O flagrante de corrupção envolvendo dois assessores de alto coturno do Tribunal de Justiça não se encerra com a simples exoneração dos dois.
Ou pelo menos não deveria se encerrar.
Nem a história do empresário supostamente achacado – Savegny Sauaia – muito menos a dos assessores Marco Túlio Dominici e Reginaldo Duarte, de que não cobraram propina para dar sumiço em processo, convencem os observadores mais atentos do contidiano da Justiça.
As histórias sobre venda de sentença no Judiciário são recorrentes nos meios políticos e jurídicos do Maranhão.
E envolvem não só questões políticas, mas cíveis e criminais.
Uma instituição perde a referência quando as coisas estranhas que ocorrem em seu interior passam a ser motivo de chacota.
E as histórias de negociação de decisões judiciais no estado viraram chacota para políticos, advogados e jornalistas.
Deputados, prefeitos, ex-prefeitos e assessores contam a boca miúda como funciona a indústria de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão.
Meia hora de conversa sobre o assunto é suficiente para entender a corrupção nas entranhas do Judiciário.
– O pior é que nem se pode reclamar. Já imaginou ter um juiz contra a gente – fala um ex-prefeito, que já teve ações na Justiça Comum e na Justiça Eleitoral, segundo ele, “resolvidas com o jeitinho”.
Um deestes casos estourou nas eleições de 2010, no TRE, quando um candidato de Chapadinha acusou um magistrado de ter recebido dinheiro para julgar uma sentença sua.
O pior é que ficou comum.
Jornalistas comentam claramente conversas que tiveram com assessores de juízes e desembargadores sobre negociação de decisão.
Se for a fundo nas investiações o Ministério Público – não o estadual, mas o Federal – e o Conselho Nacional de Justiça encontrarão muita história cabeluda.
Histórias que tornarão insignificante o escândalo envovlendo um desembargador de Minas Gerais.
É só querer investigar…