História
10:30 amO perfil de um tirano…
Todos eles se parecem. Vindos em trajes civis ou saindo das casernas, os tiranos latino-americanos formam uma confraria de espécie singular. O que primeiramente os identifica, além da personalidade autoritária, é o profundo desprezo pela normalidade constitucional. Gostam, porém, de fazer aprovar em parlamentos dóceis, magnas cartas com altissonantes boas intenções e as mais variadas proteções aos direitos das gentes, os quais eles são os primeiros a infringir. É a homenagem que a hipocrisia deles se vê obrigada a prestar às virtudes legais. Essa ausência de respeito constitucional tem por sua vez um sentido que é deixar todos inseguros. Assim, as coisas, homens ou bestas, e porque não dizer, até o clima dependem da veneta de Sua Excelência”
Do site Atualidade – História, com Voltaire Schilling
É nessa altura que surge a figura do “protetor do povo”. Um líder suficientemente inescrupuloso para conduzir a massa, fazendo-se passar por seu benfeitor. Platão assim o descreve: “… nos primeiros tempos ele anda cheio de sorrisos, saudando a todos que encontra e negando que seja um tirano; promete muitas coisas em público e em privado, perdoa dívidas, distribui terras entre o povo e os de sua comitiva”. Nossos partidos de esquerda são povoados de protetores em potencial, sempre prontos a distribuir favores (e propaganda) com o bem alheio. Todavia, o tirano está sempre pronto a ver inimigos tanto internos quanto externos, que não permitem ao povo dispensar seu condutor, seu ” führer “. São esses inimigos que permitem-lhe cobrar impostos onerosos. Dessa forma também garante que qualquer descontentamento interno pode ser apontado como uma traição ao Estado. Dessa forma o tirano se vê obcecado em perseguir seus inimigos e ‘segue por esse caminho até não deixar com vida uma só pessoa de valor, quer entre amigos, quer entre inimigos‘”
Um governante que usa sua condição temporária de poder para humilhar, denegrir, perseguir e fazer diferença entre aqueles que o elegeram e aqueles que escolheram democraticamente votar em outro candidato, não ficará muito tempo na posição que ocupa, pois a forma com que trata as pessoas, os cidadãos para quem tem a obrigação de governar com igualdade e respeito, além de demonstrar sua mesquinhez e total falta de valores morais como educação, independente do grau de instrução que tenha, demonstra seu real interesse na posição a que concorreu e mais dia, menos dia, a justiça dos homens, e de Deus, se faz”
As razões de José Reinaldo…
Ao propor o “pacto pelo Maranhão”, que ele próprio nunca quis, ex-governador abre espaço para especulações sobre seus reais motivos; mas ele próprio se disse preparado para o patrulhamento
Três dias depois de escrito, o artigo “Pacto pelo Maranhão”, do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) – que, na prática, acena para uma aproximação com o ex-presidente José Sarney (PMDB) – ainda gera forte repercussão no Maranhão e em Brasília.
Mas nenhum dos atores políticos de um lado ou de outro consegue estabelecer uma razão pertinente para o “desabafo” de Tavares, apenas seis meses depois de iniciado o mandato do seu afilhado Flávio Dino (PCdoB).
Nas conversas com a classe política, este blog encontrou quatro possíveis razões:
1 – José Reinaldo pode estar-se sentindo isolado em Brasília como deputado federal, e entende que só a mão de Sarney para reintegrá-lo à política da capital federal;
2 – Ele pode ter sido isolado no governo pela dupla Márcio Jerry/Flávio Dino e está mandando um recado direto para eles, como se dissesse que não tem nenhum problema em tentar voltar ao grupo de onde saiu há 11 anos;
3 – José Reinaldo pode ter chegado à conclusão de que Flávio Dino não tem capacidade para fazer o que disse que iria fazer no Maranhão e teme o custo do erro de ter apostado no comunista;
4 – Por fim, o ex-governador pode ter sido enviado pelo próprio Flávio Dino em busca de um armistício com o grupo Sarney, uma trégua que possa garantir acesso aos combalidos recursos federais.
De uma forma ou de outra, José Reinaldo agiu de caso pensado. E movido por uma destas razões.
Ou todas elas juntas…
Para onde vai José Reinaldo?!?
Ao escrever uma espécie de desabafo no Jornal Pequeno, o ex-governador reconhece, primeiro, a incapacidade do seu afilhado comunista de mudar o Maranhão sozinho; e, depois, faz um mea culpa tardio em relação ao seu próprio padrinho. Mas seu gesto deve ser respeitado como a quebra e um paradigma político
O surpreendente artigo do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) publicado hoje no Jornal Pequeno aponta para dois caminhos.
O primeiro, mostra um Tavares cada vez mais distante de sua criatura, o atual governador Flávio Dino (PCdoB); o outro caminho, retrata um político em busca de redenção com o seu próprio criador, de quem se afastou e amarga hoje as consequências de seus atos.
Não é mais surpresa para ninguém que José Reinaldo hoje já não tem a mesma relação com Flávio Dino – que ele inventou como candidato a deputado federal e criou como candidato a prefeito e a governador, ajudando-o, sem dúvida, a se eleger em 2014.
O distanciamento de Dino pode ser visto em um dos trechos do artigo:
– Aqui falo por mim. Não falo por mais ninguém. Portanto não se trata de qualquer tipo de barganha. Não se trata da oferta de cargos em troca de apoio. Não é, enfatizo, um pacto político. Não se trata, enfim, de troca de favores – afirma o ex-governador. (Leia a íntegra aqui)
O próprio Tavares, há um ano atrás, no mesmo Jornal Pequeno, apontava Flávio Dino como a redenção do Maranhão, o homem capaz de mudar o estado em todos os seu aspectos; o homem capaz de livrar os maranhenses do jugo da oligarquia, que ele via como nefasta.
Hoje, o ex-governador vê “momento de imensa dificuldade”, reconhece que a missão da mudança não será “tarefa fácil” e faz “um apelo ao ex-presidente e àquele político que fascinou a todos os jovens promissores que com ele trabalharam, quando governador e nele acreditaram”, como o próprio José Reinaldo.
Falo por mim, sem medos de patrulhas e de maus entendidos. Não serei eu a ganhar nada me arriscando assim. Será o povo do Maranhão. Mas sei que muitos entre nós pensam como eu. Não estarei sozinho e nem pregando no deserto. Nossa sociedade não perdoará a nós políticos, se não nos unirmos em torno do projeto maior que é o desenvolvimento do Maranhão. Essa é a finalidade maior de estarmos na política, com ou sem mandatos”
Mas é de Sarney que José Reinaldo Fala, não de Flávio Dino. E é este o ponto do novo caminho do ex-governador.
O “pacto pelo Maranhão” proposto por José Reinaldo já havia sido proposto também pelo outro lado.
Pelo próprio Sarney, por João Alberto, Lobão – e até por Lula e por Dilma. Todos ironizados e ridicularizados por este mesmo Tavares, e por seu afilhado comunista cheio de si.
São apenas seis meses de governo Flávio Dino.
E como este próprio blog diz, gestão é como cantiga de grilo: termina sempre do jeito que começa. E o começo do governo Dino mostra que o futuro não guarda muito alegria para o maranhense – inclusive para os que acreditaram na mudança.
Mas, ao invés de críticas, patrulhas ou desabafos, o gesto de José Reinaldo Tavares é digno, sim, de respeito. Digno de reconhecimento pela coragem de assumir um posicionamento de valor histórico imensurável.
O que ele mostra é que não há ninguém melhor que outro, não há “Professores de Deus” na terra e muito menos salvadores da pátria.
É um gesto, sem dúvida, para mudar os paradigmas da política maranhense.
E ele, certamente, não estará falando sozinho…
Historiador lembra riscos da relação asfalto/voto…
Benedito Buzar faz resgate de dois momentos em que as obras e ações foram insuficientes para se transformar em votos em São Luís
O presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, fez um importante resgate histórico da política em São Luís para destacar a importância e os riscos de ações como asfaltamento de ruas em busca de apoio popular.
Intitulado “Mais Asfalto, Menos voto”, o texto publicado na coluna Roda Viva, de O EstadoMaranhão, é uma espécie de alerta ao prefeito Edivaldo Júnior (PTC), ora beneficiado com o programa “Mais Asfalto”, do governo Flávio Dino (PCdoB).
– A prudência manda chamar a atenção do prefeito para o seguinte: asfalto é um serviço que toda pessoa, seja morador urbano ou suburbano almeja ter um dia. Em São Luís, contudo, até onde a vista alcança, asfalto não serviu para dinamizar a máquina eleitoral e nem encheu com votos a barriga de candidato a cargo majoritário ou proporcional – alerta o intelectual.
Buzar cita como exemplo as eleições de 1978 e a de 1985.
No primeiro caso, ele cita a eleição de senador na capital maranhense, em que José Sarney concorria à reeleição pelo PMDB, tendo José Mário Ribeiro da Costa como adversário. O pesquisador faz um elenco das obras realizadas por Sarney na capital maranhense, “que deram à cidade imponência e vigor”.
– Abertas as urnas o que se viu? Para Sarney os votos minguaram, mas para o opositor os sufrágios quase ultrapassaram a barreira do som – lembrou o presidente da AML.
O outro exemplo destacado por Benedito Buzar foi a eleição de 1985, quando Jamie Santana (PFL) tinha o apoio do então prefeito Mauro Fecury, do então governador Luiz Rocha e do próprio Sarney, à época presidente da República.
O historiador lembra que “um audacioso programa foi executado em São Luís, centrado na pavimentação de ruas e bairros”.
– Em tempo recorde, centenas de quilômetros de rua foram pavimentadas – algumas com perfeição, outras nem tanto – para o candidato da Nova República sair ungido das urnas – lembrou Buzar.
Apurados os votos, mostrou-se a vitória de Gardênia Gonçalves, que não havia se comprometido com nenhum asfalto.
Para Buzar, ficou claro que a vitória de Gardênia sobre as máquinas se deu graças ao trabalho do marido, o então senador João Castelo, que, quando governador, havia empregado mais de 40 mil pessoas só em São Luís.
– Foi portanto, emprego, e não asfalto, que a elegeu; e fez Castelo, ao longo de várias eleições, obter, nesta cidade, gigantescas votações – concluiu o acadêmico…
Ditadura, 30 anos depois do fim…
A memória não retém o momento, o clima, a emoção.
Hoje, 15 de março de 1985 é apenas uma data, fonte de tantos julgamentos e versões. O tempo é uma invenção do homem, e as datas redondas nos seduzem a construir o passado.
Na história do Brasil tivemos momentos de grandes inflexões. Mas aquela data será julgada no futuro como um instante em que a história se contorcia. Ela marca o fim de um período marcado por revoluções, golpes de Estado, militarismo – agregação de poder político ao poder militar – e instalação de uma democracia de massa, que o país jamais conhecera.
Um Estado Social de Direito, o exercício pleno da cidadania, das liberdades individuais e dos direitos sociais.
Os que vivem hoje jamais poderão avaliar o que estava em jogo naquela noite de 14 para 15 de março. A nove horas de tomar posse, o abdômen de Tancredo Neves, presidente eleito, começava a ser aberto no Hospital de Base de Brasília. Não se sabia que ali começava o seu martírio e a sua agonia.
A realidade imitava a ficção. O país atônito. Os políticos envoltos em perplexidades não tinham nenhum grupo mobilizado. Reuniam-se improvisadamente na Câmara e no Senado. Os jantares organizados para antecipação da festa se transformavam em desorientação e tristeza. O ministro do Exército comunicava ao chefe da Casa Civil, Leitão de Abreu, que iria voltar ao seu posto de comando e desencadear uma ação para interromper o longo processo da transição.
No meio de tudo isso, dois homens aparecem, mostram grande espírito público e capacidade de gerir crises: Ulysses Guimarães e Leônidas Gonçalves.
Quando, tomado de profunda emoção e saindo de uma depressão que escondi do país durante vários meses, voltado totalmente para o problema humano de Tancredo, disse a Ulysses que não desejava assumir sozinho, ele, rispidamente e mostrando sua fibra de grande chefe, me disse: “Não é hora de sentimentalismos, Sarney. Temos deveres com a nação. Um processo tão longo de luta pelas instituições não pode morrer nas nossas indecisões”.
O general Leônidas, já escolhido ministro do Exército, partiu para ações concretas: “Vamos ao Leitão de Abreu, não para discutir a sucessão, mas para dizer que amanhã, às 10 horas, o vice-presidente, conforme determina a Constituição, irá prestar juramento perante o Congresso e assumir a Presidência até o restabelecimento de Tancredo”.
E assim fez, em companhia de Ulysses e dos senadores José Fragelli e Fernando Henrique Cardoso. As mesas do Senado e da Câmara decidiram no mesmo sentido. O Supremo Tribunal Federal, convocado secretamente pelo presidente Cordeiro Guerra, deliberou que esse era o caminho da Constituição.
Quando me comunicaram as conclusões, às três horas da manhã, eu era um homem batido pelo imprevisto. Tomei posse “com os olhos de ontem” e enfrentei o desconhecido dos anos que estavam à frente.
Passados 30 anos, o brasilianista Ronald Schneider, que estudou as transições democráticas, diz que a do Brasil foi a mais exitosa.
Iniciou-se a Nova República com o lema “Tudo pelo social”.
Enfrentei 12 mil greves, convoquei a Constituinte, implantamos uma democracia social, rompemos com a ortodoxia econômica com o Plano Cruzado, alcançamos a mais baixa taxa média de desemprego de nossa história –3,59%.
Até hoje não se repetiu o crescimento econômico daqueles anos.
Relembro nesta data Tancredo Neves. Afonso Arinos disse: “Muitos deram a vida pelo país, mas Tancredo é o único que deu a sua morte pelo Brasil”.
Esta é a história destes 30 anos de paz social, de alternância de poder e da presença do proletariado nas decisões nacionais.
José Sarney, 84, membro da Academia Brasileira de Letras, foi presidente da República (1985-1990)
A agonia pública do PT…
O Partido dos Trabalhadores completou 35 anos esta semana, envelhecido em ideais, propósitos e propostas.
Partido mais querido do país, segundo as pesquisas de opinião pública, o PT perdeu força popular, desgastou-se ideologicamente e passou a ser identificado com a corrupção em apenas 12 anos de poder.
Aos 35 anos, o PT não é nem sobra do que já foi.
A gestão d presidente Dilma Rousseff ampliou o desgaste já experimentado no fim do governo Lula. E o próprio Lula – figura política mai carismática do país – já começa a sentir os efeitos do desgaste.
Antes poupado nas críticas ao partido, hoje o ex-presidente também é visto como culpado por “tudo isso que está aí” e sabe que “nunca antes na história deste pais” o PT corre o risco de ser apeado do poder de forma humilhante.
Para tentar amenizar o desgaste da imagem, petistas de todo o país tentaram dar às festa de aniversário do partido por todo o país. Era a tentativa de mostrar unidade e força popular.
No Maranhão, com seus mais de 35 mil filiados, a festa petista se resumiu aos mesmos de sempre, que controlam a legenda há anos – e que também têm participação no desgaste da imagem.
Os 35 anos do PT chegam no momento mais difícil do partido.
É como se a legenda estivesse na UTI, respirando com a ajuda de aparelhos.
E tentando sobreviver para viver mais 35 anos.
Mas os tempo são outros…
Devolva-me!
O governo Flávio Dino precisa parar de fazer proselitismo em relação aos acervos históricos do período da nova república. Se há ilegalidade na fundação da Memória Republicana que Dino tenha coragem e decrete seu fim de uma vez por todas; se não há, que assuma o acervo, de caráter nacional
O título acima vem de uma expressão do senador José Sarney.
– Só desejo que se cumpra a lei. Aquele patrimônio era meu e nacional e eu doei ao povo maranhense, com a condição de que seja preservado. Se não quiserem, devolvam-me – afirmou o ex-presidente, em sua coluna dominical no jornal O EstadoMaranhão, do dia 11 de janeiro. (Leia aqui)
No texto, Sarney elenca as leis e decretos-Lei que garantem a concepção nacional dos acervos presidenciais, sejam eles pessoais ou não.
Mas Flávio Dino, insiste em querer fazer média política com a questão da fundação e de outros bens doados ao estado pelo ex-presidente.
Ora, Flávio Dino, se há ilegalidade nas ações da Fundação ou na doação de imóvel ao estado, por que simplesmente não anula dos decretos? Por que, simplesmente, não devolve o acervo ao ex-presidente, que, a partir de então, terá que arrumar novo endereço para colecioná-los?
Ao admitir que aceita conversar com Sarney sobre o acervo (veja aqui), Dino demonstra que não tem a exata convicção do que quer em relação ao acervo do ex-presidente.
E agora cria mais uma situação: quer devolver um imóvel no Centro Histórico, que foi doado ao estado pelo mesmo Sarney. (Leia aqui)
Tome coragem, governador!
Não resolve nada ficar gerando m´dia alugada com a histórica com a história do convento. Se o governador entende que o acervo não serve para o estado, que não tem importância, então que devolva de uma vez por todas ao seu autor.
Pior: se há ilegalidade na concepção da FMRB, então o mais correto e honesto é extingui-la – ou extinguir sua relação com o Estado – e não ficar tentando entendimento com seus autores.
Flávio Dino só tem um caminho: cumprira lei; seja contra ou a favor da fundação.
mas tem que ter coragem para isso…
É preciso compreender o momento…
Com a aposentadoria do senador José Sarney e da ex-governadora Roseana Sarney, o grupo político que ambos lideravam no estado foi extinto. E só com a compreensão desta sentença, governistas e oposicionistas – atuais e futuros – poderão seguir em frente
Editorial
O debate público travado entre a deputada eleita Andrea Murad e o líder do bloco Pelo Maranhão na Assembleia Legislativa, deputado Roberto Costa (ambos do PMDB), mobilizou lideranças peemedebistas e deputados de outras legendas – e até do grupo que ora chega ao poder.
Mas o debate, em si, apenas encerra uma sentença: o grupo Sarney, continuará a existir como ideologia política ou conceito, mas não como agrupamento. Este, encerrou-se com a aposentadoria do senador José Sarney e da governadora Roseana Sarney.
E isso antes mesmo do início da campanha eleitoral.
O que Costa e Andrea fazem agora, é tentar ocupar um vácuo, que outras lideranças ou candidatos a liderança deveriam também estar fazendo.
Manter a ideia de sarneysismo viva – ou ressentir-se da falta de liderança no grupo que o senador e ex-presidente comandou nas últimas décadas – é jogar a própria responsabilidade para o passado.
E isso vale tanto para o grupo do próprio senador quanto para aquele liderado pelo governador eleito Flávio Dino (PCdoB).
Não há mais grupo Sarney.
O que há, ou está prestes a existir, é um novo governo, que inaugurará um novo ciclo. E este novo ciclo terá não só Dino como liderança, mas muitos outros que apostaram em sua ascensão e saberão esperar o momento.
Mas há também a necessidade de oposição, condição precípua para a existência de um governo. E aqueles que perceberem a importância de ser oposição – e sobreviver a ela – também terão lugar no futuro panteão.
É um erro de Flávio Dino continuar a invocar o sarneysismo como um espectro a rondar o seu futuro governo. Também é um erro dos ex-sarneysistas ressentirem-se da ausência de liderança quando, na verdade, o que há é um vácuo de poder, pronto a ser ocupado.
Em política não há espaços vazios.
O que Roberto Costa e Andrea Murad fazem, com absoluta maestria, é tentar ocupar os espaços mais próximos de si.
Reclamar ou ressentir-se, de nada adiantará.
Por que a história segue o seu rumo, agraciando aqueles que sabem acompanhá-la, no poder ou fora dele.
Mas ela também pune os que não sabem olhar pra frente.
É simples assim…
Cafeteira também se despede do Senado…
Ex-prefeito de São Luís, ex-governador, ex-deputado federal, ex-senador e atual senador pelo Maranhão, Epitácio Cafeteira (PTB) fez ontem a sua despedida de seu atual mandato.
– Tenho 90 anos: 52 anos de vida pública. Enquanto a saúde me permitiu, neste segundo mandato que cumpri no Senado, de 2007 até hoje, procurei o convívio fraterno e respeitoso com os parlamentares desta Casa, obtendo deles reciprocidade e carinho. Procurei aprender com os bons, e talvez alguma coisa ensinar, extraída de uma longa e proveitosa experiência de vida – disse o senador, o mais antigo em atividade no Congresso Nacional.
Cafeteira é também um símbolo da política maranhense.
Durante toda a segunda metade dos anos 1900 esteve efetivo na vida público,com embates fortes e atuação destacada, como parlamentar e como executivo.
Poucos conseguiram construir a sua trajetória, mesmo estando, boa parte da vida, na oposição.
– Fui quase tudo na vida pública. O ano de 1963 já me encontrou suplente do deputado federal Pedro Braga. Convocado, a certa altura, a exercer o mandato, o exerci. Segui, desde essa estreia na vida pública, o propósito de bem servir ao Brasil e ao Maranhão – disse o senador maranhense.
A vaga de Cafeteira no Senado será ocupada, a partir de fevereiro, pelo atual vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB)…