Embora ainda tímido, Weverton quebra o silêncio…

Exatamente 15 dias depois de este blog Marco Aurélio d’Eça apontar a apatia da oposição maranhense neste início do governo Brandão, senador pedetista vem ao Maranhão e dá entrevista crítica com forte repercussão, sinal de que há um setor da sociedade que grita contra a hegemonia no poder

 

Carla Lima com Weverton: primeira voz dissonante ao absolutismo no Maranhão, ainda que tímida, encontra eco em parte da sociedade

Análise da notícia

No dia 6 de junho, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o Ensaio “O Silêncio da oposição maranhense…”.

Trata-se de uma exortação às lideranças que disputaram o Governo do Estado em 2022 e esão apáticas diante da dominação de espaços de poder pelo governo Carlos Brandão (PSB).

– Teoricamente alçados à condição de contrapontos ao atual governo, os ex-candidatos Dr. Lahésio Bonfim e Weverton Rocha mostram-se alheios ao debate político maranhense, deixando os questionamentos apenas com Simplício Araújo, único que se mantém vigilante em relação ao governador Carlos Brandão – afirmou o post, em seu subtítulo.

Exatamente 15 dias depois, na última quinta-feira, 22, o senador Weverton Rocha (PDT) deu sua primeira entrevista – à jornalista Carla Lima, do portal Imirante.com – assumindo este papel de contraponto.

– O estado está parado! – é o resumo do que disse o senador pedetista.

A declaração de Weverton teve forte repercussão midiática nas horas e dias que se seguiram à entrevista, sinal de que o blog Marco Aurélio d’Eça tinha razão ao alertar para os riscos de uma hegemonia política no estado.

Aliás, esse alerta começou bem antes, ainda em fevereiro, no post “Sem oposição não há democracia…”.

Sem entrar no mérito do certo ou errado na fala do senador, a repercussão de sua entrevista mostra que a sociedade anseia por este contraponto, pela quebra de hegemonia; ou, pelo menos, de esperança que se possa respirar sem os grilhões do absolutismo.

É claro que a postura do senador pedetista ainda é tímida, e se reflete exatamente no momento vivido pelo seu partido, o PDT, cujos parlamentares – deputados e vereadores – não encontraram ainda um caminho que reforce a identidade do partido. 

A oposição maranhense – da qual o PDT é o símbolo maior no estado desde os tempos de Jackson Lago – ressentiu-se por quase 50 anos da hegemonia política do chamado grupo Sarney, que dominava mídia e empresariado; Ministério Público e Poder Judiciário. 

A história da oposição em São Luís também foi retratada no blog Marco Aurélio d’Eça, em 2015, em uma série de posts, republicados todos juntos em 2017 no post “30 anos de oposição em São Luís…”.

Muitos destes oposicionistas estão hoje – ao lado do que restou do próprio grupo Sarney – fortalecendo a hegemonia dos novos inquilinos do Palácio dos Leões.

A grita ainda que claudicante de Weverton Rocha é, sem dúvida, uma luz no fim do túnel para o equilíbrio no debate político no Maranhão.

Por que, como se sabe, é o debate que gera o conhecimento…

Lacrador nas redes sociais, Flávio Dino tem pouca ação efetiva no Ministério da Justiça

Ministro maranhense do governo Lula passa o dia em postagens no Instagram, Twitter e outras ferramentas de internet em bate-boca com bolsonaristas, gente de extrema direita e adversários políticos de todos os tipos, que reagem no mesmo tom, ridicularizando não apenas o titular, mas também um dos ministérios mais importantes da República; e, nessas brigas, faz promessas que nunca se cumpriram em seis meses à frente da pasta

 

A imagem da drag queen Kaká de Polly foi usada como sendo de Flávio Dino, o que provocou mais uma reação emotiva do ministro da Justiça nas redes socais

Análise da notícia

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) é o mais popular auxiliar do presidente Lula (PT) neste seis meses de governo petista; mas sua popularidade, muito medida nas redes sociais, não se reflete em ações efetivas em sua pasta. 

Segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, em seis meses de governo, Flávio Dino chegou a 2, 2 milhões de seguidores no Twitter e no Instagram, resultado direto de seus bate-bocas diários com bolsonaristas e extrema direita.

No mesmo período, porém, seu ministério apresentou apenas um Projeto de Lei – sobre o combate ao ouro ilegal – que chegou ao Congresso Nacional apenas no último dia 13 de junho.

Nenhuma das promessas feitas na superexposição nas redes sociais – que o transformam em lacrador de internet – foram cumpridas por Flávio Dino.

Logo que assumiu o posto no Ministério da Justiça, o comunista maranhense prometeu o chamado “Pacote Antigolpe”, um conjunto de quatro medidas para preservar o Estado Democrático de Direito.

Nenhuma destas ações saiu do papel.

Em seis meses à frente do ministério, nenhuma medida na área de Segurança Pública foi apresentada pela pasta de Dino, cujo excesso de lacração nas redes sociais incomoda até mesmo os membros do próprio governo Lula.

No bate-boca, troca de insultos e ameaças diárias que faz nas redes sociais, o ex-governador do Maranhão chega a ser ridicularizado por seguidores, que o provocam na mesma medida em que são ameaçados.

A última ridicularização foi apontá-lo como drag queen vestida de borboleta azul na Parada LGBTQIA+ de São Paulo, o que irritou fortemente o ministro; e como sempre, ele foi à mesma internet para mais uma reação emotiva.

– Estou pronto para enfrentar essa gente na floresta, no asfalto, nas redes e onde mais quiserem. Sou fiel aos meus princípios, à democracia e ao governo que eu tenho a honra de integrar. E friso o óbvio: respeito a liberdade de cada um ser e se vestir como quiser. O erro está na mentira como ferramenta de “luta política” – rebateu.

A foto usada para atacar o ministro é da drag Kaká de Polly, que morreu em janeiro, segundo mostrou o site da revista Fórum. (Leia aqui)

Antes disso, Dino reagiu também ao youtuber Monark, que o chamou de “bosta” e “Gordola”. (Entenda aqui)

Esta é a tônica do posicionamento de Flávio Dino nas redes socias: ameaça ao músico Roger Waters, do Pink Floid, por suposta apologia ao racismo; ameaça de uso da força contra os que atacaram o jogador Vinícius Jr.; ameaça de uso da Polícia Federal contra esquemas de apostas no futebol.

Ameaças e mais ameaças.

Curiosamente, na resposta ao youtuber Monark, Dino chegou a afirmar nas redes sociais: “raramente respondo a agressores e criminosos aqui. Estou sempre muito ocupado concretizando propostas e medidas, todos os dias, como presto contas nas redes sociais. Só não enxerga quem não quer.”

O Estadão não enxergou.

Com as ameaças e as reações nas redes sociais, o comunista vai se mesmerizando em Brasília, virando uma figura folclórica e sendo ridicularizado dia após dia.

Diminuindo o tamanho – com perdão do trocadilho – da própria pasta que comanda…

Hegemonia de Brandão pode ser péssima para o estado, analisa Joaquim Haickel…

Em artigo divulgado neste fim de semana, ex-deputado analisa que a força política do atual governador – construída “em cima de escombros de grupos políticos outrora poderosos” – traz sérios e graves problemas de manutenção, inclusive a curto e médio prazos; no texto, o escritor reserva farpas também para o grupo Sarney, Flávio Dino e até para o prefeito Eduardo Braide

 

Joaquim Haickel analisou a política atual de cima abaixo, apontando situações e construindo cenários

O ex-deputado federal, estadual e ex-secretário de Cultura, Esporte e Comunicação Joaquim Haickel analisou neste sábado, 3, o poderio político adquirido pelo governador Carlos Brandão (PSB) em apenas cinco meses de mandato.

E acha que esta hegemonia pode ser péssimo para a política maranhense.

Para Haickel, a construção da hegemonia de Brandão – em cima de escombros do que outrora foram grupos poderosos – terá problemas de manutenção, normalmente ligados ao aspecto financeiro de um grupo gigantesco, onde cada uma de suas partes reivindica um cadinho.

– No caso desse tipo de hegemonia, o que ocorre é que quem perdeu o protagonismo só aguarda a dissolução dela, só espera que o tempo passe para voltar ao centro das atenções como salvador da pátria – diz ele, numa clara referência ao ministro da Justiça Flávio Dino (PSB), embora não cite o seu nome em nenhum trecho do artigo.

Em seu artigo, que analisa também a política nacional, vê o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um arremedo senil do que fora em seus dois primeiros mandatos, e ministros desequilibrados  e destemperados, mesmo querendo vender-se como líderes, “faróis na noite escura da política brasileira”.

Haickel reserva um capítulo dos eu artigo para o prefeito Eduardo Braide (PSD), a quem vê como político relevante, mas sem grupo.

– Ele [Braide] sozinho configura-se como uma equação politicamente inexequível, mesmo que tenha boa perspectiva eleitoral a curto prazo – analisa Joaquim Haickel.

O ex-parlamentar louva a articulação do deputado federal Cleber Verde, que deseja candidatar Braide pelo MDB, mas ressalta que, hoje pertencente à base do governo Brandão, o partido ainda tem na deputada federal Roseana Sarney a sua principal força.

– Apesar de ter perdido o poder, por vários e vários motivos, juntamente com seu agora reduzido grupo, [Roseana] ainda é uma força que não pode ser descartada – frisou.

Consciente da força de suas palavras, Haickel faz, ele próprio, uma ressalva às suas reminiscências, mostrando-se atento ao que pode ser interpretado a partir delas.

– Como disse antes, pessoas como eu normalmente desagradam a todos, não por simplesmente estarem erradas, pois quem está errado nem é levado em consideração, mas por dizerem verdades, coisas que normalmente incomodam – concluiu o membro da Academia Maranhense de Letras.

Abaixo, a íntegra do artigo:

Sobre verdade e política, a pedidos

Alguns amigos meus, frequentemente, têm me pedido que volte a escrever sobre política, assunto que tenho evitado pelo imenso grau de radicalização que esse setor sofreu nos últimos tempos e pelo fato de eu dizer coisas que acabam desagradando a todos, característica peculiar das pessoas que falam verdades, e verdades geralmente não são coisas agradáveis de serem ouvidas, e que transformam quem as dizem em personas non gratas, coisa que eu não desejo ser.

Nos últimos tempos tenho me dedicado exclusivamente aos meus projetos cinematográficos que estão em andamento, uma vez que os negócios de minha família estão sendo tocados, e muito bem, diga-se de passagem, por meu irmão e minha esposa. Mas como meus filmes me deram uma folguinha nos últimos dias, até porque essa atividade, de tempos em tempos, exige certo distanciamento, para que se possa ver as coisas em perspectiva, resolvi parar para analisar alguns poucos aspectos da política, assunto que como todos sabem, muito me agrada, principalmente em seu aspecto estratégico e filosófico, uma vez que, já faz algum tempo, sou completamente refratário à prática diária da política, o tal corpo a corpo.

A política nacional está uma verdadeira loucura. Lula que era um craque da política, no bom e no mau sentido, dá claros sinais de senilidade, falando e fazendo coisas que nem ele mesmo aceitaria, mesmo em seu piores momentos.

Alguns de seus ministros, ouviram o sino tocar, mas não conseguem encontrar a igreja, enquanto outros, estes competentes e bem-preparados, tropeçam em suas idiossincrasias mais atávicas e acabam por demonstrar desequilíbrio e destempero, características que não podem estar presentes no perfil daqueles que desejam ser verdadeiros líderes, faróis na noite escura da política brasileira.

O poder legislativo no âmbito federal, mais do que nunca é um balcão de negócios. Seus comandantes ou são covardes oportunistas ou são ávidos negocistas. É triste esse panorama.

No âmbito estadual, nunca se viu uma situação de tamanha hegemonia. Não que eu me lembre. Mas isso que pode ser muito bom por um lado, pode ser péssimo por outro. Eu explico, ou pelo menos vou tentar.

Quando se atinge a hegemonia através de uma luta renhida, uma disputa “sangrenta”, quando ela é resultado de uma conquista monumental, ela normalmente é boa e as partes, as facções, as pessoas que compõem esse grupo, sabem o que as levaram até ali e têm um compromisso maior.

Quando a hegemonia é decorrente da dissolução dos grupos políticos anteriormente constituídos, quando ela é construída nos escombros do que havia antes, mesmo que ela tenha a frente um líder experiente, cauteloso e bem-intencionado, como é o caso de Carlos Brandão, ela é na verdade uma hegemonia frágil, que até aparenta ser forte, mas que traz sérios e graves problemas de manutenção, normalmente ligados ao aspecto financeiro de um grupo gigantesco, onde cada uma de suas partes reivindica um cadinho, deixando por conta do seu comandante a solução de problemas gigantescos e quase insolúveis a curto e médio prazo.

No caso desse tipo de hegemonia, o que ocorre é que quem perdeu o protagonismo só aguarda a dissolução dela, só espera que o tempo passe para voltar ao centro das atenções como salvador da pátria.

Comentei esse fato com um amigo e ele me perguntou qual seria a solução para esse problema e eu disse que a solução, em primeiro lugar é reconhecer que há um problema, pois muitos não conseguem perceber e outros, os que percebem, tiram proveito disso e, portanto, não se importam.
A segunda coisa que deve ser feita nesses casos é a escolha de seu efetivo, não falo de amigos ou parentes, falo de um exército capaz de enfrentar o por vir, pois numa hegemonia pouca gente se preocupa com isso.

A eleição de prefeitos do ano que vem é a primeira trincheira e será mais do que nunca decisiva para o futuro da política local, e veja que isso não é uma questão de semântica! É uma questão de prática, tanto que acredito que quem melhor esteja pensando nisso seja o deputado Kleber Verde, que deseja candidatar o prefeito Eduardo Braide, pelo MDB.

Braide é um político relevante, mas não tem um grupo em torno de si, não tem uma base sólida, que o apoie. Ele sozinho configura-se como uma equação politicamente inexequível, mesmo que tenha boa perspectiva eleitoral a curto prazo.

Nesse cenário, lembro que o MDB hoje pertence a base mais bem alicerçada do governo. Partido que já foi comandado pela então governadora Roseana Sarney, que apesar de ter perdido o poder, por vários e vários motivos, juntamente com seu agora reduzido grupo, ainda é uma força que não pode ser descartada.

Como disse antes, pessoas como eu normalmente desagradam a todos, não por simplesmente estarem erradas, pois quem está errado nem é levado em consideração, mas por dizerem verdades, coisas que normalmente incomodam.

Mas vá lá! Seja o que Deus quiser, se é que ele se mete nessas coisas.

Joaquim Haickel

Cineasta e membro da Academia Maranhense de Letras

Classe política de Brasília já desconfia que Flávio Dino usa a PF contra adversários do governo

Responsabilizando o ministro da Justiça pela relação ruim com o Governo Lula, presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, chegou a conversar com o próprio Dino sobre a “coincidência de datas” entre a votação da Medida Provisória da estruturação dos ministérios e uma operação policial em Alagoas, base eleitoral do parlamentar

 

Arthur Lira está desconfiado que Flávio Dino use a Polícia Federal para forçá-lo a apoiar medidas do governo Lula na Câmara

Análise da notícia

O que o Maranhão inteiro já tinha conhecimento desde 2018 – a suspeita de que o agora ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) usa estruturas de segurança a seu dispor contra adversários – começa a ganhar corpo entre a classe política de Brasília.

Setores da imprensa nacional apontam, nesta sexta-feira, 2, que Dino seria o pivô da crise de relacionamento entre o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), e o governo Lula (PT).

Lira acusa Dino de usar a estrutura da Polícia Federal para pressioná-lo a agir em favor do governo na Câmara.

Segundo a mídia nacional, Lira chegou a questionar ao próprio Dino da coincidência de datas da votação da Medida Provisória da reestruturação dos ministérios e uma operação da Polícia Federal em Alagoas, no início da semana.  (Entenda aqui)

O presidente da Câmara não é a primeira liderança política de Brasília a suspeitar que Dino espione adversários – e até aliados – do Governo Federal; em março, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) acusou o ministro da Justiça de ter sido nomeado para o cargo só “após fazer chantagem contra Lula e o PT”. (Leia aqui)

A fama de que Flávio Dino usa o aparelho estatal para espionar aliados e adversários começou logo após o início de seu primeiro mandato, em 2015.

Mas a prova mais consistente desta operação surgiu em 2018, quando o blog Marco Aurélio d’Eça revelou, em, primeira mão, documento do comando da Polícia Militar determinando que os quarteis no interior monitorassem “lideranças não alinhadas ao governo Flávio Dino”.

O caso chegou a ganhar repercussão nacional mas foi abafado no Maranhão pela força estrutural que Dino mantém não apenas no setor político, mas no Judiciário e no Ministério Público.

A desconfiança de que ele mantenha aparato de arapongagem em benefício próprio, no entanto, começa a tornar-se cada vez mais público em Brasília, diante da exposição midiática a que o maranhense está submetido.

E espera-se que, finalmente, tire-se essa suspeita de espionagem a limpo.

De uma vez por todas…

Maranhão perde R$ 2,6 bilhões que chegam ao estado mensalmente…

Dinheiro repassado pelo Governo Federal em forma de benefícios sociais representa anualmente mais de um PIB adicional, mas acaba fortalecendo a economia de outros estados por falta de uma produção agrícola local e políticas de incentivos para atração de indústrias

 

Wagner Matos mostra na TV Mirante quanto chega ao Maranhão com os programas sociais

Editorial

O Maranhão perde, mensalmente, cerca de R$ 2,6 bilhões que circulam na economia de estado por intermédio dos benefícios sociais do Governo Federal.

Este valor representa nada menos que R$ 31,2 bilhões por ano, ou R$ 5,5 bilhões a mais que o PIB maranhense estimado para 2023.

O dinheiro, que vem em forma de programas como o Bolsa Família e o Vale-Gás, é usado pela famílias, basicamente, na compra de alimentos e no pagamento de dívidas.

Os juros bancários, que enriquecem uma dúzias de famílias de banqueiros nacionais e internacionais, comem boa parte destes recursos.

Mas a maior parte, que poderia permanecer por mais tempo na economia maranhense, acaba beneficiando outros estados por que o Maranhão não produz alimentos suficientes para abastecer a própria população e nem indústria de beneficiamento.

O estudo foi apresentado nesta terça-feira pelo economista Wagner Matos, colunista do programa Bom Dia Mirante.

O povo recebe o Bolsa Família, mas o dinheiro vai todo para empresas de outros estados

Louvada por boa parte da elite maranhense e pela parte da população menos informada, a indústria da soja é uma dessas pragas da evasão de divisas do Maranhão.

O estado é um dos grandes produtores de soja, mas as famílias que atuam nesta produção – geralmente originárias do Sul do país, onde mantém raízes – preferem vender o produto in natura, para indústrias de outros estados e de fora do país, onde o valor tem variação diária, de acordo com o dólar.

Por outro lado, não há incentivo institucional para atração de indústrias de beneficiamento da soja e outras commodities, que poderiam produzir aqui produtos como óleo, manteiga e outros processados.

O resultado é aquele mostrado na TV Mirante por Wagner Matos: o Maranhão recebe mais de R$ 30 bilhões anuais – mais do que um PIB adicional – mas o dinheiro acaba saindo rapidamente.

E a miséria é a única que continua a circular no estado.

Ano após ano…

São João da Thay desvirtua festa junina maranhense

O que começou como uma oportunidade de divulgação dos valores culturais do estado transformou-se em um evento de mera audiência, com artistas que nada têm a ver com o período

 

Em 2023 São João da Thay terá decoração de São João com shows de carnaval

Ensaio

A presença de artistas como Ivete Sangalo, Léo Santana e Matheus Fernandes no São João da Thay 2023 consolida o desvirtuamento da festa promovida pela digital influencer Thaynara OG.

O que começou como uma oportunidade de divulgação dos valores culturais do Maranhão – aproveitando-se da popularidade crescente da celebridade maranhense – virou apenas evento de audiência, um mero show, focado nos cliques de redes sociais e na disputa de prestígio que movimenta o mercado digital no país.

Ivete Sangalo é uma baita artista brasileira, uma das mais importantes de sua geração no segmento que escolheu para atuar.

Mas ela nada tem a ver com o São João maranhense.

O que falar, então, de Léo Santana e Matheus Fernandes?!?

Que bom que a renda do São João da Thay – ou parte dela – seja revertida a causas sociais, menos mal.

Mas, além disso, a mídia que gira em torno da digital influencer deveria ser usada por ela e por seus parceiros  para priorizar o Tambor de Crioula, o Bumba-Meu-Boi, o Cacuriá e outras expressões do São João maranhense.

E se puder ser em um evento exclusivo, em rede nacional, melhor ainda.

Era assim no início, mas deixou de ser.

Thaynara OG poderia aproveitar seu prestígio artístico e sua força popular para voltar a fortalecer essa cultura.

E se quiser mostrar força pessoal para atrair fenômenos como Ivete Sangalo e Léo Santana – que arrastam multidões Brasil a fora – que tal pensar também no Carnaval da Thay?!?

Fica a dica…

A importância histórica de Sônia Guajajara no ministério…

Ao assumir a pasta dos Povos Originários, indígena maranhense começou a aplicar ações de afirmação – algumas até óbvias, mas historicamente ignoradas – e começa a mudar o conceito das relações de raça no Brasil

 

Militares do 50Bis entre indígenas da terra Urucu Juruá; um deles agora serve ao Exército Brasileiro

Editorial

Dois fatos de importância histórica marcaram a presença da ministra dos Povos Originários Sônia Guajajara neste fim de semana no Maranhão.

Um indígena da etnia da ministra, agora Soldado Guajajara, recebeu neste sábado, 13, a boina rajada no 50° Batalhão de Infantaria de Selva, o 50Bis, em Imperatriz.

O outro fato histórico é a posse do primeiro coordenador indígena da Funai para a região que abrange o Maranhão, Pedro Paulo Xerente.

Nesse caso, chega até a ser óbvio que um representante dos povos originários assuma um órgão que trate das questões dos povos originários. 

Mas “nunca antes neste país” isso havia acontecido.

As políticas de afirmação de Sônia Guajajara fazem reparo histórico aos povos originários

Ações de afirmação e integração de raça, gênero, orientação e identidade sexual são geralmente práticas dos governos progressistas, chamados de esquerda; a direita acredita, ideologicamente, que todas estas questões se regulam automaticamente pela própria prática diária, incluindo a lei da oferta e da procura.

Sem entrar no mérito de quem está certo ou errado em seus conceitos, o blog Marco Aurélio d’Eça apenas reconhece a importância histórica de ter Sônia Guajajara à frente de um Ministério.

E também reconhece que casos como este – e outros – só poderiam ocorrer em um governo de esquerda.

É Simples assim…

Pauta das fake news é guerra da Globo contra plataformas digitais…

Após tentar por anos imputar a ideia de que apenas na internet existem notícias falsas – e se vender, sem sucesso, como única capaz de impedir isso – emissora carioca tenta agora usar o governo Lula e manipular o Congresso Nacional a encurralar empresas que vêm sistematicamente tirando seus espaços de audiência

 

Com o advento das redes sociais, o que era exclusividade da TV agora chega antes, e em massa, aos eleitores

Editorial

A Rede Globo decidiu mostrar abertamente a sua guerra pessoal contra as plataformas digitais que operam na rede mundial de computadores; sua campanha de difamação contra o Google e o Telegram tem muito mais a ver com guerra por audiência e público do que com supostos “ataques à democracia”.

Há anos, a Rede Globo vem perdendo audiência para plataformas que operam na Internet em todos os seus segmentos – Instagram, YouTube, Facebook, por exemplo; contra estas redes, ela mantém uma campanha diária, tentando vender a ideia de que apenas na internet ocorrem as fake news, o que não é verdade.

Aproveitando-se do uso indiscriminado da internet pelo governo Bolsonaro (PL) e seus seguidores, a Globo manipulou a opinião pública e tentou ganhar credibilidade através dos seus portais e repetidoras, vendendo-se como “caçadora de fake news”, única no país capaz de mostrar “o que é fato e o que é mentira”.

Mesmo assim, perdeu ainda mais espaços com a chegada dos serviços mundiais de streaming, tipo Netflix, Prime Vídeo, StarPlay, DisneyPlus e diversos outros, que tomaram a audiência da TV aberta em todos os setores, dos filmes às novelas, do futebol às séries. 

Por mais ideológico que seja os analistas de mídia, não há um só que consiga negar que o projeto do governo Lula (PT) supostamente usado para o combate a fake news é, na verdade, um tentativa de controlar os meios de comunicação e a internet.

E foi exatamente isso que mostraram com suas ações o Google, semana passada, e o Telegram, nesta semana, fazendo a Rede Globo usar abertamente agentes do governo – como o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) – em sua tentativa de manipular o Congresso Nacional para encurralar a internet, as redes sociais e as plataformas digitais, que lhe tiram o sono.

O ataque à Democracia que a Globo imputa ao Google e ao Telegram, parte, na verdade, dela própria.

Os meios de comunicação tradicional – geralmente controlados pelas elites sociais e famílias de políticos – tinham o controle absoluto da informação até pelo menos 10 anos atrás; este monopólio foi quebrado pela internet com a chegada das redes sociais, que só tornaram os espaços públicos verdadeiramente democráticos para discussão dos mais variados assuntos.

Com a tentativa de encurralar a internet, esses veículos tradicionais, Rede Globo à frente, usam um governo também historicamente desejoso deste controle, para tentar voltar ao protagonismo, manipulando a opinião pública.

Isto, sim, um verdadeiro ataque à democracia…

Polícia Federal continua a transformar operações em espetáculos midiáticos

Ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados seus envolvidos em uma suposta organização criminosa comete os me mos abusos de outrora, quando PT, Lula e, no Maranhão, adversários do agora ministro da Justiça Flávio Dino, eram os alvos preferenciais

 

Policiais cercam condomínio no Rio de janeiro para prender aliados de Bolsonaro; repórteres acompanham tudo em tempo real

 

Ensaio

Não há dúvida que os assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – estando ele ou não envolvido diretamente – cometeram crime grave na fraude dos cartões de vacinação, o que pode caracterizar organização criminosa.

Mas não há dúvida também que a operação da Polícia Federal contra os envolvidos – fortemente aparatada, não apenas por armamentos, mas por câmeras e equipamentos de vídeo e equipes de repórteres – está tão irregular quanto a vacinação de Bolsonaro contra a CoVID-19.

Este blog Marco Aurélio d’Eça critica desde sempre as operações espetaculosas da PF.

Sempre se recusou a dar holofotes a delegados e procuradores em coletivas de imprensa montadas como circo, denunciava sistematicamente o espetáculo das operações; e tinha apoio nesta crítica de gente do PT, aliados de Lula e muitos adversários do agora minsitro da Justiça Flávio Dino, que hoje batem palmas para o que ocorreu nesta quarta-feira, 3.

Em 22 de março de 2017 este blog Marco Aurélçio d’Eça escreveu o post “Cheiro de Farsa com nuances estatais…”.

Era uma denúncia contra operação da PF que levou coercitivamente jornalistas e blogueiros que faziam críticas ao governo Flávio Dino (então no PCdoB).

– O recado foi dado. E de hoje em diante qualquer um pode ser arrancado de suas bancadas ou redações apenas pelo fato de ser crítico do governo comunista. É assim que se vive no Maranhão vermelho… – escreveu o blog, à época.

Bem mais lá atrás, em novembro de 2015, o blog Marco Auirélio d’Eça deu voz ao então deputado federal Hildo Rocha – hoje número 2 do Ministério  as Cidades de Lula – que classifiocu de “teatro operação da PF contra Ricardo Murad…”.

O próprio ministro Flávio Dino já criticou esta espetacularização usada contra Bolsonaro.

Em 2017, ao questionar a “Operação Pegadores”, que investigou seu governo, ele chegou a jogar suspeição sobre a conduta dos policiais que agiram no Maranhão.

Alvo de uma operação da PF em abril de 2007, o ex-desembargador José Eduardo Carreira Alvim escreveu o livro “Operação Hurricane: um juiz no olho do furacão”, em que condena esta exposição midiática das investigações federais.

– Fui preso desnecessariamente e submetido a um escárnio igualmente desnecessário da mídia, que me julgou e me condenou por antecipação, antes mesmo de apurados os fatos, sendo libertado nove dias depois de encarcerado, sem que nenhuma nova diligência se mostrasse necessária, mas depois de ter sido um ator involuntário dos shows da Rede Globo e da mídia nacional por semanas inteiras – na página 116 do livro. (Conheça aqui)

Todas essas operações resultavam, antes do governo Bolsonaro e da transformação do STF em ator principal no país, em anulaçoes nas instâncias superiores e em indenizações  às “vítimas”, gerando prejuízos milionários aos cofres públicos. (Saiba mais aqui)

Como praxe dessas operações espetaculosas, a condução coercitiva – prática que só deveria ser usada legalmente em caso de o intimado se recusar por três vezes à ir depor – era o caminho para a espetacularização midiática da PF.

Em 2018, o Supremo Tribunal Federal tornou inconstitucional as conduções coercitivas, proibindo que um investigado fosse levado apenas para depor. Era a época da Operação Lava Jato, que tinha como alvo, sobretudo, o agora novamente presidente Lula e o seu partido, o PT.

Essa decisão ajudou na diminuição dos espetáculos globais produzidos por policiais federais, muitos dos quais acabavam até virando estrelas de programas como Fantástico.

Mas o alvo agora é outro.

Bolsonaro caiu em desgraça com os setores que o apoiaram em 2018 – muito por sua própria culpa – e deve mesmo ser condenado por uma série de crimes que cometeu ao longo do mandato.

Este blog Marco Aurélio d’Eça continua entendendo que ele é culpado em todas as investigações que o cercam; mas continua a criticar o espetáculo desnecessário da PF.

Seja contra ele, seja contra Lula, Flávio Dino ou qualquer outro cidadão bnrasileiro.

É simples assim…

Posição de Lula pró-Rússia prejudica imagem do Brasil…

Nem o presidente, nem o seu governo conseguem esconder a preferência pelo ditador Vladimir Putin, sobretudo após viagem à China, principal aliada dos invasores na guerra contra a Ucrânia

 

Lula com Vladimir Putin em imagem de 2010: 13 anos depois, a mesma preferência do petista

Análise da Notícia

Desde a sua passagem pela China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não conseguiu mais esconder sua preferência pela Rússia, em guerra com a Ucrânia há nais de um ano.

Ao estabelecer que a ajuda dos Estados Unidos e de parte da Europa estimula a continuidade da guera, o presidente brasileiro expôs sua preferência pelo invasor Vladimir Putin, aliado da China.

Essa manifestação pública de preferência de Lula tem repercutido na imprensa nacional e internacional.

Pior: os agentes diplomáticos brasileiros também demonstram simpatia pela armada russa, como se posicionou nesta segunda-feira, 17, o ministro Mauro Vieira.

Seja qual for sua justificativa, Putin é um invasor do povo ucraniano, que tem milhares de descendentes no Brasil.

E a postura pró-ditadores demonstrada por Lula só prejudica a imagem internacional do Brasil.

E para um país que passou quatro anos sendo motivo de vergonha mundial, tudo o que o Brasil não precisa é entrar no rol dos párias internacionais.