Se os aliados de Jair Bolsonaro pensavam em se livrar, de uma forma ou de outra, do deputado federal LGBT, sua saída do Brasil abre espaço para Davi Miranda, ainda mais radical na luta pela defesa dos direitos individuais
Davi Miranda na Câmara do Rio: aberta defesa do movimento LGBT e parceria com Marielle Franco
A desistência do antropólogo e jornalista Jean Willys (PSOL) de assumir mandato na Câmara Federal foi recebida com festa nas redes sociais pelos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Willys é um dos mais fervorosos críticos de Bolsonaro, a quem considera despreparado para o comando do Brasil; mas sua saída pode ser ainda pior para o novo governo.
Quem assumirá a vaga na Câmara é o também jornalista e vereador Davi Miranda, também do PSOl.
Gay assumido e amigo pessoal da vereadora Marielle Franco – assassinada no ano passado – Miranda será o único representante do movimento LGBT no Congresso, em pleno governo notadamente contrário às ideologias de gênero e identidade sexual.
– Conforme Jean sempre fez, David está muito pronto para lutar – afirmou o correspondente internacional Glenn Greenwald, marido do novo deputado.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o próprio Davi Miranda deixou claro sua disposição para a batalha política.
– Sempre enfrentei batalhas. Já era para eu estar morto há muito tempo. Venho do Jacarezinho, sou negro, LGBT, fui torturado, enfrentei os governo dos Estados Unidos e da Inglaterra – relembra.
Jean Willys e Bolsonaro na Câmara Federal: debate duro e agressões de lado a lado
Na quinta-feira, quando surgiram as primeiras informações da renúncia de Willys – e diante das ironias da família Bolsonaro – Davi Miranda partiu para cima do presidente nas redes sociais.
– Respeite o Jean, Jair, e segura sua empolgação. Sai um LGBT mas entra outro, e que vem do Jacarezinho. Outro que em 2 anos aprovou mais projetos que você em 28. Nos vemos em Brasília – escreveu.
Os bolsomínions, portanto, não perdem por esperar…
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