Gastão rebate a artigo de José Reinaldo
O deputado federal Gastão Vieira encaminhou mensagem ao blog na qual pondera pontos do artigo de José Reinaldo Tavares (PSB), publicado semana passada no Jornal Pequeno.
É o segundo deputado a contrapor os argumento de Tavares, segundo os quais o Maranhão cersceu entre 2004 e 2009 gaças ao seu governo e ao de Jackson Lago (PDT).
– Ilude-se o ex-governador ao considerar como inteiramente seu o crédito pelos avanços obtidos pelo Maranhão no período que foi chefe do poder executivo. Como homem público experiente ,sabe que o desempenho do Estado em um dado período é resultado, principalmente,das reformas estruturais adotadas anteriormente, que demoram para frutificar – argumenta Gastão Vieira.
No sábado, o deptuado Pedro Fernandes (PTB), também em entrevista neste blog, já havia mostrado, com dados técnicos, os fatores que contribuiram para o crescimento do Maranhão. (Releia aqui)
Leia abaixo, a íntegra da resposta de Gastão Vieira:
“Caro Marco D’Eça
A respeito do artigo do ex-governador José Reinaldo, que tem como base o discurso que fiz recentemente na Câmara dos Deputados,quero ponderar alguns pontos:
1) A tecla é sempre uma só: o Maranhão é dominado por uma “oligarquia”,responsável por tudo de ruim que ocorre no Estado . Quando a “oligarquia”está no poder,nada dá certo,o PIB não cresce,a pobreza aumenta,educação e saúde sofrem e por aí vai…..quando a “oligarquia”está fora,tudo vai bem.Quanta ingenuidade! Que argumentação simplória, mesmo assim resta prová-lá, o que ainda não vi ninguém fazer.
2)Para todos os defensores desta “tese”,inclusive o ex-governador, o que ocorre no Maranháo nada tem a ver com o que ocorre no Brasil e no resto do mundo. Nada tem a ver com o processo histórico de crises,em prazo mais remoto,que remonta ao fim do século 19 e início do século 20.Nada tem a ver com as características específicas da região( o Nordeste que também enfrenta muitas dificuldades para crescer). Nada tem a ver com reformas que demoram
muitos anos para frutificar (freqüentemente excedendo o período de uma gestão de governo).A única variável relevante para definir o desempenho do Maranhão é a tal da “oligarquia”.
3) De fato, seria ocioso negar que, segundo indicadores importantes, o Maranhão exibiu desempenho bom no período 2004-2009, assim como já tinha exibido bom desempenho em outros períodos.Nenhum maranhense em sã consciência pode ficar descontente quando vê o seu Estado crescer e avançar, independentemente de quem ocupa no momento o Palácio dos Leões. Mas, já é tempo de abandonarmos este conceito simplório de achar que o que ocorre ao longo de um período é fruto exclusivo das ações adotadas naquele período.Ilude-se o ex-governador ao considerar como inteiramente seu o crédito pelos avanços obtidos pelo Maranhão no período que foi chefe do poder executivo. Como homem público experiente ,sabe que o desempenho do Estado em um dado período é resultado, principalmente,das reformas estruturais adotadas anteriormente, que demoram para frutificar.
4) Quanto a questão da renda monetária de boa parte da população rural, uma coisa é dizer que ela é contabilizada como inexistente , nula pelo IBGE,nenhuma novidade aí de que isso distorce a medida do
PIB. Trata-se de opinião técnica de especialistas da ONU, do Banco Mundial e do própio IBGE, e considerados como fatos na literatura relevante.Outra coisa muito diferente é dizer que a população rural ” vive bem , apenas não utiliza dinheiro….”. ignoro a razão e a metodologia que autorizou o ex-governador a identificar as duas situações como idênticas.
5) A premissa que presidiu meu discurso é de que o debate sobre a situação do Maranhão é necessário e saudável , mas deve ser mantido em nível elevado, respeitoso , sem preconceitos e ressentimentos pessoais. Infelizmente, náo foi o que vi na mal feita reportagem da Veja.
Com respeito e estima ao seu blog e ao ex-governador,
Cordialmente,
Gastáo Vieira”
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