Ainda liderando a corrida eleitoral e à frente de todos os adversários em eventual segundo turno, candidata do PPS precisa corrigir rumos, superar dogmas – políticos e religiosos – e cobrar posicionamento dos partidos aliados para recuperar força eleitoral
Eliziane tem força e carisma, mas precisa corrigir erros
A deputada Eliziane Gama (PPS) é um fenômeno de carisma e de empatia popular, o que se reflete na sua força pessoal no confronto com os seus dois principais adversários na disputa de um segundo turno pela Prefeitura de São Luís.
Pelo menos é o que revelam não só a pesquisa Exata, mas todas as demais já divulgadas.
Mas Eliziane, mesmo assim, precisa corrigir os rumos políticos para manter a competitividade nesta fase da campanha.
Alguns erros do grupo da deputada levaram à situação de luz amarela que se apresenta na campanha. E precisam ser corrigidos imediatamente.
A própria presença de Wellington na disputa – que tirou boa parte do eleitorado da deputada – é resultado direto da dificuldade que Eliziane Gama tem de formar grupo e valorizar aliados.
Wellington é aliado da candidata pepessista desde as eleições de 2010 – inclusive filiado ao próprio partido dela – mas sempre foi tratado com certo distanciamento.
E foi esse distanciamento que levou o deputado a deixar o PPS e se abrigar no PP.
Partidos aliados
Eliziane também precisa exigir mais dos aliados partidários..
Na relação com o PSDB, por exemplo, cabe a ela estabelecer quando – e como – se dará a escolha do seu companheiro de chapa, evitando crises e desgastes de disputas internas entre tucanos, que precisam, inclusive, estar prontos para abrir mão da indicação em troca de um nome mais importante para o projeto..
O PSB também já deveria ter-se posicionado definitivamente em relação à deputada.
Os socialistas não podem mais empurrar a decisão para tomá-la apenas em um ponto de não-retorno, dentro da conveniência partidária e não da candidata.
Até porque, nesta relação, a dependência do projeto de Roberto Rocha ao projeto de Eliziane é bem maior que a dependência dela ao projeto dele.
Dogmas e vices
Eliziane precisa também superar dogmas – políticos e religiosos – que afastam a classe política e o eleitor mais qualificado do ponto de vista intelectual.
A deputada precisa reabrir diálogo efetivo com partidos como o PR, por exemplo, que tem no vereador Astro de Ogum uma de suas principais lideranças.
A cultura religiosa de Astro não pode ser empecilho à cultura religiosa da candidata.
A mesma questão deve ser levada em conta na relação com PMDB e PV, legendas vinculadas politicamente ao chamado grupo Sarney.
Eliziane não pode temer patrulha anti-sarneysista se o próprio prefeito Edivaldo Júnior (PDT) está cercado por partidos sarneysistas – como DEM, PTB, PSD, Pros e PSC – e nunca foi pressionado pelos aliados do governador Flávio Dino a abrir mão dessas legendas.
Qualquer um destes partidos poderiam dar à candidata do PPS um vice consistente do ponto de vista político-eleitoral, entre eles o próprio Astro, o deputado Adriano Sarney (PV) ou mesmo o vereador Fábio Câmara (PMDB).
Para os especialistas em pesquisas eleitorais, inclusive, a chapa Eliziane/Fábio Câmara sempre foi classificada como uma chapa de dois candidatos, dada à sua representatividade em São Luís.
Eliziane Gama é a favorita na disputa eleitoral na capital maranhense, e isto a própria pesquisa Exata também mostrou.
E cabe apenas a ela própria definir o seu destino…
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