Gestão Holandinha

A Secretaria de Trânsito e Transporte deve anunciar em pouco tempo um reajuste nas tarifas de ônibus em São Luís; Mas a população precisa compreender este gesto como necessário para evitar o colapso do sistema, que já está onerado com novos ônibus e reajuste dos motoristas

Canidné já reúne com empre´sarios para discutir o reajuste (imagem ilustrativa)

Este blog tem feito críticas duras e até ácidas à gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC).

Mas é necessário separar as coisas.

A Secretaria de Trânsito e Transporte deve anunciar em breve um aumento no preço das tarifas de ônibus na capital maranhense. Apesar de chato, este blog entende que o aumento deve ser encarado pelo usuário como inevitável para a qualidade do sistema.

Aliás, tão inevitável que este blog já vinha demonstrando há tempos. (Relembre aqui, aqui e aqui)

O custo da operação de transporte na capital maranhense subiu exorbitantemente, sobretudo depois que as empresas foram obrigadas pelo Ministério Público a comprar cerca de 250 novos ônibus – que ficaram defasados exatamente pelos quase de anos sem reajuste ná primeira década dos anos 2000.

Só a compra, gerou um custo operacional de cerca de R$ 3 milhões, sem falar nos mais de R$ 1 milhão com combustível – que aumentou três vezes desde novembro.

E ontem veio o tiro final, com a confirmação do reajuste dos motoristas, na casa dos 8,5%, o que gerou um aumento de mais R$ 1,5 milhão nos custos.

Sem saída, as empresas recorreram à prefeitura, mostrando o risco de um colapso se não houvesse aumento.

E não há o que fazer, até para manter o equilíbrio do sistema e garantir que ele seja bom para todos.

Bom para os trabalhadores, que garantiram reajuste sem necessidade de greve; bom para as empresas, que terão recursos para bancar os custos operacionais e manter a frota em dia.

E, principalmente, bom para o usuário, que terá um sistema com ônibus novos e garantia de novos investimentos.

Por isto, este blog respeita a decisão do reajuste…

Índice foi estabelecido em reunião da categoria com os empresários do Transporte Coletivo, no Ministério Público do Trabalho; cabe agora à prefeitura fazer sua parte, garantindo o equilíbrio do sistema, para que todos ganhem: população, trabalhadores e empresas

Pela primeira vez em muitos anos os trabalhadores do setor de Transporte Coletivo de São Luís conseguiram um reajuste salarial sem a necessidade das famigeradas greves.

Motoristas podem comemorar reajuste

Pelo menos é o que ficou garantido, ontem, em reunião dos sindicatos dos trabalhadores e das empresas de Transporte Coletivo de São Luís, na sede do Ministério Público do Trabalho.

O SET ofereceu 5% de reajuste; os trabalhadores queriam 10%. O MPT estabeleceu 8,5%, que deverá ser homologado pela Justiça do Trabalho antes mesmo da data-base da categoria, que ocorre em maio.

Mas a serenidade nas negociações deverá implicar em um custo, que inevitavelmente, precisa ser repassado às tarifas.

O reajuste aumentará em cerca de R$ 1,5 milhão a folha das empresas, que já tiveram aumento de quase R$ 4 milhões com os novos ônibus e combustível para abastecê-los.

Caberá à prefeitura garantir o equilíbrio do sistema, o que implica, necessariamente, em um reajuste de tarifa – ou formas de compensação, como combate à pirataria e fraudes

E com o equilíbrio, todos ganham: 1) – empresas, com faturamento equilibrado; 2) – trabalhadores, o salários atualizados, e 30 – a população, com ônibus novos rodando no sistema.

É simples assim…

A população é a única a não saber de nada…

O primeiro passo de uma encenação que parece ter virado anual foi dado segunda-feira pelo Sindicato dos Motoristas de São Luís.

Em um comunicado encaminhado ao Sindicato das Empresas de Transporte, a categoria informou que iria paralisar as atividades a zero hora de quarta-feira, alegando, para isso, descumprimento a uma cláusula da convenção coletiva, que garante o pagamento de 40% do salário até o dia 20 de cada mês.

Obviamente, no meio do dia de terça-feira o SET se mobilizou e a greve foi suspensa.

Mas foi só o primeiro passo do teatro na arena do serviço de transporte de São Luís.

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A verdade sobre as tarifas de ônibus em São Luís…

Todo ano, a greve da categoria começa assim, com ameaças de paralisações diárias, com o SET alegando falta de condições de pagar os benefícios trabalhistas e a prefeitura, por intermédio da Secretaria de Trânsito e Transporte, falando grosso, que não admitirá reajuste da tarifa.

Tudo dentro do script.

Lá para maio, data-base dos motoristas, a greve é finalmente deflagrada, e entra em cena outro ator desta ópera-bufa que se desenha ano após ano: a justiça do Trabalho, que surge para regulamentar o índice de reajuste, não sem antes declarar a greve ilegal e realizar inúmeras audiências entre as partes, que se mostram sempre irredutíveis de lado a lado.

E em 2015 há um agravante: a recente compra de quase 200 ônibus pelas empresas, que, segundo o SET, irá onerar os custos da operação em quase R$ 3 milhões mensais, em um buraco que já é de quase R$ 10 milhões por mês.

E em junho fecham-se as cortinas para mais uma temporada do teatro do transporte, com um final já conhecido do público:

E a população paga a conta, com aumento inevitável de passagem…

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão, com ilustração do blog