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José Sarney: “Para ser presidente, é preciso ouvir, aceitar conselhos”

Ex-presidente, à convite da Revista Época, escreveu artigo para a reportagem “O que um presidente deve saber?” publicada na edição de número 1070.

José Sarney saúda a multidão ladeado por Ulysses Guimarães, Marco Maciel e José Aparecido de Oliveira, em 15 de março de 1985, quando assumiu interinamente a Presidência (Foto: Orlando Brito)

Em tempos de sucesso presidencial, nada melhor do que ler alguém que já esteve na função e que foi fundamental para o processo de redemocratização brasileira. À convite da Revista Época, o ex-presidente José Sarney escreveu artigo para a reportagem “O que um presidente deve saber?” publicada na edição de número 1070. Ele elenca, com competência, as qualidades que um bom gestor deve ter. Especialmente, saber ouvir.

 

ARTIGO “As outras faces da Presidência”, por José Sarney

A Presidência da República não é um cargo, é uma instituição. O povo tem, de quem a ocupa, uma visão do senhor de bem e do mal, que tudo pode e tudo resolve. Mas a cadeira da Presidência é maior do que o Presidente, e ninguém a modifica. Todos são por ela modificados. O Presidente deve tomar as decisões que lhe parecem melhores, e muitas vezes o tempo demonstra que não foram.

O Presidente é um ser humano moldado por educação, formação moral, cultura, experiência, família, virtudes, defeitos e temperamento. Ele está sempre aprisionado pelos problemas do tempo que governa. Não há como fugir da visão de Ortega y Gasset: o homem e suas circunstâncias.

A Presidência no Brasil, como em alguns países, tem duas faces reunidas num só rosto: a do Chefe de Estado e a do Chefe do Governo. A primeira é representar o símbolo da identidade nacional e soberania; a segunda, o barro de cada dia: fazer funcionar a máquina do Estado.

Ela tem forças próprias, que agem como leis físicas. Ela exige defender dia e noite a legitimidade de ocupá-la. É própria de sua natureza política uma constante força centrífuga, que tenta expulsar o ocupante. As surpresas impensadas ou impossíveis de prever acontecem, e nossa história está cheia de exemplos. Surgem pela incapacidade de exercê-la e de liderar pessoas, pela corrosão moral, pela desintegração administrativa, pela saúde e por pressões que são superiores à integridade humana, na obsessão de Descartes – alma e corpo. Pode transformar heróis em vilões, santos em demônios, mas pode também revelar grandes estadistas.

A Presidência mantém sua estabilidade com boa convivência com a mídia, por sua vez vocalizadora das ruas, com as Forças Armadas, responsáveis pela ordem interna, com o Congresso, com os partidos e com a sociedade.

Hoje a grande interlocutora da democracia representativa, a opinião pública, expressa-se pela mídia em tempo real, pelas redes sociais e pela sociedade de comunicação. Sua aferição de desempenho, a pesquisa de opinião pública, aliada à mídia retira, coloca e retoma a legitimidade.

Juscelino dizia que pela porta do Gabinete só entravam problemas. Os resolvidos ficavam fora. Minha vivência é que os maiores problemas da administração diária são a vaidade, a disputa, a intriga e a concorrência por espaços no governo. Estão sempre uns divergindo dos outros e o Presidente não toma conhecimento de quase nada que acontece de verdadeiramente desestabilizador ou irregular. Ter dois ouvidos, um para ouvir o presente e o outro o ausente. O Presidente é sempre o último a saber das coisas erradas e fica sem saber de outras mais. Mas termina sendo responsável por todas.

Dois dogmas devem ser abandonados. Não voltar atrás e acreditar no chavão da solidão do poder. Deve-se rever o que se fez de errado e fazer que as decisões nunca sejam solitárias: sempre ouvir, aceitar conselhos, partilhar dúvidas e buscar a melhor opção.

E nunca esquecer que uma nação é feita de historiadores para conhecer o passado, de políticos para resolver os dilemas do presente e de poetas para sonhar o futuro. E saber os versos do poeta latino Ovídio, nasTristes: “Enquanto fores feliz terás numerosos amigos; se os tempos nublarem, ficarás só”.

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Bolsonaro e o respeito a José Sarney

Gesto do atual presidente simboliza respeito a um dos nomes mais importantes para a consolidação da democracia brasileira. Ele e Fernando Collor, como ex-presidentes, prestigiaram a posse.

Bolsonaro cumprimenta Sarney enquanto conversa com Eunício Oliveira e Gen. Mourão.

Ao ser empossado no Congresso Nacional, Jair Bolsonaro (PSL), ao se reunir com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) e do Senado, Eunício Oliveira (MDB), além do vice, General Mourão, fez questão de cumprimentar o ex-presidente José Sarney.

Além de Sarney, outro ex-presidente presente na posse foi Fernando Collor.

Na foto, é possível depreender um Bolsonaro tecendo algum elogio à Sarney.

Imagem do dia: Sarney de volta ao Maranhão…

Anúncio da transferência do título do ex-presidente – divulgada com exclusividade neste blog, e depois replicada em centenas de outros – foi a principal notícia política desta terça-feira, 20 na capital maranhense

 

MINHA TERRA, MINHA PAIXÃO. Sarney em rua de São Luís durante o carnaval: lenda política de volta ao seu Maranhão

O ex-presidente José Sarney ganhou as manchetes dos principais portais de notícias, principais blogs nesta terça-feira, 20 – e deve ser também notícia nos jornais de amanhã.

Desde às 8h da manhã, quando este blog trouxe, com exclusividade, a informação de que ele havia transferido seu Título de Eleitor do Amapá para o Maranhão, ele não parou mais de ser notícia.

Sarneysistas, dinistas, governistas, oposicionistas e oportunistas usaram todo tipo de ilação para interpretar a informação deste blog, cada um com a sua carga de valores e de visão de mundo que carregue.

O governador Flávio Dino (PCdoB) também reagiu, da maneira que se esperava dele: passou a agredir o ex-senador nas redes sociais.

Sinal de que a notícia atingiu todo o Maranhão

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Sarney concretiza mudança de título para São Luís…

Ex-presidente foi pessoalmente à 3ª Zona Eleitoral da capital maranhense para efetivar a transferência do domicílio eleitoral do Amapá para o Maranhão, descartando candidatura em 2018

 

José Sarney volta a ter domicílio eleitoral em São Luís

O ex-presidente José Sarney confirmou na tarde desta segunda-feira, 19, uma informação que já vinha sendo dada por este blog: ele já é eleitor de São Luís.

O próprio Sarney esteve na 3ª Zona Eleitoral da capital maranhense, ontem, para efetivar a transferência do domicílio eleitoral, do Amapá para o Maranhão.

Com a mudança do título Sarney confirma duas informações deste blog:

1- descarta qualquer possibilidade de ser candidato em outubro, já que liderava a corrida para o Senado no Amapá e abriu mão;

2 – vai votar, pela primeira vez, na filha Roseana Sarney (MDB) para o Governo do Estado, e no neto, Adriano, para a Assembleia, além de apoiar o ministro Sarney Filho para o Senado.

O nome de Sarney como eleitor da 3ª Zona Eleitoral deve estar na lista do TRE-MA nos próximos dias.

É aguardar e conferir…

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Voto de José Sarney gera expectativa no Maranhão…

Ex-senador lidera pesquisas pelo Senado no Amapá, mas pretende transferir o título para participar das eleições maranhenses

 

Sarney quer dar votos nos filhos Sarney Filho e Roseana nas eleições de outubro

Sem participar de eleições no Maranhão desde a década de 70, o ex-senador José Sarney (MDB) voltou a ser alvo de especulações quanto ao seu voto.

Ele ainda mantém o título de eleitor no estado do Amapá, onde é favorito nas eleições para o Senado; mas, de acordo com o colunista Pergentino Holanda, ele pretende transferir seu domicílio eleitoral para o Maranhão.

– A quem interessar possa: José Sarney ainda não pediu a transferência de seu domicílio eleitoral de Macapá para São Luís. Mas poderá fazê-lo em breve, como antecipou esta coluna – disse PH, em seu caderno de fim de semana, publicado no jornal O EstadoMaranhão.

Sarney quer ter a experiência de votar na filha, no filho e no neto pela primeira vez em muitos anos…

Sarney mostra, em números, a marcha-ré do Maranhão no governo Flávio Dino…

Em sua coluna no jornal O EstadoMaranhão, ex-presidente aponta que tudo piorou nos últimos anos e avalia que o estado vive um drama subordinado ao comunismo

 

Dino tenta conquistar Sarney, que mostra a ele o seu devido lugar

O ex-presidente José Sarney exibiu neste domingo números inquestionáveis – de várias fontes oficiais – para provar que o governo Flávio Dino (PCdoB) acabou com a perspectiva de desenvolvimento que vinha experimentando até 2014.

– O Maranhão vive um drama impressionante: parece que engatou a marcha-ré e tudo piorou nos últimos tempos – avalia Sarney, para revelar números que corroboram sua percepção.

De acordo com o ex-presidente, além de aumentar m 312 mil o número de pobres, de arrochar empresários com impostos e de perseguir pequenos trabalhadores tomando seus veículos, outros números revelam a falência o estado sob Flávio Dino.

– Até três anos atrás, o índice dos maranhenses que não estudam nem trabalham estava melhorando, mas, em 2016, piorou 13% – citou Sarney, usando dados do IBGE.

Na avaliação do líder peemedebista, a situação é difícil sob quaisquer aspectos que se veja o Maranhão. O PIB – número que mede a riqueza de uma região, caiu 3,3% em 2015 e 6,9% em 2016, revela o ex-presidente.

– Somos hoje o único estado em que mais da metade da população vive abaixo da linha de pobreza – alerta o ex-presidente.

Na coluna do EMA, Sarney destrincha todos os dados para mostrar o fracasso comunista de Flávio Dino.

Ele cita dados da Confederação Nacional dos Transportes que apontam as estradas estaduais maranhenses como as piores do país e um sem-número de obras paralisadas pela burocracia e incompetência.

Para o ex-presidentes, todos os dados, baseados em pesquisas de campo, constatam um fato inquestionável:

– O andar para trás é real – apontou Sarney…

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“Não vetei nem Flávio Dino para Embratur”, diz Sarney…

Ex-presidente nega qualquer influência no recuo do governo Temer em indicar para o Ministério do Trabalho o maranhense Pedro Fernandes, visto por ele como ex-amigo

 

“FOI NOSSO AMIGO”. Sarney nega qualquer influência ou veto a Pedro Fernandes no Ministério de Temer

O ex-presidente José Sarney (MDB) marcou duas posições em uma mesma resposta, nesta terça-feira, 2, ao negar influência no recuo do presidente Michel Temer (MDB) em nomear o deputado maranhense Pedro Fernandes (PTB) para o Ministério do Trabalho.

A primeira estocada de Sarney foi no governador Flávio Dino (PCdoB), ao revelar que o comunista só foi nomeado para a Embratur com a sua anuência.

– No passado, não vetei nem Flávio Dino para a Embratur – respondeu o ex-presidente, ao ser questionado quanto à decisão de Temer de não mais nomear Pedro Fernandes.

Em seguida, Sarney deixou claro sua atual relação com o próprio Fernandes.

INIMIGOS. Relação de Fernandes com Dino pesou na decisão de Temer

– Não faria isso para alguém que foi nosso amigo – disse ele, referindo-se ao deputado do PTB.

Anunciado pelo PTB na quinta-feira, 28, com previsão de publicação da nomeação no Diário Oficial do dia seguinte, o deputado teve a indicação suspensa depois de reafirmar seu apoio a Flávio Dino, inimigo político de Michel Temer.

O anúncio de que não seria mais ministro foi dado hoje, pelo próprio Pedro Fernandes.

Mestre da política, Sarney usa um momento delicado na mídia e sai por cima, mostrando o tamanho do seu prestígio nacional.

Simples assim…

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De como se formam os “capo di tutti capi”…

Ao avançar sem limites sobre partidos e cooptar lideranças políticas – e comemorar o fato como troféu – o governo comunista apenas confirma o sonho de Flávio Dino de um dia ser Sarney

 

O governador Flávio Dino, seus principais auxiliares e a mídia alugada pelo Palácio dos Leões, passaram os últimos dias a comemorar a cooptação de partidos que eles chamam de “sarneysistas”.

Fizeram a festa com a provável adesão do ex-ministro Gastão Vieira (Pros), comemoraram a suposta reunião em Brasília com DEM, PTB, PR – depois desmentida como tratando-se de reunião com Weverton Rocha (PDT) – e levantaram a hipótese de isolar a oposição.

Para Flávio Dino et caterva isso é um feito digno.

Mas assim se formam os “capo di tutti capi”, ou o “chefe dos chefes” numa tradução livre.

Este blog sempre apontou que o sonho de Flávio Dino sempre foi seguir a trilha do senador José Sarney, único maranhense a alcançar todos os principais postos de liderança política no Brasil. (Releia aqui e aqui)

O problema é que o acaso da história levou Sarney ao Olimpo político.

Dino não. Dino age com autoritarismo, impondo o medo, com ações de guerrilha forjadas em “laboratório”.

Ao planejar, milimetricamente, cada passo para chegar ao poder, Flávio Dino acaba por subverter a regra; e acaba se tornando o que ele sempre diz criticar: apenas “um chefe dos chefes”, na pior acepção da palavra.

Comemorar a cooptação de adversários em troca e espaços de poder às custa do dinheiro público é uma indignidade.

Mostra também a insegurança do poder e a  capacidade de estar disposto a tudo para mantê-lo.

Como capo di tutti capi, Flávio Dino mostra todo o seu sonho de um dia chegar ao nível do ex-presidente Sarney.

Mas suas atitudes o deixam cada vez mais distante deste olimpo…

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Flávio Dino e o sonho de ser Sarney…

Governador que se elegeu sob o manto da crítica a tudo que representa o ex-presidente, hoje tem entre seus quadros mais próximos exatamente os oriundos do grupo Sarney que ele tanto diz odiar

 

QUERO SER VOCÊ. A imagem reflete o sonho de criança de Flávio Dino em relação a Sarney

Editorial

Este blog sempre disse que o governador Flávio Dino tem um sonho: ser igual ao ex-presidente José Sarney (PMDB).

Filho do ex-deputado e poeta sarneysista Sálvio Dino, o comunista cresceu nas cercanias do Palácio dos Leões, convivendo com Sarney desde criança.

E sempre alimentou o sonho de ser igual ao ex-presidente.

No comando do governo, Flávio Dino vai, ao menos, atraindo sarneysistas históricos, mantendo aliados do ex-presidente em postos estratégicos e transformando seu governo “da mudança” numa continuidade daquilo que ele disse combater.

A carona do ex-ministro Gastão Vieira (Pros) em seu helicóptero, na tarde de segunda-feira, 13, foi apenas mais um gesto do comunista na direção que ele diz combater.

Leia também:

Flávio Dino cada vez mais Sarney…

A relação histórica de Flávio Dino com os Sarney…

JP orienta Flávio Dino a ser como Sarney…

Além de Gastão, compõem o governo comunista – pessoalmente ou por indicações – os sarneysistas Waldir Maranhão (PP), Pedro Fernandes (PTB), Stênio Rezende (DEM), Rogério Cafeteira (PSB), Luis Fernando Silva (PSDB) dentre outros.

Sem falar que a própria existência política de Flávio Dino se deu pelas mãos de um sarneysista, o ex-governador José Reinaldo Tavares.

O ex-presidente José Sarney construiu uma das carreiras políticas mais brilhantes da República, ocupando todos o postos de destaque no poder.

Flávio Dino tenta seguir os seus passos, tentando repetir a história com os mesmos personagens.

Mas a história só se repete como tragédia.

Ou como farsa…

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Gesto de Lula a José Sarney provoca desconforto a Dino…

A duas semanas de agenda oficial em São Luís, ex-presidente da República firmou ser grato a José Sarney

 

Lula com Sarney: agradecimento e reconhecimento às vésperas da chegada ao Maranhão

De O EstadoMaranhão

A declaração do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em favor do também ex-presidente José Sarney (PMDB), duas semanas antes de agenda oficial no estado, provocou desconforto ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Lula afirmou a radialistas do estado do Pernambuco – durante visita á cidade de Xexéu (PE) -, que é grato a José Sarney em decorrência do apoio recebido pelo peemedebista enquanto este atuou como presidente do Senado Federal.

“Sou grato a Sarney. É importante que se diga. Sou grato a Sarney como presidente do Senado”, disse e completou: “Teve um tempo que as pessoas queriam que eu rompesse com Sarney. E eu iria ganhar de presente o Marconi Perillo [PSDB] como presidente do Senado. Eu deixaria de ter um tubarãozinho manso para ter um tubarão louco mordendo até o pé”.

O incômodo de Flavio Dino está justamente no apreço demonstrado por Lula ao ex-presidente.

A cúpula do governador, junto a aliados do Partido dos Trabalhadores no Maranhão, tentava evitar qualquer proximidade de Lula com o grupo político adversário do comunista durante a visita do petista ao Maranhão.

Nas redes sociais, membros do primeiro escalão do Governo, lideranças do PT e aliados do governador tentam dar destaque à relação de Lula com Flávio Dino.

A primeira manifestação do petista em relação ao Maranhão, contudo, foi na referência direta a Sarney.

Com reportagem de Ronaldo Rocha