Governador que se diz aliado da presidente petista tem usado sua mídia para hostilizar diariamente os senadores maranhenses que votarão no processo, além de espinafrá-los com ações político-eleitorais em suas bases no interior, como em Balsas, em pleno dia do julgamento
Flávio Dino hoje, em Balsas, com seu candidato Erik; hostilização ao senador Roberto Rocha
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), passou quase todo o processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) vendendo a ideia de que era contra o afastamento e tachando a ação de golpe.
E fez questão de se mostrar, em caso de vitória da petista, como o político maranhense que seria mais prestigiado num eventual governo petista renascido.
Mas, na fase de julgamento Senado, o governador tem contribuído, ele próprio, para o desfecho fatal contra Dilma.
Além de não falar mais no assunto, o governador comunista adota atitudes que, ao contrário de ajudar a presidente, muito contribuem para afastar os possíveis votos dos três senadores da bancada maranhense – Edison Lobão (PMDB), Roberto Rocha (PSB) e João Alberto (PMDB).
Os veículos de comunicação controlados pelo Palácio dos Leões, a mando de Dino, agridem diariamente os três senadores maranhenses com direito a voto no processo.
Dino entre Othelino e Leonardo em Pinheiro: contra o PMDB de Edison Lobão e João Alberto
Além disso, o próprio Dino empreende ações políticas que revelam desprezo com o desfecho do impeachment.
Essas ações criam nos três senadores maranhenses a desconfiança de que, votando com Dilma, estariam a fortalecer, no Maranhão, a espada com a qual o governador Flávio Dino tenta degolá-los.
Uma das ações intempestivas de Flávio Dino ocorreu exatamente na manhã desta terça-feira, 30.
O governador fez questão de ir a Balsas, base eleitoral do senador Roberto Rocha, município administrado por seu irmão, Luiz Rocha Filho, o Rochinha (PSB), para declarar apoio ostensivo ao adversário do prefeito, inclusive usando a própria máquina do governo, anunciando convênios e obras.
Em Pinheiro, na semana passada, a hostilização de Flávio Dino teve como alvo os senadores João Alberto e Edison Lobão (ambos do PMDB). O governador comunista exigiu intervenção no diretório do PT para tirá-lo da aliança com o PMDB e levá-lo ao PCdoB.
Ações deste tipo mostra que Flávio Dino não tem qualquer compromisso com a unidade da bancada no Senado em favor de Dilma.
E a ida a Balsas exatamente na manhã do desfecho do impeachment – ao contrário do que fez na Câmara, quando sentou praça em plenário – revela que ele prefere mesmo assistir pela TV ao afastamento da petista.
E a presidente e o PT que se virem…
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