Ao atacar Maura Jorge, comunistas esquecem trajetória do seu próprio partido no MA

Citando nominalmente a prefeita de Lago da Pedra – e outros políticos e lideranças não-alinhadas à ideologia de esquerda – deputados Márcio Jerry, Rodrigo Lago e Júlio Mendonça fazem uma espécie de patrulha na base do governo Carlos Brandão, escondendo o fato de que foi o governo Flávio Dino quem abriu espaço para todas as expressões políticas, de esquerdistas a direitistas, de bolsonaristas a sarneysistas

 

Agora no PP, de André Fufuca, Maura Jorge passou a ser hostilizada por comunistas ao manter relações institucionais com o governo Brandão

Análise da Notícia

Tem repercutido muito mal nas redes sociais e aplicativos de troca de mensagens os ataques do deputado federal Márcio Jerry e dos estaduais Júlio Mendonça e Rodrigo Lago (todos do PCdoB) à prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (PP). Nestes espaços é vista incoerência dos parlamentares diante da trajetória do próprio PCdoB no Maranhão.

Para chegar ao poder, num passado não tão distante, o PCdoB, uniu-se com toda sorte de siglas partidárias, inclusive de direita, abrindo mão de qualquer regulamento estatutário e coerência ideológica.

Márcio Jerry questiona em suas redes sociais as relações de Maura Jorge com o governo Carlos Brandão (PSB); essa patrulha é replicada na Assembleia Legislativa por Rodrigo Lago e Júlio Mendonça, que pregam o banimento ou isolamento não apenas da prefeita, mas de todas as lideranças da chamada direita, e do bolsonarismo, inclusive a deputada estadual Mical Damasceno (PSD), aliada de primeira hora de Brandão.

Para chegar ao poder em 2014, Flávio Dino precisou fazer alianças à esquerda, mas, principalmente, com os setores à direita e mais conservadores do estado.

O próprio Brnadão, que foi seu vice em dois mandatos, pertencia ao PSDB, partido antagônico ao  PCdoB e à esquerda lulista; antes mesmo do governo Brandão começar, em 2022,  Dino e o seu PCdoB  já haviam resgatado os sarneysistas, por exemplo, contra quem ele se elegeu e reelegeu.

Neste terceiro governo Lula, o  PT nacional tem buscado alianças com todas as correntes políticas, em busca de governabilidade, o que se reflete no slogan “União e Reconstrução”.

Se coerência é o critério, tá na hora de os deputados do PCdoB olharem para a própria trajetória e aprender com Lula, Flávio Dino e Sarney, que souberam e sabem muito bem o significado de pluralidade e coalisão. (Releia aqui, aqui e aqui)

Nas redes sociais, os comentaristas não têm perdoado a incoerência dos comunistas; entre os pedidos mais harmoniosos, há os que sugerem aos deputados largar as redes sociais e começar, efetivamente, a trabalhar pelo Maranhão, por que, para além de brigas partidárias, a realidade da população é o que mais importa,

Ou pelo menos deveria…

O relógio contra Brandão gira a favor de Camarão…

Com apenas dois anos e um mês de mandato, governador age para assegurar blindagem na era pós-governo e costura uma base que garanta a ele poder sentar na mesa com força política em 2026, por que a cada ano que passa, o vice-governador começa a aumentar o fluxo de políticos em torno de si, pela expectativa de poder que manterá ao longo de 2024, 2025 e 2026

 

Carlos Brandão e Felipe Camarão estão literalmente entrelaçados até 2026,mas cada um ouve o tic-tac do relógio como uma melodia diferente

Ensaio

O jornalista Leandro Miranda publicou em seu portal Marrapá, na última sexta-feira, 23, texto que aponta o vice-governador Felipe Camarão (PT) como herdeiro político de Flávio Dino, sobretudo pela posição de porta-voz de Lula no Maranhão.

De acordo com Miranda, Camarão é, ao lado do próprio governador Carlos Brandão (PSB), “o mais relevante cabo eleitoral do estado”; mas o portal faz uma comparação bem clara sobre o status do governador e o do vice-governador:

– Enquanto Brandão tem o ponteiro do relógio contra si, Camarão começa a ser reconhecido como sucessor natural da cadeira do Palácio dos Leões, beneficiado pela expectativa de poder de prefeitos em busca de reeleição, de novos e velhos líderes políticos, e de candidatos que aguardam chancela para as eleições deste ano.

 

A precisa observação do portal Marrapá encontra eco em postagem deste blog Marco Aurélio d’Eça, publicada na série “A era-pós Dino”, com o título “O papel de Felipe Camarão…”.

Não há dúvida de que o relógio que gira contra Brandão, faz o mesmo movimento em favor do seu vice-governador.

Talvez por isso, Brandão trabalhe nestes exatos dois anos e um mês que faltam de mandato para consolidar uma base política de peso e uma espécie de blindagem pós-governo, com indicação de parentes e aliados a postos-chave no Judiciário, nos órgãos de controle e na própria política.

  • já mandou para o Tribunal de Contas do Estado o sobrinho Daniel Itapary;
  • atua para eleger ao mesmo TCE-MA seu advogado pessoal Flávio Costa;
  • Conseguiu articular em Brasília a ida do seu ex-procurador-geral para o Tribunal Eleitoral;
  • tem entre os postulantes à vaga de desembargador no Tribunal de Justiça a prima Ana Brandão;
  • a sobrinha Mariana Brandão surge como opção para compor a chapa do candidato a prefeito Duarte Júnior;
  • outro sobrinho, Orleans Brandão, é tido como potencial candidato a deputado federal, mas fala-se em vice e até candidato a governador em 26.

Brandão é um político clássico, na melhor definição da palavra.

Ele conhece os meandros do jogo de poder e sabe como posicionar as peças a seu favor, além de ter frieza e inteligência emocional, um adicional que transforma qualquer liderança em fora-de-série.

Felipe Camarão é aquilo que se chama de garoto, sem a passagem pelo teste das urnas, com pouca experiência no embate político-eleitoral, mas com carisma suficiente para mobilizar massas; e tem o trunfo de estar na única cadeira com poder de definir o futuro do governador em 2026.

Se Brandão for candidato ao Senado, Camarão será, incondicionalmente, governador com possibilidade de reeleição; caso contrário, pode disputar vaga na Câmara Federal, ser novamente vice ou mesmo concorrer ao Senado.

Só precisa manter em dia o tic-tac do relógio…

Ministério Público tem elementos para prisão de Alessandro Martins…

Desembargadores do Tribunal de Justiça manifestaram-se nesta quarta-feira, 21, sobre os riscos que o ex-empresário apresenta à sociedade e dizem já haver elementos necessários para abertura de um inquérito contra ele, que foi levado coercitivamente pela Polícia para prestar esclarecimentos sobre denúncia de vítima de calúnia, difamação e invasão de domicílio

 

Martins conduzido por policiais civis nesta quarta-feira, 21, em denúncia de invasão de domicílio; empresário pode ser preso ou internado compulsoriamente

O ex-empresário Alessandro Martins já pode ter a prisão preventiva pedida pelo Ministério Público com base no rol de fatos possivelmente criminosos atribuídos a ele ao longo dos últimos dois meses; Martins foi levado para prestar depoimento nesta quarta-feira, 21, mesmo dia em que desembargadores cobraram uma posição do parquèt em relação aos riscos que ele representa à sociedade. 

Este blog Marco Aurélio d’Eça foi o primeiro a apontar, ainda em janeiro, os riscos que Alessandro Martins representa a ele e a terceiros neste seu retorno às manchetes maranhenses, após responder a processos por fraude na venda de veículos no início dos anos 2000.

– O novo Alessandro Martins, no entanto, não apenas inspira cuidados, mas mostra-se ameaçador. E ameaça não é mais um mero caso de meme na internet… – ponderou este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Comportamento de Alessandro Martins dá sinais de desequilíbrio…”.

De lá para cá, são inúmeros os episódios ameaçadores protagonizados por ele, que justificam um pedido de prisão preventiva ou mesmo de internação compulsória:

  • ameaça velada a vários desembargadores e membros do judiciário maranhense, inclusive com citação de nomes;
  • assédio moral – e sexual – seguido de exposição midiática de mulheres, sem autorização, em suas redes sociais;
  • ameaça a mulheres e homens em ambientes públicos de São Luís;
  • fraude em notícias em torno de si, com falsificação de páginas de internet legalmente estabelecidas;
  • falsidade ideológica ao se dizer chefe da guarda presidencial do ex-presidente José Sarney;
  • invasão do apartamento de um homem, com xingamentos, calúnia e difamação contra ele.

Foi, inclusive, a invasão destes aparamento que levou á condução coercitiva de Alessandro Martins nesta quarta-feira, 21, condução esta que pode se transformar em prisão preventiva, basta que o Ministério Público queira.

Elementos para isso já existem vários…

PDT ressente-se de Eduardo Braide, mas Brandão nem quer ouvir falar do PDT…

Presidente regional da legenda, senador Weverton Rocha resiste a uma aproximação do prefeito de São Luís por que imagina-se imposto pelo presidente Lula na chapa com os atuais governador e vice-governador em 2026, situação que enfrenta resistências declaradas do próprio Palácio dos Leões

 

Para ver esta bandeira, de novo, tremulando firme em 2026, Weverton precisa definir os rumos como líder, sem mágoas, ressentimentos, sentimentalismos ou frustrações

Análise de conjuntura

Com a candidatura do ex-vereador Fábio Câmara mantendo-se em 2024, corajosamente, como terceira via na tentativa de polarização entre o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), e o deputado federal Duarte Júnior (PSB), o PDT, partido do senador Weverton Rocha, tem uma difícil projeção eleitoral para 2026.

Os pedetistas ressentem-se fortemente de Eduardo Braide, mas são rechaçados abertamente pelo governador Carlos Brandão (PSB).

Weverton sonha desde o início de 2023 que o presidente Lula irá impor seu nome na eventual chapa do vice-governador Felipe Camarão (PT) e do atual governador Carlos Brandão (PSB) como um dos postulantes ao Senado; o próprio Weverton deixou claro isso na matéria do jornal O Estado de S. Paulo, que teve forte repercussão na mídia maranhense.

– Minha ideia é tentar reconduzir o mandato de senador em 2026, com apoio do Lula – admitiu o senador pedetista. Mas a resposta a ele veio no mesmo dia, por intermédio do deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT).

– Tem gente que traiu Flávio Dino, rompeu com ele, tentou derrotá-lo e agora, vejam só, tenta ser herdeiro político dele. É cada uma hahahahaha!!! – provocou o neopetista.

Pereira Júnior tem quase nenhum peso político no Maranhão, mas fala como uma espécie de boneco de ventríloquo do governador, que abriga o seu pai, Rubens Pereira, na Secretaria de Articulação Política; é, portanto, um recado direto do Palácio dos Leões à primeira tentativa do senador do PDT de figurar na mesma chapa de Brandão em 2026.

Rocha e o seu PDT ressentem-se de Braide pelo papel que o prefeito não desempenhou nas eleições de 2022: apoiado incondicionalmente pelo partido em 2020, ele simplesmente ignorou as eleições de 2022, levando o senador a um vexatório terceiro lugar, inclusive em São Luís.

Mas se o PDT resiste a uma aproximação com Braide, tampouco tem espaço no grupo de Brandão, que já tem suas próprias dores de cabeça para montar sua chapa de 2026 com o ministro André Fufuca (PP) e a senadora Eliziane Gama (PSD) postulando as vagas no Senado, como este blog Marco Aurélio d’Eça revelou no post “Brandão e a difícil equação para o Senado em 2026…”.

Weverton Rocha tem dois anos para construir um caminho próprio rumo às eleições de 2026, mas precisa se definir se gravitará em torno dos remanescentes do dinismo, esperando a imposição da vaga por Lula na chapa de Brandão – e ouvindo provocações e rechaços – ou se constrói uma alternativa que abra-lhe outros caminhos como líder.

Mas para isso, deve curar-se da mágoa, do revanchismo e do ressentimento…

Simplício Araújo vê “um ano perdido para o Maranhão”…

Ex-secretário de Indústria e Comércio e ex-candidato a governador diz que, ao contrário de outros estados – que se esforçam, para buscar investimentos – o governo maranhense usa a máquina pública apenas para campanhas eleitorais; e provoca: “Cite uma grande ação ou obra construída e entregue pelo governo do Maranhão em 2023”

 

Gráfico mostra o Maranhão nos níveis da Venezuela em desenvolvimento humano, situação que se agravou desde Flávio Dino e se mantém com Brandão

 

O ex-candidato a governador Simplício Araújo fez um duro balanço do estado sob o governo Brandão (PSB) em 2023; e viu “um ano perdido para o Maranhão”.

– Enquanto os demais estados brasileiros potencializam esforços para atração de investimentos, desenvolvimento e geração de empregos, o maranhense assiste o governo usar a máquina pública apenas para campanhas eleitorais – afirmou Simplício, que foi secretário de Indústria e Comércio no governo Flávio Dino.

O ex-candidato é a segunda liderança política em menos de uma semana a desenhar um quadro desolador como balanço do primeiro ano de gestão do governo Brandão.

Na semana passada, o presidente regional do Partido Novo, Leonardo Arruda, criticou duramente a gestão do governador, que segundo ele, é  calçada apenas em aumento de arrecadação com aumentos de impostos, mas inchando a máquina pública com excesso de secretarias e de parentes.

– Brandão está sem perdido, sem rumo e sem projeto – afirmou Arruda.

Simplício Araújo entende que sem gestão – o que falta no governo Brandão – o Maranhão não tem chances de se desenvolver

As críticas das lideranças encontram respaldo nos números oficiais, que mostram um Maranhão afundado na miséria, com índices sociais vergonhosos e sem nenhum tipo de desenvolvimento econômico, alcançando níveis de Venezuela, como mostrou o ex-senador Roberto Rocha, com base em números do Índice de Desenvolvimento Humano.

Mesmo assim, Brandão tenta aumentar os custos com um empréstimo de R$ 350 milhões já autorizado pela Assembleia Legislativa, e outro, de cerca de R$ 1 bilhão, que ainda depende de autorização do Senado.

Para Simplício Araújo, o que falta ao estado é gestão, que não se vê no governo Carlos Brandão; o ex-secretário encerrou sua crítica nas redes sociais com um desafio à população maranhense:

– Cite uma grande ação ou obra construída e entregue pelo governo do Maranhão em 2023…

20 anos depois, Flávio Dino e Carlos Brandão vivem mesma situação de Roseana e José Reinaldo

Da mesma forma que em 2002, quando a hoje deputada federal deixou o governo, se elegeu senadora com forte influência nacional no primeiro mandato do presidente Lula – fazendo seu sucessor no Maranhão e rompendo com este pouco tempo depois – o hoje ministro da Justiça, também em destaque nacional, enfrenta a mesma situação com seu ex-vice, que era o principal auxiliar de Tavares há duas décadas

 

Flávio Dino vive hoje com Brandão as mesmas circunstâncias pessoais e políticas que Roseana viveu com José Reinaldo há 20 anos

Ensaio

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) é para a história maranhense, hoje, o que a agora deputada federal Roseana Sarney (MDB) foi há 20 anos.

Assim como Roseana no início do primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, Dino hoje, em 2023 – quando Lula retorna ao poder – tem forte influência nacional e é cotado como opção presidencial

E assim como a emedebista à época, o socialista enfrenta, atualmente, situação de intenso desgaste com o sucessor eleito em sua chapa.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2002, Roseana liderou o início da corrida pela sucessão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão o mais radical dos sarneysistas, José Reinaldo Tavares (então no PFL), mas dava mostras de não confiar nele para sua sucessão.

Havia outras opções no governo roseanista, como o então chefe da Casa Civil João Abreu, preferido por ela, e o então Secretário de Desenvolvimento Social, Luiz Fernando Silva, por própria conta e risco.

Liderança política maranhense mais ovacionada no Brasil em 2022, Flávio Dino chegou a ser cotado para a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas acabou aliando-se a Lula. Tinha como vice no Maranhão um ex-sarneysista histórico, Carlos Brandão (então no PSDB), mas não demonstrava definição em torno do seu nome para a sucessão no estado.

Havia outras opções no governo dinista, como o senador Weverton Rocha (PDT), mais alinhado ideologicamente ao próprio governador, e o secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo, por própria conta e risco.

Neste ponto da linha do tempo, faz-se necessário uma importante referência: vice de Flávio Dino em 2022, Carlos Brandão era o principal auxiliar de José Reinaldo, vice de Roseana em 2002.

Há várias versões para o rompimento de José Reinaldo e Roseana; a mais aceita historicamente diz que a ex-governadora fez questão de diminuir o seu então vice nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Tavares, notadamente o da mulher dele, Alexandra.

Há várias versões para o estremecimento entre Flávio Dino e Carlos Brandão; a mais aceita diz que Dino diminuiu Brandão nos oito anos em que esteve no Palácio dos Leões, o que acirrou os ânimos da família Brandão, notadamente o do irmão caçula, Marcus Brandão.

A grande responsável pelo rompimento entre Tavares e Roseana, já às vésperas das eleições municipais de 2004, foi Alexandra, que decidiu ignorar o candidato sarneysista em São Luís, levando o marido a apoiar o prefeito pedetista Tadeu Palácio.

Nos bastidores da pré-campanha municipal de 2024, aponta-se Marcos Brandão como responsável pela articulação política que formará o palanque do irmão em São Luís, dificilmente o mesmo em que esteja Flávio Dino.

A história política maranhense mostra que Roseana tentou interferir no governo do sucessor, levando-o ao rompimento político e à primeira derrota do grupo Sarney em 40 anos de poder no Maranhão, em 2006.

À época, nem a força de Lula, reeleito em primeiro turno, foi capaz de garantir vitória de Roseana contra a força do Palácio dos Leões, com José Reinaldo à frente do governo e Jackson Lago embalando às forças antisarneysistas.

A história política maranhense se repete vinte anos depois.

Flávio Dino usa a força do cargo de ministro da Justiça para mostrar-se como único acesso a Lula em Brasília, o que tem levado Brandão a buscar nos próprios Sarney’s o caminho para furar o bloqueio dinista.

Versões dos bastidores do poder no Maranhão apontam que o ministro da Justiça – assim como Roseana em 2006 – aposta na força de Lula, em 2026, para voltar ao poder no Maranhão, embalado pelos mesmos garotos que estiveram com ele na reeleição de 2018.

Esta história já foi, inclusive, contada no blog Marco Aurélio d’Eça, no post “a doce ilusão que Flávio Dino cria entre aliados de Weverton e Eliziane…”.

Mas desta vez Lula será suficiente para enfrentar o rugir do Palácio dos Leões?!? E Brandão seguirá o mesmo caminho de José Reinaldo, abrindo mão de um mandato senatorial para derrotar o ex-aliado, repetindo a história de 2006?!?

A história poderá se repetir como farsa para alguns.

E para outros como tragédia…

Com cerca de 30%, Braide tem voto consolidado para disputar reeleição em 2024…

Ao contrário do que apontam analistas políticos, percentual de votos registrados pelo atual prefeito não representa teto, mas uma base sólida, o que dá a ele, no mínimo, condições de garantir vaga em um eventual segundo turno e chances de ampliar vantagem sobre os adversários, levando em conta percentual de 59% de indecisos registrados na pesquisa espontânea Completa/TV Band

 

Braide tem base consolidada de 1/3 do eleitorado, força política e espaço para ampliar este índice até o início da campanha de 2024

Análise da notícia

Alguns analistas políticos de São Luís avaliaram os números da pesquisa do Instituto Completa/TV Band, divulgados na terça-feira, 18, como “fim da linha” para o prefeito Eduardo Braide (PSD), que estaria “estagnado na casa dos 30%” de intenção de votos.

Trata-se de um equívoco.

Os cerca de 30% de intenções de votos registrados em Braide – que pode chegar a 35%, dependendo do instituto – representa não um teto, mas uma sólida base de eleitores, faltando ainda mais de um ano para o início da campanha eleitoral.

Estes números mostram que Braide tem 1/3 do eleitorado antes mesmo de a campanha começar, o que significa que, desde já, ele tem garantido, no mínimo, uma vaga em um eventual segundo turno.

Mas o prefeito tem caminho aberto para crescer até o início da campanha, sobretudo levando-se em conta um dado também mostrado pela mesma imprensa que decretou o seu fim de linha: são 59% de eleitores ainda indecisos, segundo revelou a mesma pesquisa do Instituto Completa.

Com a força da máquina administrativa e uma gestão que, se não de excelência, pelo menos aceita pela população, o mais natural é que o prefeito consiga convencer estes eleitores, simplesmente pelo fato de que, se não o quisessem, já teriam optado por outro neste momento da campanha.

É preciso levar em consideração que a campanha ainda nem começou.

E quando começar, é Braide, e não os adversários, quem tem o maior poder de convencimento do eleitorado, seja pelo reconhecimento de sua gestão, seja pela força da máquina administrativa.

Tem espaço para vencer em primeiro turno; mas já tem, no mínimo, vaga garantida em um eventual segundo turno.

Para contrapor a sua força eleitoral, apenas outra máquina administrativa no front.

Mas quem estará à frente desta outra máquina?!?

Em alta nas pesquisas, Paulo Victor já prepara filiação ao PSDB…

Presidente da Câmara Municipal de São Luís tem movimentação pré-eleitoral tão intensa quanto a do prefeito Eduardo Braide na capital maranhense, o que explica sua subida de mais de três pontos percentuais em cerca de um mês; ele deve entrar no partido em evento de peso ainda este ano

 

Paulo Victor tem estado presente em todas as comunidades, sempre com ações importantes da Câmara Municipal e de aliados

O presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (sem partido) é o único dentre os adversários de Eduardo Braide (PSD) que mantém uma agenda de pré-campanha tão intensa quanto a do prefeito de São Luís.

Isso explica o forte crescimento do parlamentar entre os meses de junho e julho, exatamente o período em que protagonizou alguns dos principais fatos políticos da pré-campanha.

Victor passou de 2,5% na pesquisa EPO divulgada em junho para 5,2% no levantamento do Instituto Completa, divulgado nesta terça-feira, 18.

Essa tendência de geração de fatos deve seguir pelo mês de agosto, quando o presidente da Câmara deve confirmar sua filiação ao PSDB, em evento de forte apelo midiático – e  com a presença de importantes lideranças tucanas.

No planejamento de campanha do futuro vereador tucano o objetivo é chegar ao início da janela partidária, em abril de 2024, com dois dígitos nas pesquisas, o que consolidará seu nome como opção da disputa em São Luís.

No ritmo que ele caminha, no entanto, essa marca deve ser atingida antes …

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Jackista diz que PDT perdeu até o direito de sentar à mesa das eleições 2024

Histórico no partido, ex-secretário Abdelaziz Santos faz em artigo críticas duras às lideranças – umas por omissão e falta de diálogo com a militância, outras por apostar em candidaturas sem discussão prévia com os movimentos organizados – e lamenta que, com um senador, um deputado federal, quatro deputados estaduais e três vereadores em São Luís a legenda “pareça cambalear”, “sem norte político”

 

Weverton, por omissão, e Penha, por posição pessoal, são os alvos principais de Aziz Santos pela letargia do PDT em São Luís

O ex-secretário Abdelaziz Santos – que comandou a Administração e o Planejamento nas gestões de Jackson Lago em São Luís e no Governo do Estado – voltou neste fim de semana a criticar a letargia do seu partido, o PDT, no debate sobre as eleições de 2024.

Sem citar nomes, Aziz Santos critica duramente “lideranças que falam apenas com quem querem e não ouvem a militância” e outras que “apostam em candidaturas deste ou daquele sem discussão prévia com movimentos organizados”.

O artigo “O PDT e suas idiossincrasias”, de Aziz, foi publicado nos principais jornais e  páginas de internet no sábado, 15 e domingo, 16.

– Tantas batalhas, tanto tempo de combate, de repente tudo isso jogado fora como se nada tivesse valido a pena. Ainda há tempo, senhores. Precisamos urgentemente sair desse pântano de areia movediça, convidar os movimentos organizados e a militância em geral para traçarmos os nossos rumos, a nossa caminhada – afirmou o líder jackista.

Embora não tenha citado nomes, tudo indica que o artigo de Abdelaziz é um recado direto ao senador Weverton Rocha e ao vereador Raimundo Penha, as lideranças mais expostas do PDT – por ação ou omissão – no que diz respeito à sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD).

A crítica a Weverton se dá pela omissão do debate, por “falar apenas com quem quer” e “não ouvir a militância”; já a provocação a Penha é por conta de sua insistência em tirar o PDT do jogo da sucessão e defender pessoalmente a candidatura do colega Paulo Victor (sem partido), “não se sabe bem o por quê”, segundo afirmou Aziz.

– Se pensarmos no cenário de São Luís, a nossa Capital, após o PDT ter comandado exitosamente o município por décadas, o quadro é de uma tristeza sem precedentes. Não há conversa, não se tem notícias de diálogo – afirmou o ex-secretário.

Este blog Marco Aurélio d’Eça também tem feito ponderações a respeito da postura do PDT na sucessão de Braide; a legenda, hoje comandada por Weverton Rocha está no poder em São Luís desde 1988, seja com prefeito próprio, seja participando de gestões.

Mas desde o fracasso nas eleições de 2022, parece ter perdido o rumo e ressentindo-se de falta de liderança e diálogo, vivendo uma inédita “divergência conceitual interna…”.

– O PDT tem história ímpar e quadros excelentes para uma boa disputa eleitoral. Temos 4 deputados estaduais, 3 vereadores em São Luís, 1 deputado federal e 1 senador. Somos muitos. Falta diálogo, falta liderança. Apenas isso – desabafou o ex-auxilair de Jackson Lago.

No artigo “O PDT e suas idiossicrasias”, Aziz Santos aponta a artilharia também para Braide, que “no segundo turno ajudamos a eleger” em 2020.

– Se é verdade que este deixou de cumprir compromissos com o Partido, poderá ter o mesmo fim da Conceição, do Tadeu e do Holandinha. Se existiram politicamente ninguém sabe, ninguém viu – bateu Aziz.

O ex-secretário cobra postura das lideranças e recolocação do PDT nos trilhos do debate eleitoral, para evitar o fim melancólico do partido.

– Fala-se que o PDT hoje perdeu até o direito de sentar-se à mesa de negociações sobre as próximas eleições, tudo isso porque as lideranças não nos apontam caminhos – avalia.

Abaixo, a íntegra do artigo de Abdelaziz Santos:

O PDT e suas idiossincrasias

No passado, o PDT e o PT tinham uma coisa em comum: os governos do Brasil geralmente se inclinavam à direita e os partidos mais à esquerda abraçavam a política sem o desejo prematuro de poder. Posteriormente, ambos ganharam eleições importantes. O PT então encantou-se com o poder e decidiu abandonar seu Projeto de Nação ainda não consolidado, fixando-se num Projeto de Poder que o mantém até hoje na política brasileira, agora cada vez mais fragilizado. Sua liderança máxima, o Lula, aonde vai no exercício da Presidência é falando coisas de arrepiar: casos da Ucrânia, Venezuela, democracia relativa e outras bobagens que tais. A última é que o Governo está vivendo sua melhor fase com o Legislativo. Quer dizer, o Centrão manda e desmanda e isso é bom para o Governo, segundo o Presidente. Ficamos livres do Bolsonaro, mas não de bobagens

Já o PDT, diferentemente do PT, quando assumia funções de governo mostrava que era pela educação que se resolveria o nó górdio do atraso do Brasil e, exercendo ou não o poder, sempre empunhava as bandeiras do desarmamento mundial, da superação do subdesenvolvimento econômico e tecnológico do Terceiro Mundo, da garantia da soberania dos povos e, especialmente, em relação ao Brasil, da educação libertária. Enfim, o seu Projeto de Nação era a bússola, e mais importante do que o Poder.

Ocorre que, tendo perdido a alma com a morte do Brizola, o PDT perdeu-se nos descaminhos  da política. Mais recentemente ensaiou a candidatura de Ciro Gomes à Presidência e, não obstante, tudo o que este disse do PT e do Lula na campanha de nada serviu, pois o Partido resolve ironicamente compor o seu ministério, ao invés de adotar uma posição crítica ao governo, oferecendo sua contribuição ao Brasil, agora a partir do PND do Ciro. Triste!

Aqui, no Maranhão, vivemos tempos gloriosos sob a liderança do Jackson Lago, que perdia e ganhava eleições até assumir o Governo, logo deposto pelos Sarneys, servindo-se de golpe judiciário que manchou a biografia de vários ministros do TSE. O seu Projeto de Maranhão era claro. Com ou sem mandato, ao ser indagado qual o caminho a percorrer, a resposta era cristalina, ou seja, no caminho em que sempre estivemos, contrário às oligarquias que ajudaram a empobrecer a população que vivia – e vive – à margem do ciclo econômico do minério de ferro e da monocultura, e outros grupos que depredam a natureza em benefício dos seus próprios interesses, e a favor  da educação, da produção a partir do desenvolvimento local e da  inclusão das massas populares.

Testemunhei a firmeza de princípios de Jackson Lago ao recusar acenos de aproximação ao grupo Sarney.  Jamais rendeu-se ao canto das sereias! Preferiu imolar-se a ser criminosamente ceifado em vida, por via dos que pregam a capitulação dos ideais a um projeto de poder. Faltam-nos, no Brasil e no Maranhão, homens dessa têmpera.

Após a morte do nosso grande  líder das oposições maranhenses, o PDT parece cambalear, não se vislumbra o norte político.  O que ouço diariamente dos pedetistas que me visitam é que as nossas principais lideranças regionais falam apenas com quem querem, não ouvem a militância, preferem submeter-se ao jogo tradicional da política menor.

No plano municipal a desgraça se repete. O pior de tudo é que se percebe uma espécie de medo da militância na interlocução com as lideranças do partido. Os que dele dependem para sobreviver merecem nossa compaixão. E os outros, que têm vida própria, silenciam por quê?

Se pensarmos no cenário de São Luís, a nossa Capital, após o PDT ter comandado exitosamente o município por décadas, o quadro é de uma tristeza sem precedentes. Não há conversa, não se tem notícias de diálogo. Fala-se que o PDT hoje perdeu até o direito de sentar-se à mesa de negociações sobre as próximas eleições, tudo isso porque as lideranças não nos apontam caminhos. Aqui e acolá, um ou outro dirigente sai na frente, não se sabe se autorizado ou não, a apostar em candidatura deste ou daquele personagem, sem discussão prévia com os movimentos organizados, não se sabe bem  o porquê. Triste!

Nas eleições passadas, mesmo sem candidatura própria, fizemos um bom primeiro turno e, no segundo, ajudamos a eleger o Braide. Se é verdade que este deixou de cumprir compromissos com o Partido, poderá ter o mesmo fim da Conceição, do Tadeu e do Holandinha. Se existiram politicamente ninguém sabe, ninguém viu.

E nosso legado? Tantas batalhas, tanto tempo de combate,  de repente tudo isso jogado fora como se nada tivesse valido a pena. Ainda há tempo, senhores. Precisamos urgentemente sair desse pântano de areia movediça, convidar os movimentos organizados e a militância em geral para traçarmos os nossos rumos, a nossa caminhada. O PDT tem história ímpar e quadros excelentes para uma boa disputa eleitoral. Temos 4 deputados estaduais, 3 vereadores em São Luís, 1 deputado federal e 1 senador. Somos muitos. Falta diálogo, falta liderança. Apenas isso.

Abdelaziz Santos

De como Edivaldo Júnior voltou ao jogo da sucessão em São Luís…

Derrotado fragorosamente nas eleições de 2022, convidado a sair da legenda, isolado e sem grupo político, o ex-prefeito seguiu o caminho registrado no blog Marco Aurélio d’Eça – cujo passo a passo é mostrado neste post – apareceu nas pesquisas e passou a figurar como importante candidato à sucessão do prefeito Eduardo Braide

 

O blog Marco Aurélio d’Eça observou atentamente os movimentos de Edivaldo e o levou ao jogo da sucessão

Análise da Notícia

13 de junho de 2023. O blog Marco Aurélio d’Eça percebe um movimento diferente na agenda do ex-prefeito Edivaldo Júnior (sem partido) e registra este fato no post “Edivaldo volta à ativa nas redes sociais…”

À época, o ex-prefeito vinha de uma fragorosa derrota para o Governo do Estado, tinha perdido o partido para o atual prefeito Eduardo Braide (PSD), estava isolado e sem grupo político.

19 de junho de 2023. Seis dias após postagem do blog Marco Aurélio d’Eça, blogs maranhenses divulgam a primeira pesquisa sobre a sucessão de São Luís, do Instituto EPO, mas não percebem o fato principal por trás dos números, registrado no post “Edivaldo é a surpresa da pesquisa…”

Claro que Edivaldo tem recall de sua passagem bem avaliada pela prefeitura, mas a surpresa, no caso, se deu pelo fato de que ele nem sequer havia anunciado interesse na sucessão de Braide.

A partir da postagem do blog Marco Aurélio d’Eça, a maioria dos veículos de mídia também passou a observar o fator Edivaldo na pesquisa EPO e passou a vê-lo como importante player na disputa de 2024.

4 de julho de 2023. O blog Marco Aurélio d’Eça traz no mesmo dia duas notícia correlacionadas às eleições de 2024.

O primeiro post trata da saída do presidente da Câmara, vereador Paulo Victor, do PCdoB, e recebe o título “Paulo Victor já procura novo partido…”.

Horas mais tarde, o blog publica o segundo texto, baseado em informações do jornalista Thales Castro: “Sai Paulo Victor entra Edivaldo na federação PCdoB, PT, PV…”.

Edivaldo primeiro apareceu nas redes; depois, apareceu nas pesquisas. E estavam criadas as condições para sua entrada na sucessão

A partir de então, o ex-prefeito de São Luís garantia as credenciais para se tornar candidato: números relevantes em uma pesquisa eleitoral e um partido forte encaminhado para a disputa.

8 de julho de 2023. O blog Marco Aurélio d’Eça registra um fato a mais em relação a Edivaldo, no post “Edivaldo já se movimenta à vontade entre aliados de Flávio Dino…”.

Estavam, então, criadas as condições para inclusão do nome de Edivaldo no debate da sucessão de Eduardo Braide.

E foi assim que o ex-prefeito entrou no jogo da sucessão em São Luís...