz de carreira.

Corregedoria de Justiça vai investigar dono de cartório acusado de extorsão em Caxias…

Aurino da Rocha Luz – que já foi personagem do blog Marco Aurélio d’Eça em 2011 – por outra acusação de fraude – é acusado de coagir advogados, proprietários de terras e até cidadãos comuns que procuram os serviços judiciais no município; a acusação aponta favorecimento dele a desembargadores e sonegação de valores apurados aos fundos do Judiciário maranhense

 

Aurino da Rocha Luz entrou no TJ-MA alegando ter apenas 5% da visão, mesmo sendo praticante de mergulho

O corregedor-geral de Justiça, desembargador Marcelino Chaves Ewerton, determinou na última terça-feira, 14, investigação contra o delegatário do Cartório do 1º Ofício Extrajudicial da Comarca de Caxias, Aurino da Rocha Luz, por suspeita de extorsão, coação e sonegação de valores ao próprio Tribunal de Justiça do Maranhão.

Aurino da Rocha Luz já é conhecido do blog Marco Aurélio d’Eça por práticas fraudulentas.

Em 2011, ele foi denunciado por entrar em um concurso do TJ-MA como cego (tendo apenas 5% da visão), mesmo sendo praticante de mergulho, como apontou o post “Evidências de favorecimento no Tribunal de Justiça…”.

Desde então, como servidor do tribunal, ele já assumiu cartórios em Tasso Fragoso e agora está em Caxias, sempre pode delegação.

Em Caxias, Aurino da Rocha Luz foi denunciado pelo advogado Silvestre Rodrigues Cornado Júnior, que pede o seu afastamento do Cartório do 1º Ofício e a designação de um interventor.

O acusado ainda não se manifestou nos autos…

Abaixo, o despacho do Corregedor de Justiça:

Fabricante alertou dona de helicóptero que matou médicos sobre risco de pane

Documentos que fazem parte do processo em que familiares das vítimas pedem indenização mostram que a Robinson e sua concessionária no país alertaram a Ótica Veja – pelo menos um ano antes do acidente – sobre a manutenção exigida pelas autoridades como prevenção para quedas

 

Velório de um dos médicos mortos na queda do helicóptero da Ótica Veja, em 2018; processos parados na Justiça sob suspeita de tráfico de influência

Escondido em meio às 600 páginas que compõem o processo contra a proprietária do helicóptero Robinson R44, prefixo PPWVR, , que caiu no dia 1º de abril de 2018, em Rosário, matando quatro pessoas, há um detalhe que pode ser a chave do caso.

Trata-se de um comunicado da fabricante da aeronave e de sua concessionária no Brasil, alertando sobre a correta manutenção do aparelho.

Detalhe: o helicóptero, oficialmente pertence à Ótica Veja – mas sob suspeita de ter sócios ocultos – já havia sofrido pane.

A aeronave da Ótica Veja caiu no município de Rosário, matando o piloto Alfredo Oliveira Barbosa Neto, e os médicos Rodrigo Capobiongo Braga, Jonas Eloi da Luz e José Kléber Luz Araújo – que eram primos, naturais do Piauí.

A família das vítimas pedem indenização à Justiça, além do pagamento do seguro obrigatório neste tipo de aparelho; o processo se arrasta há quase cinco anos. e há suspeitas de tráfico de influência por parte de um dos donos ocultos da aeronave, membro do próprio Judiciário.

Não consta nos autos nenhum documento que sugira a realização da manutenção preventiva; pelo contrário, a Ótica Veja mantinha em seu quadro o piloto, mesmo com a licença para voo vencida.

O blog Marco Aurélio D’Eça teve acesso à íntegra do processo e vem, desde então, estudando cada detalhe, com  auxílio de advogados. Uma série de posts tem sido publicada sobre o tema.

O objetivo é destrinchar todos os aspectos que envolvem o caso.

E entender por que a Justiça maranhense retarda o andamento do processo em suas sua varas.

Justiça Federal condena INSS a pagar pensão a viúva de médico morto em acidente de helicóptero

Benefício que será concedido retroativamente a 1º de abril de 2018 alcança também os filhos do casal; ação refere-se ao acidente que matou três médicos e o piloto, cuja aeronave pertencia oficialmente à Ótica Veja, também alvo de ação por indenização, em processo estranhamente parado na Justiça maranhense

 

Viúva de um dos médicos mortos conseguiu pensão do INSS após quase cinco anos, mas os processos de indenizações estão parados na Justiça

O juiz federal Clodomir Sebastião Reis condenou o INSS a pagar pensão por morte à viúva do médico Rodrigo Capobiango Braga, e aos seus três filhos menores; Rodrigo morreu em acidente de helicóptero em 1º de abril de 2018, do qual foram vítimas também outros dois médicos e o piloto da aeronave.

A decisão de Clodomir Reis é a primeira a ser efetivamente proferida nos processos envolvendo a queda do helicóptero – pertencente oficialmente à Ótica Veja – que, estranhamente, seguem paralisados em todas as instâncias da Justiça no Maranhão, como já revelou o blog Marco Aurélio d’Eça no post “Famílias de médicos mortos em queda de helicóptero ainda esperam julgamento de culpados”.

O pedido de pensão da viúva de Rodrigo Capobiango foi feita diretamente ao INSS, com base em suas contribuições como médico da Secretaria de Segurança do Estado e da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís; o pedido foi negado pelo instituto, razão pela qual ela entrou na Justiça Federal.

Em sua decisão, o juiz federal determinou o rateamento do benefício – retroativo a abril de 2018 – à esposa, que receberá por 20 anos, e aos três filhos menores, até que estes completem 21 anos. (Veja aqui a íntegra da decisão)

– Concedo a tutela de urgência, para determinar a imediata implantação do benefício de pensão por morte em favor dos autores – determinou o juiz (grifo do original).

Mas é na outra ação com base no acidente de helicóptero que a viúva do médico – e as famílias das demais vítimas – enfrentam dificuldades na justiça maranhense.

Tramita na 15ª Vara Cível de São Luís pedido de indenização à Ótica Veja e à fabricante da aeronave, processo que nunca recebeu qualquer tipo de movimentação, apesar dos insistentes apelos dos autores, inclusive ao Tribunal de Justiça.

Há claras suspeitas de tráfico de influência no caso, devido às relações dos proprietários da Ótica Veja com membros do judiciário maranhense.

Não se encontra nos autos a que o blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso, por exemplo, informações sobre pagamentos de Seguro à dona da aeronave, casos comuns – e até obrigatórios – no uso deste tipo de equipamento.

É para tentar entender a falta de movimentação neste processo de indenização envolvendo a Ótica Veja – e seus sócios ocultos na aeronave – que dois advogados, um paulista e um carioca, especialistas em acidentes aéreos, devem vir ao Maranhão nas próximas semanas.

Eles vão se e habilitar em todas as ações que correm na Justiça maranhense.

Mas esta é uma outra história…

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Imagem do dia: família de João Bosco – empresário assassinado no crime da Seduc – clama por Justiça…

Empresário assassinado em 19 de agosto por causa da divisão de propina de recursos desviados da Secretaria de Educação – em crime presenciado pelo próprio sobrinho do governador Carlos Brandão – vem tendo o caso abafado pela Polícia, ignorado pelo Ministério Público e desprezado pela Justiça

 

A postagem da família de João Bosco clama por justiça, enquanto o governo Carlos Brandão tenta abafar o caso, por envolver o próprio sobrinho e recursos da Seduc

A imagem acima foi publicado nesta segunda-feira, 19, quando completa um mês da morte do empresário João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho, no caso que ficou conhecido por “crime da Seduc”, por envolver recursos da Secretaria de Educação do governo Carlos Brandão (PSB).

Trinta dias depois do caso, o assassino, Gibson César Soares – que já havia cometido outro assassinato – está solto, após passar apenas 11 dias preso,  a polícia tenta dar o caso por encerrado, sem investigar o desvio de recurso na Seduc e sem explicar a presença do sobrinho do governador, o secretário Daniel Brandão, na cena do crime.

– O assassino Gibson César Soares, que já cometeu outro assassinato e passou apenas seis meses preso, dessa vez passou apenas 11 dias preso e foi liberado por uma liminar de um desembargador. Que Justiça é essa, Brasil e Governo do Maranhão? Assassino, não réu primário, e solto?!? – clamaram os familiares de João Bosco, nas redes sociais.

O blog Marco Aurélio d’Eça estende o clamor ao Judiciário e ao Ministério Público chefiado por Eduardo Nicolau – e acusado de acobertar o governo Brandão.

Do governador Brandão, cobra-se apenas que explique o que o seu sobrinho estava fazendo na cena do crime…

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Juiz maranhense renunciou a meio milhão em penduricalhos

Em um país de desigualdades, Carlos Roberto de Oliveira Paula renuncia a privilégios que a lei garante à magistratura, mas nega à maioria absoluta dos trabalhadores brasileiros

 

Oliveira Paula tem dado exemplo no Poder Judiciário, mas, ao invés de ser seguido, acaba incomodando a quatrocentona magistratura maranhense

Desde que decidiu abrir mão dos privilégios legalmente garantidos aos magistrados maranhenses, o juiz Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula, titular da 2ª Vara de Paço do Lumiar (MA), já deixou de receber R$ 503.417,77 dos cofres públicos.

A economia de mais de meio milhão de reais que um único magistrado poderia ter recebido em um período de cinco anos é a soma de valores referentes a licença-prêmio, pagamento por férias não gozadas, auxílio moradia, auxílio saúde, auxílio alimentação, auxílio livro e abono por acervo, uma série de privilégios a que a maioria absoluta dos trabalhadores brasileiros não tem direito.

Em novembro de 2017, Roberto de Paula oficializou a primeira renúncia: abdicou dos auxílios concedidos à magistratura maranhense relativos a moradia, saúde, alimentação e livro, argumentando que, por norma constitucional o magistrado deve ser remunerado exclusivamente por subsídio em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio ou outra espécie remuneratória; e que esse subsídio é fixado ou alterado por lei de iniciativa da presidência do Supremo Tribunal Federal. Assim, desde então ele deixou de receber R$ 271.518,72.

Ainda incomodado com as regalias, em março de 2019 o juiz também renunciou ao direito a licença-prêmio, embasado na mesma norma constitucional de que o magistrado deve ser remunerado somente pelo subsídio mensal.

Naquele ano, a verba complementar teria rendido ao juiz R$ 50.533,74.

Além disso, se em vez de gozar os 60 dias de férias a que tem direito o magistrado optasse por “vender” parte desse período, o que também lhes é assegurado desde 2018, ele já teria embolsado mais R$ 149.729,60.

Em vez de aproveitar mais um privilégio, em janeiro deste ano Roberto de Paula renunciou a 30 dos seus 60 dias de férias, assim como ao percentual excedente do terço constitucional.

Por último, já no final de janeiro deste ano, o juiz renunciou à verba de acumulação de acervo processual, garantida aos magistrados maranhenses a título de gratificação pelo exercício cumulativo de jurisdição, o que somente em 2022 já teria rendido ao juiz mais R$ 16.812,48 em sua conta bancária.

Paralelamente, ele fez a devolução de R$ 14.823,23 referentes aos auxílios que já havia recebido.

Transformada em valor monetário, com base em dados do Portal da Transparência do Tribunal de Justiça do Maranhão, a decisão do juiz de abrir mão de tantas vantagens legalmente instituídas já gerou uma economia de mais de meio milhão de reais ao Poder Judiciário maranhense.

Em um país de tantas desigualdades, em que milhares de famílias sobrevivem com o salário mínimo e há milhões de pessoas passando fome, é um exemplo de que os recursos públicos podem – e devem – ser gastos de forma mais justa.