De Décio Sá a Pacovan: a polícia e a política no Maranhão…

Modus operandi usado nas investigações do agiota assassinado em Zé Doca – com forte pressão de bastidores diante dos resultados que aparecem – é o mesmo usado na morte do jornalista, há 12 anos, e que resultou em um crime nunca elucidado; curiosamente, os mesmos personagens de 2012 também atuam em 2024

 

Pacovan em audiência na Justiça; com ele, empresários e políticos até hoje ligados às castas influentes do poder no Maranhão

Editorial

A morte do jornalista Décio Sá, ocorrida em abril de 2012, jamais foi elucidada; esta não é uma opinião, é uma sentença.

Ao longo dos últimos 12 anos, este blog Marco Aurélio d’Eça já mostrou – com base em documentos, relatos e testemunhos – onde e como a morte do jornalista foi tramada e quem foram os responsáveis pela trama. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e também aqui)

A morte do agiota Josival Cavalcante Silva, o Pacovan, caminha para o mesmo resultado, com uma forte influência política nas investigações policiais, guerra de poder que já resultou, inclusive, na queda do delegado-geral Jair Paiva.

À época da morte do jornalista Décio Sá o secretário de Segurança Pública do Maranhão era o agora deputado federal Aluísio Mendes (PRB), responsável direto pela condução das investigações que levaram à farsa que dura até hoje; coincidência ou não, Aluisio é um dos padrinhos do atual chefe da SSP, Maurício Martins, que comanda as investigações do caso Pacovan. (Veja aqui)

Curiosamente, há muitas ligações entre a morte de Décio Sá e as atividades de Pacovan, que envolvem policiais, empresários e políticos, muitos políticos maranhenses. (Veja aqui, aqui e aqui)

O nome de Pacovan ressurgiu publicamente em julho de 2023, quando da morte do agente de Trânsito Wiriland de Oliveira, na feira do João Paulo, executada pelo também agiota Edgar Costa Nogueira, o Carioca, supostamente por uma discussão de trânsito; a Mercedes Benz que Carioca usava pertencia a outra pessoa, presa na Ceasa, epicentro das operações de Pacovan.

Esta história foi contada por este blog Marco Aurélio d’Eça no post “Polícia desencadeia novas ações contra agiotagem no Maranhão”, mas o dono da Mercedes nunca foi revelado.

Há pelo menos duas semanas, blogs e portais de notícias do Maranhão dão como certa a elucidação da morte de Pacovan, inclusive com divulgação de nomes e suspeitos; mas a polícia ainda resiste a divulgar as informações oficiais, gerando uma forte disputa de poder dentro da Secretaria de Segurança.

E nos bastidores os mesmos personagens da política tentando influenciar os resultados.

Exatamente como ocorreu no caso Décio Sá…

Doze anos depois, caso Décio Sá pode ser todo anulado….

Incidente de Ilicitude protocolado no Tribunal do Júri em fevereiro deste ano mostra que as provas básicas que embasaram a acusação contra os supostos autores intelectuais do crime foram irregularmente forjadas pela polícia e chanceladas pelo Ministério Público, o que pode levar ao livramento de todos os acusados – incluindo o próprio assassino confesso Jhonatan de Souza – e gerar mais um crime sem solução no Maranhão

 

Da esquerda para a direita: Júnior Bolinha, Fábio Buchecha, José Miranda e Gláucio Alencar, todos hoje em liberdade e nunca julgados pelo caso Décio Sá

Completando 12 anos nesta terça-feira, 23, o assassinato do jornalista Décio Sá será fatalmente anulado se a justiça maranhense seguir rigorosamente o protocolo e acatar os documentos elencados no Incidente de Ilicitude de Prova nº 0006555-79.2020.8.10.0001-Júri, protocolado na 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís em 14 de fevereiro deste ano.

Interposto às vésperas do primeiro Júri Popular do caso, o do ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha – apontado como contratante do assassino – o Incidente elenca uma série de provas documentais, áudios, vídeos, resultados de perícias, escutas telefônicas e imagens que mostram a manipulação da polícia para apontar supostos culpados.

Este incidente processual já teve imediatamente duas consequências:

  • 1 – o promotor que acompanhou o caso desde o início, Rodolfo Soares Reis, declarou-se suspeito e “sem a necessária isenção para prosseguir no caso”;
  • 2 – o Júri Popular de Júnior Bolinha, marcado para o dia 4 de abril, foi cancelado pelo juiz Gilberto de Moura Lima.

Estes dois fatos foram registrados com exclusividade por este blog Marco Aurélio d’Eça – que teve acesso ao documento encaminhado à Justiça – no post “Promotor se declara suspeito e primeiro Júri Popular do caso Décio é cancelado…”.

– Ninguém pode ser investigado, denunciado ou condenado com base, unicamente, em provas ilícitas, quer se trate de ilicitude originária, quer se cuide de ilicitude por derivação. Qualquer novo dado probatório, ainda que produzido, de modo válido, em momento subsequente, não pode apoiar-se, não pode ter fundamento causal nem derivar de prova comprometida pela mácula da ilicitude originária – diz o Incidente de Ilicitude, assinado pelo advogado Aldenor Cunha Rebouças Júnior. (Leia a íntegra aqui)

 

Assassino confesso, Jhonatan de Sousa é o único já condenado pelo caso Décio, mas ele também pode ser beneficiado pela anulação de todo o processo

O documento protocolado na justiça maranhense mostra documentadamente fraudes na investigação da polícia, à época comandada pelo hoje deputado federal Aluisio Mendes (PRB); o principal fundamento originário da acusação – que levou à declaração de suspeição do promotor Rodolfo, é o suposto testemunho do personagem Valdêmio José da Silva.

  • Valdêmio José da Silva foi apresentado por Aluisio Mendes como a principal testemunha contra Jhonatan de Sousa e os demais acusados, incluindo o agiota Gláucio Alencar, seu pai, José Miranda, o próprio Júnior Bolinha e outros acusados que depois foram retirados do processo;
  • Valdêmio foi declarado morto pela polícia, em uma suposta execução na Vila Pirâmide revelado em um obscuro relato à imprensa, sem vítima, sem corpo sem enterro e sem família do suposto morto, que nunca mais foi visto.

Este blog Marco Aurélio d’Eça havia questionado a existência de Valdêmio José da Silva ainda no início das investigações, e manteve sua posição ao longo dos anos, numa série de posts relacionados abaixo:

O Incidente de Ilicitude de Provas já paralisou todo o processo, até que seja analisado em todas as instâncias da Justiça, como registra o próprio documento encaminhado à Justiça.

– Enquanto tramitar o incidente de ilicitude, não poderá haver sentença de mérito no processo principal, sob pena de gerar nulidade futura, por desconsideração de prova importante ou por consideração de prova ilícita – diz o autor.

 

Além de paralisar o processo, este incidente deve anular toda a investigação do caso Décio, livrar os supostos mandantes, impedir novas investigações que levem aos verdadeiros mandantes e anular até mesmo o Júri do assassino Jhonatan de Souza.

E lá se vão 12 anos sem o jornalista Décio Sá… 

Alvo de Junior Bolinha em 2023, empresário é morto em São Luís…

Um ano depois de sofrer um atentado a mando do acusado de ser o agenciador da morte de Décio Sá é executado em uma barbearia no Anjo da Guarda exatamente na véspera do 12º aniversário de morte do jornalista

 

Felix Mendes, o Felinho, foi morto nesta segunda-feira, 22, um ano depois de sofrer atentado que resultou na morte do seu filho

O empresário e agricultor Félix da Silva Mendes Filho, o “Felinho”, foi executado na manhã desta segunda-feira, 22, em uma barbearia do Anjo da Guarda.

A informação é do jornalista Domingos Costa. (Leia aqui)

Em abril de 2023, Felinho sofreu um atentado em seu racho, na Vila Maranhão, ocasião em que executaram o seu filho,  Marcelo Mendes Martins; este blog Marco Aurélio d’Eça publicou a informação, à época, com o título “Assassino do Tech Office envolvido em outra execução”.

De acordo com a polícia, o atentado de 2023 fora encomendado pelo ex-empresário Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o agenciador do pistoleiro Jhonatas de Souza, que executou o jornalista Décio Sá na noite do dia 23 de abril de 2012; 

Júnior Bolinha deveria ter enfrentado o Júri Popular pela morte de Décio Sá no último dia 4 de abril, mas o julgamento foi suspenso por causa de um documento que aponta irregularidades na obtenção das provas apresentadas pela Polícia e pelo Ministério Público nas investigações do crime contra o jornalista.

A anulação dessas provas pode levar, inclusive, à anulação de todo o caso Décio Sá, como este blog Marco Aurélio d’Eça revelou, com, exclusividade, no post “Promotor se declara suspeito e Júri do caso Décio com Júnior Bolinha é cancelado…”. 

O assassinato de Décio Sá completa 12 anos nesta terça-feira, 23…

Promotor se declara suspeito e Júri do caso Décio com Júnior Bolinha é cancelado

Representante do Ministério Público no processo, Rodolfo Soares dos Reis encaminhou à 1ª Vara do Tribunal do Júri petição em que se declara “sem a necessária isenção para prosseguir no caso”, após apresentação de Incidente Processual de Ilicitude que pode anular toda a investigação da morte do jornalista, inclusive a própria denúncia contra os acusados, por ter sido baseada em provas obtidas ilegalmente ou por manipulação policial

 

Uma das operações aleatórias da polícia para tentar elucidar o caso Décio Sá, com escuta de blogueiros, jornalistas, políticos e empresários

O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri Gilberto de Moura Lima determinou a retirada de pauta do julgamento do ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o contratante do assassino do jornalista Décio Sá; o Júri estava marcado para o dia 4 de abril, como revelou este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “12 anos depois primeiro acusado da morte de Décio Sá vai a Júri popular…”.

A decisão do juiz de cancelar o Júri se deu após decisão do promotor Rodolfo Soares Reis, de declarar-se suspeito para atuar no processo, uma vez que, segundo ele próprio, “considerando o conhecimento de causa superveniente, não mais se sente com a necessária isenção para prosseguir atuando neste Processo-crime”.

Rodolfo Reis atuou em diversas fases do processo, com várias manifestações nos autos; no documento encaminhado ao juiz, o promotor não detalha os motivos de sua suspeição e diz apenas que teve “conhecimento de causa superveniente”.

Mas este blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso ao Incidente de Ilicitude nº 0006555-79.2020.8.10.0001 – Júri, interposto pela defesa de Júnior Bolinha, que além de levar ao adiamento de seu Júri,  pode, inclusive, anular todo o processo do caso Décio Sá, desde o início das investigações até a denúncia feita pelo Ministério Público.

O documento mostra ao juiz Gilberto de Moura Lima – com base nos próprios relatórios da polícia – que toda a investigação comandada pelo então secretário de Segurança Aluisio Mendes, hoje deputado federal, se norteou por uma interceptação telefônica ilegal contra Fábio Roberto Cavalcante Lima e Valdênio José da Silva, baseado em uma denúncia anônima de que seriam eles os assassinos.

Ocorre que os dois sequer foram citados na denúncia, nenhum dos denunciantes é listado nos autos e não há documento que tenha autorizado a interceptação de seus telefones, o que torna o conjunto de provas da polícia toda ilícita.

– Beira o surreal que um aparelho celular apreendido na posse de VALDÊNIO e FÁBIO ROBERTO, com exames residuográficos negativos, não reconhecidos e sequer denunciados, sirva de caminho a indivíduo jamais identificado e inquirido (Raimundão). (…) É imprescindível que a polícia técnica maranhense emule os fatos, que mais parecem um conto fantástico ou uma sorte investigativa proporcional ao acerto da megasena da virada – provoca o Incidente de Ilicitude, em sua página 17.

Decisão do juiz Gilberto Moura cancelando o Júri com Júnior Bolinha, após declaração de suspeição do promotor que atuava no caso

É a primeira vez em 12 anos que o personagem Fábio Roberto Cavalcante Lima surge no caso Décio Sá; Já Valdênio José da Silva é uma figura misteriosa que este blog Marco Aurélio d’Eça questionou desde o início; abaixo alguns dos posts sobre ele:

O Incidente de Ilicitude anexado ao processo do caso Décio já suspende, de imediato, toda as tramitações, que só poderão voltar a correr – inclusive eventuais julgamentos – após estas questões serem solucionadas na Justiça; no mérito, ele pede a anulação de todos os atos do processo, incluindo investigações, denúncias, pronúncia a Júri e julgamentos.

A morte de Décio completa 12 anos no próximo dia 23 de abril.

Alguns dos crimes pelos quais respondem os acusados já até prescreveram por falta de julgamento; e se todo o caso for anulado, os demais crimes também caminharão para a prescrição e ninguém pagará por eles.

Principalmente os verdadeiros autores…

12 anos depois, primeiro acusado pela morte de Décio Sá vai a Júri Popular…

Justiça marcou para o dia 4 de abril o julgamento em Conselho de Sentença de José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o agenciador do pistoleiro Jhonatan de Sousa, que matou o jornalista em abril de 2012, em um crime que chocou toda a sociedade maranhense; o acusado pode revelar novos nomes durante o Tribunal do Júri

 

Jhonatan de Sousa (à esquerda) teria sido contratado por Júnior Bolinha para matar Décio Sá; agenciador irá a Júri Popular em 4 de abril

O Tribunal do Júri marcou para o dia 4 de abril o julgamento do ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o agenciador do assassino do jornalista Décio Sá; Bolinha é o primeiro dos quatro acusados pela trama contra o jornalista a sentar no banco dos réus, mas ele contesta a versão da polícia e aponta outros mandantes do crime.

Décio Sá foi morto no dia 24 de abril, em um restaurante da Avenida Litorânea; as investigações da polícia – à época sob o comando do hoje deputado federal Aluisio Mendes (Republicanos) – apontou como mandantes os empresários e agiotas Gláucio Alencar e José Miranda (já falecido), tendo Bolinha como o contratante do matador Jhonatan de Souza, que este blog Marco Aurélio d’Eça também já apontou como uma farsa.

Este blog Marco Aurélio d’Eça sempre contestou a versão da polícia; em uma carta encaminhada a vários veículos de imprensa – cuja autenticidade foi atestada por ele próprio – Júnior Bolinha aponta outros mandantes para a execução, o que ele deve repetir durante o Juri Popular do dia 4 de abril.

Além de Gláucio Alencar, José Miranda, Júnior Bolinha e Jhonatan de Sousa, também foram apontados como envolvidos no crime o bon vivant Fábio Bocheca e o hoje coronel da Polícia Militar Fábio Capita, que segundo as investigações era o dono da arma usada pelo assassino.

À exceção de Jhonatan de Souza, nenhum dos envolvidos está preso; e alguns seguem a vida normal em sociedade.

Não há previsão de julgamento dos demais acusados…

Caso Décio Sá: um crime sem solução…

Numa das mais escandalosas manipulações da história do Maranhão, polícia, Ministério Público e Judiciário se uniram para criar uma narrativa que agradasse aos poderosos de plantão, muitos dos quais o próprio jornalista dedicava devoção absoluta

 

Décio Sá: injustiçado esquecido por aqueles que ele aplaudia

A morte do jornalista Décio Sá é, até hoje, passados 11 anos, um crime com corpo e sem cabeça.

A polícia, o Ministério Público e o próprio Judiciário se juntaram para criar uma teia que agradasse aos poderosos de plantão, muitos aplaudidos em vida pela própria vítima, hoje esquecida até por pessoas próximas, a quem ele dedicou anos de sua existência.

Sob a tutela do hoje deputado federal Aluisio Mendes, a investigação do assassinato de Décio Sá foi montada claramente para livrar o mandante, apontando um bode expiatório chamado Gláucio Alencar, a quem muitos poderosos deviam e precisavam tirar de circulação.

Mas o agenciador do pistoleiro Jhonatan de Souza, foi Junior Bolinha, que trabalhava, bebia e vivia em volta do empresário Marcos Túlio Regadas.

A arma usada pelo assassino pertencia ao capitão da PM Fabio Aurélio, o Fábio Capita, que era segurança de… Marcos Túlio Regadas.

E a rota de fuga do assassino foi montada a partir do Jeep Clube de São Luís, à época coordenado pelo próprio Capita.

O próprio Júnior Bolinha escreveu carta em que aponta Regadas como mandante do assassinato, fato totalmente ignorado por policiais, juízes e promotores que cuidaram do caso.

Empresário poderoso, dono da Franere, do Golden Shopping e do Rio Anil Shopping, Regadas era sogro de ninguém menos que Tati Lobão, neta do então senador Edson Lobão. Era um homem que frequentava as altas rodas, financiava campanhas eleitorais e tinha relações com clãs poderosos do Maranhão, tanto no Executivo quanto no Judiciário.

Gláucio era um empresário da construção, mas sua atividade principal era a agiotagem; financiava prefeitos, vereadores, deputados, juízes, promotores, policiais e criminosos de toda sorte.

Muita gente o devia; muita gente ganhou com sua prisão pela morte de Décio.

A história contada por Aluísio Mendes agradou aos poderosos, beneficiou empresários e tirou de circulação o incômodo chamado Gláucio Alencar.

Hoje, Décio Sá é assunto proibido na roda de conversas até de gente que se dizia próxima.

E o crime segue sem solução…

Oito anos sem Décio Sá: tudo no mais absoluto silêncio..

À exceção do assassino Jonathan de Sousa – bode expiatório de uma trama que abalou a imprensa maranhense – morte do jornalista continua com envolvidos todos livres, leves e soltos e com as mesmas práticas influenciando o poder

 

A imagem de Gláucio Alencar livre, no mesmo local onde Décio foi assassinato, é símbolo da falta de conclusão no caso da morte do jornalista

O assassinato do jornalista Décio Sá completa oito anos nesta quinta-feira, 23.

E o efeito prático das investigações foi ter levado à prisão e condenação apenas do assassino, Jonathan de Souza.

Oito anos depois, todos os envolvidos no crime estão hoje a curtir a vida, livres, leves e soltos, sem preocupação alguma em voltar aos bancos dos réus ou à cadeia.

Gláucio Alencar, seu pai, José Miranda, o ex-empresário Júnior Bolinha, o agenciador de serviços diversos Fábio Buchecha, e o agora coronel PM Fábio Capita estão todos a passear alegremente pela vida, livres e sem perspectiva de punição da Justiça maranhense, que parece também fazer de conta que o caso não se encontra em seus escaninhos.

O sorriso cínico do assassino Jonathan de Souza diz muito do processo envolvendo a morte de Décio Sá, esquecido nos arquivos da Justiça

A morte de Décio abalou a comunicação de internet em seu auge, quando a mídia caminhava para uma postura mais pessoal diante dos fatos.  

E este abalo foi o único efeito prático da investigação da morte do jornalista.

Nada mais mudou.

A agiotagem continuou a dar as cartas na política maranhense, a relação de criminosos com poderosos continuou a grassar no sistema empresarial e muitos dos que se beneficiaram de Décio continuaram a se beneficiar de outros agentes da mídia.

Tudo segue na mais absoluta normalidade do caos, com acusados celebrando julgadores, medíocres tentando ocupar o espaço deixado pelo jornalista e incompetentes chegando ao poder político.

Apenas Décio Sá acabou perdendo nesta história toda.

Pior: perdeu a própria vida…

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Caso Décio Sá: sete anos depois…

Prestes a completar mais um aniversário, assassinato do jornalista tem apenas dois condenados presos, uma série de envolvidos soltos e um outro grupo de suspeitos que a polícia – e a Justiça – se recusam a falar sobre

 

ESTES HOMENS FORAM PRESOS COMO MANDANTES DO ASSASSINATO DE DÉCIO SÁ; hoje, todos estão livres

Editorial

Desde a semana passada, blogs maranhenses vêm noticiando um inquérito, pedido de inquérito ou petição judicial – seja lá o que for – correndo em segredo de Justiça e dando conta de supostas reviravoltas na morte do jornalista Décio Sá.

Curiosamente, o assunto vem à tona com a proximidade do sétimo aniversário de morte do jornalista, no dia 23 de abril.

O retomada do caso foi noticia agora primeiro pelo blog Atual7, depois por César Bello e em seguida por Neto Ferreira.

O blog Marco Aurélio D’Eça já havia tratado do mesmo assunto no início de 2018, em três postagens relacionadas. (Relembre aqui, aqui e aqui)

EXPOSTO À MÍDIA NACIONAL, JHONATAN DE SOUSA VIROU POP STAR DO CRIME, mas é o único acusado a estar preso

Décio Sá foi assassinado em um restaurante na Avenida Litorânea pelo pistoleiro confesso Jonathan de Sousa; a partir do assassino, a polícia abriu uma linha de investigação que levou à prisão de outras 12 pessoas, entre supostos mandantes, articuladores e contratantes, que chegaram a ser presos, denunciados e pronunciados.

Todos, à exceção de Jonathan, já estão soltos, muitos dos quais envolvidos em outros crimes. (Saiba mais aqui, aqui e aqui)

O blog Marco Aurélio D’Eça nunca acreditou na versão da Polícia para o assassinato de Décio Sá, endossada pelo Ministério Público e até por membros do Judiciário.

E mantém sua posição até hoje, pelas mesmas razões que podem ser relidas aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

ÚLTIMO A DEIXAR A CADEIA, JÚNIOR BOLINHA É O INÍCIO DA REVIRAVOLTA NO assassinato do jornalista Décio Sá

A possível retomada do caso, como mostraram Atual7, César Bello e Neto Ferreira, seria uma luz sob algo nebuloso, em que suspeitos são tratados como testemunhas, pronunciados recebem promoção em seus órgãos públicos e muitos, mas muitos suspeitos são tidos como gente de bem.

Mas o blog já recebeu até informações de que o delegado responsável pela oitiva das novas testemunhas e de velhos acusados já teria até sido substituído e mandado para uma delegacia de bairro.

O fato é que Décio Sá é o único punido neste caso até agora. Mesmo porque, o assassino, ainda hoje, posa de popstar da cultura policial.

E suspeitos de todos os “quilates” andam por aí ainda hoje.

Fazendo o mesmo que faziam há sete anos…

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Agora livre, Gláucio Alencar vai a morro na Litorânea…

Empresário acusado de ser o mandante da morte do jornalista Décio Sá ganha direito de sair às ruas e posta foto em uma das dunas que podem ter servido de rota de fuga do assassino Jhonathan de Sousa

 

Gláucio Alencar em um dos morros da avenida Litorânea: oração a Deus….

O empresário Gláucio Alencar – acusado de ser o mandante da execução do jornalista Décio Sá, em 2012 – foi ontem, pela primeira vez em cinco anos, à praia onde ocorreu o crime.

Em prisão domiciliar desde 2016, Alencar ganhou o direito a sair às ruas por decisão do desembargador José Luiz Oliveira de Almeida, que considerou o “excesso de prazo” de sua prisão cautelar, argumentada pelo advogado Aldenor Rebouças.

– A primeira coisa que eu fiz foi agradecer a Deus, orando no monte da Litorânea para pagar uma promessa que eu havia feito quando estava preso – contou Gláucio Alencar, em sua página no Facebook.

O empresário foi preso em 13 de julho de 2012 e pronunciado a Júri Popular em 2013. Mas seus recursos nunca foram julgados pela Justiça – alguns encontram-se no Superior Tribunal de Justiça – o que caracterizou o excesso entendido por Luiz Almeida.

O empresário com a mãe enferma; direito concedido pela Justiça maranhense

A prisão de Gláucio Alencar como mandante do assassinato de Décio sempre foi questionada, inclusive por este blog, que apontou outras linhas de investigação com maior nexo causal. (Releia aqui, aqui e aqui)

Ao decidir pela liberdade do acusado, o desembargador citou também o estado de sua mãe, que encontra-se internada com problemas graves de saúde.

Ao poder sair de casa, o empresário também visitou a mãe no hospital…

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Quatro anos depois, Polícia Federal mantém silêncio sobre inquérito contra Pedro Meireles…

Delegado foi acusado de participar de suposto esquema de achaques a prefeitos e agiotas – ao lado do advogado Ronaldo Ribeiro – e a PF passou a investigá-lo em julho de 2012, mas nunca apresentou qualquer resultado da investigação

 

Décio Sá em uma das entrevistas com Pedro Meireles; da antipatia à amizade em pouco tempo...

Décio Sá em uma das entrevistas com Pedro Meireles; da antipatia à amizade em pouco tempo…

seloUm inquérito de investigação da Superintendência da Polícia Federal no Maranhão vai completar quatro anos, daqui a exatos 30 dias, sem qualquer resultado anunciado pela instituição.

Trata-se de uma investigação contra o delegado Pedro Meireles, que foi aberto em 26 de julho de 2012, segundo nota da própria PF maranhense. (Relembre aqui)

À época, Meireles era o bam-bam-bam da Polícia Federal no Maranhão, tido como desarticulador de esquemas de corrupção envolvendo diversas prefeituras. Até surgir a suspeita de que ele comandava, na verdade, um esquema de corrupção e achaques a prefeitos e agiotas, envolvendo o agiota Gláucio Alencar e ainda o advogado Ronaldo Ribeiro, seu amigo de infância.

As suspeitas contra o delegado vieram à tona durante as investigações do assassinato do jornalista Décio Sá.

As investigações da Polícia Civil maranhense deram de cara com um esquema – denunciado pelos próprios prefeitos – envolvendo Gláucio, Ronaldo e Meireles, que consistia em livrar a cara de suspeitos de corrupção nas prefeituras, em troca de pagamento de propinas.

A delegada-geral de Polícia Civil, à época, Cristina Menezes, chegou a afirmar ver indícios de ligação de Meireles com agiotagem.

Leia também:

Porque Ronaldo Ribeiro ligaria para Pedro Meireles?!?

A relação de Décio Sá e Pedro Meireles…

A demorada investigação da PF contra Pedro Meireles…

Ronaldo com Meireles no velório de Décio: "amigos de infância"

Ronaldo com Meireles no velório de Décio: “amigos de infância”

O próprio Ronaldo Ribeiro passou a ser investigado no caso Décio, sob suspeita de que as negociações para pagamento do executor tivessem sido feitas em seu escritório. (Relembre aqui)

Um ano depois da investigação, em 2013, a PF ainda tergiversava quando questionada sobre a investigação contra o seu delegado.

– A Polícia Federal tem uma preocupação muito grande em não levantar falsas hipóteses; então a Polícia Federal busca apurar e comprovar. O que está sendo feito hoje é buscar comprovar tudo aquilo que foi dito. Se algo do que foi dito que implicar em responsabilidade for característica para justificar, o afastamento do cargo haverá sem dúvida. Agora, a Polícia Federal tem uma preocupação muito grande de trabalhar em cima de fatos e não em cima de possibilidades – ponderou, em 3 de maio de 2013 o então o superintendente da PF no Maranhão, Cristiano Sampaio. (Releia aqui)

O próprio titular deste blog foi ouvido em um inquérito sobrestado ao de Pedro Meireles, mas a Polícia Federal jamais deu qualquer notícia a respeito da investigação contra o delegado.

E o caso já completou quatro anos, expirando prazo legal até para eventual ação judicial contra os envolvidos.

Meireles segue na Polícia Federal, Gláucio continua preso, Ribeiro continua a atuar como advogado e o crime contra Décio continua a tramitar.

Sem previsão de julgamento…