Holandinha: desafios que requerem pulso
De O EstadoMaranhão
A Prefeitura de São Luís está diante de dois desafios que, se não forem vencidos, colocarão a gestão do prefeito Edivaldo Júnior (PTC) numa situação muito delicada.
O primeiro é ordenar o comércio informal na área central da cidade, em especial na Rua Grande.
O segundo é colocar em prática um programa de emergência para renovar, pelo menos em parte, a frota de ônibus que faz o transporte de massa em São Luís.
O primeiro desafio é gigantesco e, de fato, de difícil superação. Motivados pela falta de uma política bem definida da ocupação do espaço público na região central de São Luís, milhares de ambulantes ocuparam as vias públicas daquela região da cidade, se estabeleceram e hoje se julgam proprietários dos “lotes” que mantêm.
A ocupação “comercial” do centro de São Luís não foi devidamente planejada nem controlada.
Durante várias administrações, a situação permaneceu como está, com uma única diferença: o número de ambulantes aumentou.
(…)
O segundo desafio é tão complexo quanto o primeiro, se bem que a Prefeitura municipal dispõe de instrumentos e meios de solucioná-lo sem maiores traumas, dependendo para tanto apenas da vontade política do prefeito Edivaldo Júnior.
Trata-se de mudanças profundas no sistema de transporte coletivo de São Luís.
Base do sistema, as empresas concessionárias das linhas que formam a rede de atendimento ao público encontram-se numa situação delicada, mas também com poder de fogo para criar embaraços respeitáveis à gestão municipal.
Depois de algumas iniciativas nada produtivas, a Secretaria de Trânsito e Transporte anunciou uma ação de emergência para renovar, pelo menos em parte, a frota, que tem 40% dos veículos com mais de 10 anos, quando a Lei Orgânica Município proíbe o uso de coletivos com mais de sete anos no transporte de massa.
As empresas reagiram dizendo que, primeiro, não têm recursos para investir em renovação, porque a própria Prefeitura poda-lhes o faturamento.
E depois porque está anunciado para dezembro um novo processo de licitação das linhas, o que desestimula investimentos agora.
Desenha-se aí um impasse, que poderá ser superado, mas que até nada mudará a situação complicada do sistema do qual dependem cerca de 500 mil pessoas todos os dias.
O fato é que o prefeito Edivaldo Júnior tem nas mãos duas “batatas quentes”, como diz o ditado popular.
Recebeu-as de herança de gestões recentes, que não se preocuparam realmente em buscar soluções.
Preferiram recorrer a medidas paliativas, mesmo conscientes de que mais cedo ou mais tarde as bolas de neve se transformariam em rolos compressores, capazes de esmagar tentativas de solução.
É hora, portanto, da solução definitiva.
Publicado na edição do dia 01/08/2013
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