O charlatanismo das listas de prováveis eleitos a vereador…

Mídia digital promove as mais absurdas relações de possíveis vagas por partido, sem nenhuma base científica, revelando muito mais a expressão do desejo do próprio autor do que um referencial na realidade concreta

 

Imaginar que se pode traçar uma lista de futuros eleitos a vereador é ingenuidade, expressão de desejo ou charlatanismo puro e simples

Análise da Notícia

Nas últimas semanas, blogs de todos os cacifes resolveram se aventurar na divulgação de listas as mais diversas sobre possíveis vereadores eleitos em cada partido; sem nenhuma base científica, essas listas servem apenas para revelar a expressão de desejo de cada blog.

Mas acabam por subverter o processo eleitoral por serem usadas como arma política na tentativa de influenciar o voto do eleitor.

Ao contrário das eleições majoritárias, não há mecanismos capazes de estabelecer prognósticos sobre possíveis eleitos para as câmaras municipais ou assembleias legislativas. Mesmo as citações espontâneas de eleitores não servem como parâmetro de votos, por que refletem um momento.

A decisão do eleitor até chegar a urna é influenciada por pelo menos três fatores que podem levá-lo a mudanças:

  • 1 – as famigeradas bocas-de-urnas, que, na verdade, são compra de votos disfarçadas para enganar a Justiça Eleitoral;
  • 2 – a pressão de lideranças políticas de última hora sobre cabos eleitorais suscetíveis a virar casaca até no dia da eleição;
  • 3 – a abstenção fruto do desinteresse do eleitor, sobretudo os menos esclarecidos, que trocam as urnas por outro programa.

Com 18 anos de atuação ininterrupta na cobertura política, este blog Marco Aurélio d’Eça também fazia prognósticos sobre vagas na Câmara de São Luís, mas com base em técnicos gabaritados; estes prognósticos foram deixados de lado quando outros blogs passaram a usá-los sem critério, o que fulanizou a análise.

A percepção de que este ou aquele vereador deve se eleger em seu partido é até um obviedade; e a partir desta obviedade pode-se chegar fácil a uma lista de até 70% sem maiores equívocos, com base apenas no volume de campanha.

O que salta para além disso não passa de chute puro, adivinhação, o que beira o charlatanismo.

Ou pode ser mera expressão do desejo… 

O erro que deve custar a eleição de Léo Costa em Barreirinhas…

Liderança política histórica do Maranhão, respeitado por seus posicionamentos ideológicos, ex-prefeito ultrapassou a fronteira da civilidade,  pesou a mão contra a presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale e acabou por perder apoios até mesmo de membros da esquerda maranhense

 

Ex-prefeito Léo Costa: a hora é de salvar a história e a reputação muito mais do que tentar salvar a eleição

Editorial

O ex-prefeito de Barreirinhas Léo Costa é uma figura das mais respeitadas no Maranhão, pelo seu histórico administrativo e sua luta pelas causas sociais e posicionamento ideológico ao longo de usa vida política; por todo este histórico, havia quem torcesse por ele na guerra política que ora trava em seu município.

Mas ele pesou a mão em discurso eleitoral, num ato que pode custar-lhe as chances que tinha de vencer a eleição em Barreirinhas. 

O discurso misógino de Costa contra a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) – coisa que nem do seu feitio é – ganhou o mundo com repercussão extremamente negativa e levou o ex-prefeito a perder apoio de movimentos sociais e de segmentos que lhe são caros.

Até membros da esquerda democrática como os deputado estaduais Rodrigo Lago (PCdoB), Carlos Lula (PSB) e Jùlio Mendonça (PCdoB) – respeitosos à história do ex-prefeito – tiveram posicionamentos críticos em relação à sua atitude.

E nem adianta dizer que a fala foi tirada do seu contexto.

Léo Costa ainda tem tempo de se retratar, reconhecer o erro, a grosseria e se desculpar pessoalmente com Iracema; talvez a atitude não lhe salve mais o mandato em Barreirinhas, é verdade.

Mas salvará sua honra e sua história, que são bem mais importantes para o Maranhão.

É simples assim…

Para entender a pesquisa DataIlha em São Luís…

Muito além da reclamação de adversários sobre manipulação de números, e mais além ainda da festa dos que veem Braide como massa de bolo – “quanto mais bate, mais cresce” – o primeiro levantamento sobre a sucessão municipal pós-registro de candidaturas traz ensinamentos que precisam ser analisados por todos os candidatos

Os números do DataIlha mostram uma queda acentuada de Braide entre as pesquisas de julho e de agosto

Análise da Notícia

É preciso fazer pelo menos três perguntas aos autores da pesquisa DataIlha sobre a sucessão em São Luís, divulgada nesta segunda-feira, 19:

  • 1 – para onde foram os votos da deputada federal Roseana Sarney (MDB), que tinha 11,4% no principal cenário da pesquisa divulgada em 22 de julho?
  • 2 – se no cenário de julho, sem Roseana, o prefeito Eduardo Braide tinha 56,1% e nessa pesquisa de agosto perdeu 6,3 pontos, para onde foram esses pontos?
  • 3 – se todos os demais candidatos tiveram crescimento residual, incluindo indecisos, há pelo menos 3 pontos percentuais perdidos entre uma pesquisa e outra?

Respondidas ou não essas questões, acertou quem abordou uma queda acentuada de Braide, de nada menos que 6,3 pontos percentuais entre a pesquisa de 22 de julho e esta de agora, 19 de agosto:

O blog do Filipe Mota abordou desta forma, com o título Braide cai sete pontos entre pesquisa DataIlha após escândalo do Clio do milhão”. 

Gilberto Léda, por sua vez, disse que “Braide cai do patamar de 50%, aponta nova pesquisa”.

Embora Braide tenha caído substancialmente, os demais candidatos cresceram residualmente, abaixo até do índice de indecisos

Note-se que o levantamento DataIlha desta segunda-feira, 19, foi feito entre a quarta-feira, 14, e a sexta-feira, 16 de agosto, quando já se tinha atingido o ápice da repercussão das denúncias de envolvimento da família do prefeito no escândalo do carro do milhão; ou seja, o Clio vermelho com R$ 1,1 milhão derrubou Braide.

Mas aí se tem mais uma questão que precisa ser respondida: se Roseana tinha 11,4% e Braide perdeu 6,3 pontos entre uma e outra pesquisa, para onde migrou, em um mês, este contingente de eleitores?

  • Duarte Jr. (PSB) cresceu 0,90 pontos, passando de 23,6% em julho, para 24,5% em agosto;
  • Dr. Yglésio (PRTB) ganhou meio ponto, passando de 2% em julho para 2,5% em agosto;
  • Fábio Câmara (PDT) também subiu meio ponto, passando de 1% para 1,5% em um mês;
  • os que não sabem ou não responderam subiram de 6% para 8,3% entre as pesquisas.

Além de todos esses dados, há um outro, significativo, que pode ser lido tanto para favorecer o caminho de Braide quando para dar esperanças aos adversários.

Os torcedores do prefeito vão dizer que a eleição está definida, com 55% dos eleitores já decididos quanto ao seu voto; por outro lado, ainda existem 44,4% que ainda podem mudar de votos ou não souberam responder a essa questão específica.

E é assim que se entende uma pesquisa eleitoral…

Para Fábio Câmara, Fraude na cota de gênero também é violência contra a mulher…

Pré-candidato do PDT a prefeito de São Luís lamenta a perda do mandato dos deputados Fernando Braide e Wellington do Curso, diz que os dois são vítimas de um processo em que o partido é o único culpado e afirma que o debate sobre a criminalização da participação da mulher na política tem uma resposta a altura da Justiça Eleitoral e dá esperança à dignidade feminina

 

Fábio com mulheres em sua pré-campanha: “a gente segue plantando a rosa do PDT12, das mulheres e dos amantes pela ilha dos amores”

Ensaio

O pré-candidato do PDT a prefeito de São Luís, ex-vereador Fábio Câmara, abordou em suas redes sociais importante reflexão sobre a participação da mulher na política, aberto com a decisão do TRE-MA contra a fraude na cota de gênero nas eleições de 2022, que resultou na perda de mandato dos deputados Fernando Braide (PSD) e Wellington do Curso (Novo).

Para Câmara, o tema “não é sobre feminicídio, mas é, sim, sobre violência contra mulheres”.

– Nessa situação toda, para a nossa tristeza e decepção, a “política” protagoniza um outro tipo de violência, em que as mulheres são usadas, exploradas e diminuídas nos seus direitos e têm as suas dignidades solapadas – afirma o pré-candidato pedetista.

 

Entenda o caso:

  • A Lei Eleitoral estabelece que os partidos devem reservar 30% das vagas aos cargos eletivos a candidatas do sexo feminino, a chamada “Cota de Gênero”;
  • o PSC foi denunciado por ter fraudado essa cota nas eleições de 2022, usando mulheres como laranjas de outros candidatos para desviar recursos do Fundo Eleitoral;
  • o TRE-MA entendeu que houve mesmo a fraude e anulou todos os votos da chapa do PSC, o que atingiu os mandatos dos deputados Fernando Braide e Wellington do Curso.

Fábio Câmara lamentou a perda dos mandatos de Fernando Braide e Wellington do Curso.

– Faço questão de registrar o meu respeito pelos deputados Fernando Braide e Wellington do Curso. Eu tenho certeza de que ambos são vítimas de um processo onde o partido é o único culpado – disse o candidato pedetista.

Por outro lado, o ex-vereador aplaudiu a Justiça Eleitoral pela decisão que, na sua avaliação, “é uma luz que acende no túnel da esperança em favor da dignidade da mulher”.

O grupo político de Felipe Camarão…

Principal liderança do PT no Maranhão, herdeiro do ministro Flávio Dino mais bem posicionado politicamente e candidato natural do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sucessão de 2026, vice-governador vai construindo uma base que reúne deputados estaduais, vereadores de São Luís e um sem-número de candidatos  prefeito em diversos municípios maranhenses

 

Fiel auxiliar do governador Carlos Brnadão, Felipe Camarão constrói agenda política própria, como principal nome do PT no Maranhão

Análise de Conjuntura

Vice-governador e secretário de Educação do Maranhão, o advogado e professor Felipe Camarão é hoje a estrela em ascensão no PT e o principal nome daquilo que se pode chamar de legado político deixado pelo agora ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino.

E é com estas condições que o petista vai montando sua própria base política, com parlamentares prefeitos e lideranças em todo o estado.

Na Assembleia Legislativa Felipe Camarão iniciou esta legislatura com pelo menos um deputado considerado de sua confiança, o timonense Leandro Bello (Podemos), mas hoje já conta também com os comunistas Júlio Mendonça e Rodrigo Lago, de quem é muito próximo; na Câmara Federal tem como principal aliado o comunista Márcio Jerry, histórico fiel escudeiro de Flávio Dino, além da gratidão de Duarte Júnior (PSB) pelo apoio à candidatura a prefeito.

Apesar da aliança com vereadores do peso do presidente da Câmara Municipal de São Luís, Paulo Victor (PSB), o vice-governador já impôs sua posição na Casa, com a posse de Professora Eva (PSB) e Creuzamar de Pinho (PT).

O pulo do gato da ascensão política do vice-governador, no entanto, está na articulação para as eleições municipais, não apenas em São Luís, mas em diversos municípios pelo Maranhão; Na região metropolitana, por exemplo, ele tem influenciado diretamente as eleições em Paço do Lumiar, além de assumir abertamente suas preferências em Rosário, com filiações importantes ao PT.

Felipe Camarão terá candidatos de sua relação pessoal também em Timon, Açailândia, Bacabal, Caxias, Codó, Santa Inês, Pinheiro, Barreirinhas e diversos outros municípios.

Ao contrário de outros vices da história recente no Maranhão – que dormiram em berço esplêndido e chegaram a ver articulada sua defenestração do posto – Camarão decidiu não  apenas aguardar a possibilidade de posse em 2026, mas vem construindo um grupo próprio, que lhe dará a sustentação necessária no momento das definições do jogo de 2026.

E ainda conta com o cacife adicional de ser o candidato do presidente Lula em 2026.

Aquele que levará pela primeira vez o PT ao poder central no Maranhão…

Prisão de dona Francisca é fruto da incompetência da polícia e da justiça…

Conjunto de atos que levaram a senhorinha de 77 anos a passar 24 horas em uma delegacia, em Bacabal – em erro, estúpido, grosseiro, bizarro, estapafúrdio, imoral, absurdo e irreparável – expõe o despreparo e a insensibilidade de juiz, delegado e agentes policiais que, em teoria, deveriam estar treinados para enfrentar situações como esta

 

Dona Francisca Alves, presa injustamente em absurdo erro da Justiça de Rondônia e replicado pela polícia de Bacabal (Foto: cubo.jor.br)

Editorial

Bizarro é o adjetivo mínimo que pode definir o caso envolvendo a dona Francisca Alves Feitosa dos Santos, 77, presa injustamente na cidade de Bacabal, por tráfico de drogas em Rondônia, sem que sequer tenha saído de sua cidade ao longo de toda a sua vida; o caso é a cena acabada da incompetência que permeia setores inteiros da polícia e da Justiça, não apenas no Maranhão, mas em todo o país.

  • O juiz de Rondônia que expediu o Mandado de Prisão é um incompetente;
  • o delegado de Bacabal que fez cumprir a decisão é outro incompetente;
  • os agentes que foram à casa de dona Francisca são, além de incompetentes, também insensíveis.

Infelizmente, as polícias e o judiciário brasileiros formam cada vez mais despreparados para atuarem como agentes da segurança e da Justiça; e o resultado disso são casos estúpidos, grosseiros, bizarros, estapafúrdios, imorais, absurdos e irreparáveis que se tornam cada vez mais comuns no sistema. (Entenda o caso aqui)

É inadmissível que um juiz assine um Mandado de Prisão para uma pessoa que sequer figure na inicial de um processo, o que pode ser percebido com uma simples leitura do caso; mas juízes pouco leem seus processos, como é facilmente percebido em audiências em que se mostram perdidos sobre o que estão julgando.

É ainda mais inadmissível que um delegado não consiga perceber – simplesmente olhando um mandado de prisão – que há um erro gritante aos seus olhos; mas é comum chefes de delegacia apenas determinarem o cumprimento dos mandados que chegam em seus e-mails sem, sequer, se dar ao trabalho de abrir a mensagem.

E o pior de tudo – além da absoluta incompetência de todo o sistema – é a insensibilidade dos agentes de polícia que foram cumprir o mandado sem se dar conta de que a simples observação da pessoa que seria levada para a delegacia, revelava, na cara, não ter nada a ver com a história.

Toda esta incompetência, despreparo e insensibilidade precisam ser urgentemente corrigidos com uma indenização justa e compensatória a dona Francisca, por todo o constrangimento, danos morais, danos pessoais, físicos e familiares – inclusive resultando na morte de uma neta diante da situação.

Infelizmente, toda essa indenização terá que ser bancada pelo próprio Estado; as leis deveriam mudar para que casos destes tipo fossem descontados dos gordos contracheques dos agentes públicos autores do erro. (Assista aqui a reportagem completa)

Aí, sim, a justiça estaria sendo feita plenamente…

Batalha entre Brandão e Braide desfigura o carnaval e nem tem saldo eleitoral…

Sucesso de público e crítica das festas protagonizadas pelo prefeito e pelo governador – o primeiro com seu rodeio “sertanejo-pop” e o segundo com o laboratório para o “Marafolia” – serviu apenas para a medição de forças das duas máquinas que devem ser usadas durante as eleições, mas tem seus efeitos levados com as cinzas da quarta-feira, sem qualquer influência direta no processo político

 

A avenida Litorânea transformada em laboratório do Marafolia por Carlos Brandão: bahianidade no carnaval de São Luís

Ensaio

O período de carnaval foi marcado por uma disputa velada entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o prefeito Eduardo Braide (PSD) para saber quem faria a melhor festa de São Luís; e a quarta-feira de cinzas amanheceu com leituras na mídia sobre o sucesso do carnaval A ou do carnaval B, pelo número de público que cada máquina conseguiu levar para seus “arraiais”.

O que se vê nesta ressaca de Momo são posts, notícias, análises e comentários sobre vitória de Braide ou de Brandão no carnaval.

Mas é preciso deixar claro que o sucesso do carnaval não tem qualquer influência eleitoral na disputa em São Luís; a multidão que se esbaldou no show do DJ Alok na Cidade do Carnaval agora dorme o sono dos justos e já nem se lembra mais do promotor da festa, o prefeito Eduardo Braide.

A disputa festeira entre governo e prefeitura foi uma espécie de “CarnaGohia” – expressão criada pelo deputado estadual Yglésio Moyses (ainda no PSB) para definir a mistura de shows de Goiás e da Bahia, em detrimento das verdadeiras manifestações maranhenses – com atrações que poderiam ser trazidas a qualquer tempo ao longo do ano.

E ao que tudo indica se repetirão no São João, como já anunciou o próprio Braide, com a antecipação de um novo show de Alok.

O show de luzes da apresentação do DJ Alok na Cidade do Carnaval, o rodeio pop-sertanejo de Eduardo Braide

Se o prefeito transformou a “Cidade do Carnaval” em uma espécie de rodeio “Pop-sertanejo”, o governador optou por usar a Avenida Litorânea como um laboratório para reedição do antigo Marafolia, com seus trios-elétricos desfilando pela Avenida Litorânea, como nos anos 90, assunto que vem sendo tratado nos bastidores do governo desde 2023.

Pouca ou nenhuma expressão carnavalesca genuinamente maranhense foi destacada nas festas eleitoreiras de governo e prefeitura; mas elas próprias pagam o preço de sua inversão caça-níquel:

As escolas de samba preferiram fazer uma espécie de passarela fora de época, com desfiles somente nos dias 23 e 24; e os tradicionais blocos populares – JegueFolia, Confraria do Copo, Esbandalha, Bandida, Bloco do Reggaes… expressões tradicionais da ilha – também se transformaram em trio-elétrico puxando uma espécie de “pipoca” das atrações nacionais.

O carnaval passou como uma exibição de força das máquinas que se enfrentam no processo eleitoral; não terá nenhum impacto nas eleições e apenas serviu para desfigurar o carnaval de São Luís.

Mas terá o impacto do gasto milionário de dinheiro público…

Marco Duailibe erra ao criticar imprensa e poupar seu algoz, o prefeito Eduardo Braide

Ex-secretário de Cultura tem todo o direito de defender a própria honra, mas comete injustiça ao atribuir a história criada pelo próprio gestor de São Luís como “um escândalo da imprensa” – que em momento algum fez qualquer acusação – e ao atribuir aos “juízes da internet” o seu julgamento, feito unicamente pelo prefeito

 

Ninguém foi tão cruel com Marquinho Duailibe no episódio Juju e Cacaia quanto o prefeito Eduardo Braide; e isto também é uma verdade incontestável

Análise da Notícia

Duas semanas após ter sido demitido sem explicações da Secretaria de Cultura, o jornalista e publicitário Marco Duailibe divulgou artigo em que desabafa sobre o que chamou de “história que virou escândalo na imprensa”; mas cometeu equívoco ao apontar terceiros e poupar o prefeito Eduardo Braide (PSD).

Não foi a imprensa que criou escândalo sobre a contratação do “Instituto Juju e Cacaia”, foi o próprio Braide. Quando a mídia noticiou o curioso caso de uma escolinha que iria gerenciar o carnaval – e é claro que isso é uma notícia inusitada – Braide entrou em parafuso e resolveu, ele próprio, tornar a contratação um escândalo sem proporções, que resultou nas demissões na Secult.

Mas Duailibe preferiu ignorar esta verdade em seu libelo de desabafo.

Há apenas dois trechos no artigo do ex-secretário que se pode entender como referência a Braide:

  • Nada disso vai ser pior do que deixar de acreditar e admirar pessoas que a gente nutria uma profunda amizade e lealdade.

  • Nada vai conseguir curar uma profunda decepção que arranca pessoas do nosso coração.

Tanto Marquinho Duailibe quanto Aulinda Lima e Jean Felipe Martins foram exonerado da Secult por causa – e tão somente – do desespero de Braide; Foi Braide, e não a imprensa, o responsável por dar ares de escândalo ao caso.

Mas embora poupe o prefeito, o texto do ex-secretário de Cultura traz luz a pelo menos dois pontos no caso Juju e Cacaia.

 1 – Ao dizer que a repercussão se deu por chacota ao nome da instituição, que segundo ele é uma “homenagem aos familiares” dos donos, Duailibe revela já ter conhecimento anterior da história da instituição;

2 – Ele também revelou que Aulinda Lima e Felipe Martins – chefe de gabinete e assessor jurídico da Secult – atuam juntos em “conceituado escritório de advocacia”, fato não noticiado pela imprensa, mas que é tão curioso quanto uma escolinha fazer o carnaval de uma cidade.

Não há dúvidas entre os ludovicenses da dignidade e da honra que marcam a trajetória do jornalista Marco Duailibe, e este blog Marco Aurélio d’Eça é também testemunha pessoal desta verdade.

Mas seu desabafo público não trouxe respostas à pergunta que insiste em se manter viva:

Afinal, por que Braide demitiu seus auxiliares na Cultura?!?

Leia aqui a íntegra do artigo de Marquinho Duailibe:

SOBRE HONRA E MORAL

por Marco Duailibe

Já ouvi muitas histórias de pessoas que tiveram sua honestidade à prova, sua vida exposta em carne viva.
Nunca pensei que um dia viveria uma situação tão dolorosa quanto essa.

Em poucos dias meu nome foi achincalhado, motivo de dezenas de reportagens de pessoas que em nenhum momento levaram em conta a minha história, escrita com integridade e credibilidade em 41 anos de muito trabalho, embora a maioria conheça a minha essência como profissional e como cidadão.

Em toda a minha vida, nunca tive o meu nome envolvido em nenhum imbróglio, o que me fez mergulhar não em fundo de poço, mas numa profunda tristeza por ser obrigado a viver tudo isso sabendo que não fiz nada de errado.

Recebi muito carinho de minha família, dos amigos e de gente que mesmo não sendo próxima, conhece a minha luta para viver dignamente.

Hoje, após um grande silêncio, resolvi me manifestar em relação a toda essa história.

Não só para esclarecer alguns fatos, mas para agradecer a todos os que jamais duvidaram da minha idoneidade e da idoneidade dos meus auxiliares diretos, nos quais eu confio e sempre confiei para gerir a cultura da minha cidade.

Em três anos de serviço público como secretário, sem nunca ter gozado férias, de ter trabalhado dias e noites, domingos e feriados, no sol e na chuva, sempre feliz e com uma equipe que transformamos em uma grande família, eu tenho o maior orgulho de ter feito o que pude sem nunca ter ganho nenhum real a mais que o meu salário, o que fez com todo esse tempo todo eu dormisse com a minha consciência tranquila e como a minha conduta ilibada – assim como a conduta dos meus ex-auxíliares.

Vamos resumir a história porque não temos mais tempo para sofrer.

Antes do Carnaval, realizamos um chamamento público. A única instituição que se inscreveu para participar foi a Juju e Cacaia, Tu és uma bênção. Uma instituição que sempre cumpriu o seu papel e que tem em seu CNAE a possibilidade de realização de eventos culturais. Talvez por seu nome ser em homenagem aos seus familiares, tenha sido motivo de chacota e, por manter uma escola, tenha tido sua imagem deturpada, o que levantou dúvidas sobre a sua integridade – ah, os juízes de internet!

Junte-se a isso o parecer do nosso jurídico naquele momento e do entendimento da nossa chefia de gabinete, ambos representados por profissionais sérios, competentes, que foram extremamente prejudicados e tiveram sua honra e carreira expostas.

Resultado: após toda essa história se tornar um escândalo na imprensa, todos fomos exonerados, sem que ao menos tivéssemos chance de defesa.

Dias depois, através de um trabalho brilhante do Ministério Público, ficou comprovada a licitude de todo o processo, a capacidade técnica da entidade e a prefeitura de São Luís foi recomendada a acatar a decisão que devolveu à Juju e Cacaia a execução do carnaval da nossa cidade promovido pelo município.

Saibam, não há nenhuma felicidade em contar essa história.

Há dores que só cicatrizam por fora.

Só quem sente na pele sabe o que isso causa por dentro.

Foram noites sem dormir, sem comer, chorando por uma culpa que nunca tivemos.

Mas quem nos conhece – Marco Duailibe, Aulinda Lima e Felipe Martins- sabe de nossa fé.
Durante todo esse tempo, entreguei tudo nas mãos de Deus, porque um Pai conhece bem o seu filho. E de mãos estendidas para Jesus e Nossa Senhora, clamei por misericórdia, clamei por justiça.

Em um dado momento, ouvi no sermão de uma missa que o mal acontece até para quem só faz o bem.

Eu escolhi confiar.

Eu escolhi deixar Deus enxugar o meu pranto e me dar a vitória.

Mas o que é vencer? Encontrar culpados? Apontar quem errou?

Nada disso vai ser pior do que feriu a minha alma.

Nada disso vai ser pior do que deixar de acreditar e admirar pessoas que a gente nutria uma profunda amizade e lealdade.

Nada vai conseguir curar uma profunda decepção que arranca pessoas do nosso coração.

Já me perguntaram se teria ou queria o meu emprego de volta.

Nesse momento, o que queriamos de volta já temos: a nossa honra, a nossa dignidade.

O resto vem pela consciência e pelo caráter de cada um.

Agora volto a ser um publicitário com 41 anos de profissão, em busca de uma nova oportunidade de trabalho, pois herdei dos meus pais, além dos princípios que norteiam a minha vida, a vontade e o gosto pelo trabalho. Aulinda e Felipe retornam ao seu conceituado escritório de advocacia, que não há de sofrer um arranhão por causa da maldade alheia.

E jamais vou deixar de fazer a minha arte, pois como diria Cecília Meirelles: não tenho inveja às cigarras, também vou morrer de cantar. E, cantando, superando qualquer adversidade.

De como Duarte Jr. e Dr. Yglesio desmoralizam suas próprias imagens na internet

Ao criar situações e personagens bizarras nas redes sociais – que até podem agradar a criançada tiktoker, com cliques que não se traduzem necessariamente em apoio eleitoral – pré-candidatos a prefeito tiram do público geral, eles próprios, a percepção de seriedade, equilíbrio e segurança exigida de um gestor público

 

GRACINHA SEM GRAÇA: Yglésio e seu mergulho debaixo de uma saia tem mais de 4 mil visualizações em 18 horas; o ‘herói” de Duarte está chegando a duas mil

Ensaio

Os pré-candidatos a prefeito de São Luís Duarte Jr. e Dr. Yglésio Moyses (ambos do PSB) são conhecidos como “ratos de internet”, com perfis nas redes sociais seguidos por milhares e forte engajamento nas postagens; mas o uso sistemático desta ferramenta para publicações que fazem graça, despertam risos e geram cliques tem desmoralizado a imagens dos dois.

Embora focado em construir uma imagem de líder político com capacidade administrativa, as ações de Duarte vez por outra escorrega para a gracinha desnecessária, que o transforma em menino de gibi; O epíteto “Capitão América” dado a si próprio – com forte vinculação de suas ações ao Grupo Vingadores, dos Estúdios Marvel – gera muitos cliques, mas não faz o deputado federal crescer nas pesquisas de intenção de votos.

Prova disso é a sua estagnação nas pesquisas desde 2020, sempre girando na casa dos 20% a 25% dos votos, o que indica um eleitorado concentrado, mas não ampliado.

Pior é a situação de Yglésio Moyses.

O deputado estadual decidiu mesmo virar um personagem de redes sociais, com postagens sempre construídas para atrair visualizações, apelando para o humor escrachado e o deboche, que não condizem com a postura de um parlamentar, médico e advogado que tenta se mostrar como pronto para gerenciar uma capital como São Luís.

Nesta quinta-feira, 18, ele se superou, ao aparecer mergulhando debaixo da saia de uma mulher para falar de um assunto extremamente grave: o desempenho do Maranhão no Enem; algo bizarro, chocante sob qualquer aspecto que se analise. 

Outros pré-candidatos a prefeito de São Luís também usam as redes sociais como desaguadouro de informações na pré-campanha; o prefeito Eduardo Braide (PSD), por exemplo, usa Instagram, Twitter e Facebook de forma extremamente pragmática, sempre divulgando ações e projetos, de forma séria e adequada a um gestor.

O pré-candidato do PDT, Fábio Câmara, também tem o Twitter e o Instagram como desaguadouro de suas ações; mas também usa as redes sociais para mostrar imagem de homem público preocupado com São Luís e seus problemas, sempre nas comunidades e em encontros com lideranças.

Tanto Duarte Júnior quanto Dr. Yglésio são convencidos de que estão no caminho certo em sua utilização das redes sociais.

Como ainda não há pesquisas para medir o impacto dos candidatos na internet, fica apenas o alerta.

E o próprio desenrolar da campanha dirá se eles têm razão…

A envergadura política de Felipe Camarão…

Embora ele próprio já tenha negado publicamente, forças que atuam ainda nos bastidores políticos interessadas nas eleições de 2026 tentam criar uma situação em torno do vice-governador do Maranhão relacionada com a vaga a ser aberta no Tribunal de Contas do Estado pelo conselheiro Washington Oliveira, numa antecipação de debate eleitoral que reforça o vácuo da ausência de Flávio Dino da política maranhense

 

Felipe Camarão com vereadores de São Luís em pleno exercício do governo; vice-governador com cacife de alto funcionário público

Editorial

Estranhou “meio-mundo” político no Maranhão a insistência de publicação de uma nota em setores da imprensa – e só em setores específicos da imprensa – dando conta de que o vice-governador Felipe Camarão (PT), atualmente no exercício da titularidade, estaria propenso a aceitar uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, abrindo mão da perspectiva de assumir o mandato em 2026.

O estranho das “notícias” ocorre exatamente pelo fato de que o próprio Felipe Camarão já havia declarado publicamente que não há interesse em assumir vaga no TCE; e ele o fez com a contundência de quem é professor da Universidade Federal do Maranhão e procurador federal, postos de alto padrão no serviço público.

Questionaram, inclusive, a “envergadura política” do vice-governador, o que reflete o vácuo político no Maranhão na era pós-Dino.

Primeiro que, à exceção do governador e do próprio vice-governador não há atualmente na política do Maranhão ninguém com envergadura para pleitear, com força política natural, o mandato hoje ocupado por Brandão; seus dois adversários de 2022 estão acéfalos, cada um dependendo de circunstâncias extras para se viabilizar:

1 – o segundo colocado Dr. Lahésio Bonfim, apesar da boa performance eleitoral, não tem partido e não tem grupo político para fazer contraponto a Brandão, tanto que desapareceu do noticiário desde o fim da eleição de 22;

2 – o terceiro colocado Weverton Rocha (PDT) ainda não se rearrumou da disputa de 2022 e aposta como ficha única a imposição do seu nome pelo presidente Lula (PT), por uma suposta dívida pessoal de não tê-lo apoiado em 2022

Não há dúvida de que Felipe Camarão é o sucessor natural de Brandão em 2026, com  chances reais de vencer uma reeleição se entrar na disputa, seja com quem aparecer no pleito; e se não for candidato, caso Brandão decida permanecer até o final do mandato, pode disputar vaga na Assembleia, na Câmara ou mesmo no Senado.

E caso Brandão permaneça mesmo, é por que decidiu não se submeter a imposições ou sucumbiu a alguém com “envergadura política”, mas por que decidiu escolher, ele próprio, um nome de sua preferência pessoal.

E, nesse caso, pouco importa ter ou não envergadura política…