Ao abrir diálogo com o PMDB, candidata do PPS à prefeitura mostra que o interesse pela recuperação da capital está acima das amarras dos interesses de grupos ou lideranças políticas
A postura antipolítica é que torna Eliziane uma política de ponta
A candidata do PPS à Prefeitura de São Luís, Eliziane Gama, acenou com duas questões políticas fundamentais ao abrir diálogo com o PMDB, nesta reta final do prazo das convenções que vão definir o pleito na capital:
1 – Ela ratificou sua independência em relação ao governador Flávio Dino (PCdoB), e, sobretudo, “consórcio de candidatos do Palácio dos Leões”, inventado pelo secretário Márcio Jerry;
2 – Mostrou também, ao elevar o diálogo com os peemedebistas para além da eleição, como membro da base do governo Michel Temer (PMDB), que o seu projeto de poder põe São Luís acima dos interesses eleitorais de grupos.
Neste caminho, Eliziane Gama acena, inclusive, para o surgimento de um novo campo político já no pleito de 2018.
E é em 2018 que o eterno debate engessado “Flávio Dino X Grupo Sarney” deve ser superado por lideranças mais abertas ao diálogo – palavra tão cara aos últimos processos eleitorais, mas que se torna mero jogo de cena na prática do poder.
E este movimento já surgiu, embora obscurecido exatamente pela dicotomia Sarneysistas X antisarneysistas.
Movimento este que se pode ver não só na própria Eliziane, mas também em nomes como o da prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (PTN), e de deputados como André Fufuca (PP), para ficar em dois exemplos.
Ou mesmo em lideranças emergentes, como o próprio vereador Fábio Câmara (PMDB), que tem mostrado dignidade e coragem em nome de um ideal; de Wellington do Curso (PP), destaque da pré-campanha na msma capital em que Eliziane é protagonista.
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O movimento de Eliziane é a ação que se esperou também em quatro anos de gestão do prefeito Edivaldo Júnior (PDT), cuja tutela engessada por Dino, o transformou em um mero boneco de ventríloquo do governador.
No Maranhão não há mais espaços para grupos hegemônicos, que controlam espaços de poder com mãos de ferro e definem o surgimento de lideranças centralizando os caminhos políticos a serem percorridos.
Este tempo já foi superado, embora as lideranças que surgiram após tenham se mantido dentro das mesmas características.
E o perfil de Eliziane é, hoje, o mais adequado, dentre os candidatos a prefeito, a fazer este movimento de rompimento com as tradições do “nós contra eles”, exatamente pelo fato de ela não dispor das características da política tradicional.
O gesto de Eliziane – e o seu diálogo com o PMDB – pode ter sido o mais importante gesto político deste pleito municipal, independentemente de seus desdobramentos.
Talvez até por isso tenha gerado tanta repercussão na pré-campanha…
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