2º Turno

Dilma não virá; com ou sem Dino

Os dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais deram pouca importância ao eleitorado maranhense.

A presidente Dilma Rousseff (PT), cuja visita chegou a ser anunciada para esta semana,  não tem nenhuma agenda no estado até o fim da campanha.

Aécio também não virá ao Maranhão

Ela entende que o eleitorado do Maranhão está consolidado, o que lhe garantirá mais de 65% dos votos.

E isso torna desnecessária a sua visita ao estado.

Já o tucano Aécio Neves teme sofrer novamente o fracasso de sua visita no primeiro turno, sobretudo por que não tem palanque forte no estado.

Ele esperava ter o apoio declarado do governador eleito Flávio Dino (PCdoB), que poderia potencializar seus votos, hoje abaixo dos 15%.

E quer intensificar a presença em colégios eleitorais mais significativos, que podem compensar a pífia votação em todo o Nordeste.

O secretário de Saúde Ricardo Murad (PMDB) manifestou-se publicamente, no final de semana, em relação à postura de neutralidade do governador eleito Flávio Dino no segundo turno das eleições presidenciais.

Para Murad, a postura do comunista é “covarde e reprovável”.

– Três anos como presidente da Embratur, nomeado pela presidente Dilma – e a neutralidade dela em relação á eleição estadual – não merecia dele esta atitude covarde e reprovável – ressaltou Murad, em seu perfil no Facebook.

Ao lembrar a neutralidade de Dilma, o secretário traz de volta ao debate a ausência da presidente no primeiro turno das eleições. Ela não veio ao Maranhão e sequer gravou para o candidato do PMDB, Lobão Filho, o que foi visto como um gesto de apoio indireto a Flávio Dino.

O próprio Flávio Dino aproveitou-se da imagem de Dilma, ligando o nome dela à sua campanha.

Mesmo assim, Ricardo Murad reafirmou seu apoio à candidata do PT, e cobrou a vinda dela ao Maranhão.

– Mostrem apreço e reconhecimento à decisão do nosso povo – exortou Murad.

Anunciada para esta semana, não há previsão da vinda de Dilma ao Maranhão…

Governador eleito, que sempre criticou a postura “furta-cor” de adversários,  agora parece agir exatamente da mesma forma política

O irmão de Dino, Sálvio Jr.: apoio a Dilma…(imagem: divulgação/Ivaldo Rodrigues)

O futuro governador Flávio Dino (PCdoB) se elegeu encarnando o discurso da mudança – de práticas e métodos políticos.

Agora, se declara neutro no segundo turno das eleições para não se comprometer com nenhum dos candidatos a presidente. Ao mesmo tempo, no entanto, libera aliados e até os familiares para as duas campanhas.

O irmão de Flávio Dino, Sálvio Dino Júnior, participou ontem, em São Luís, de evento da campanha de Dilma Rousseff (PT) no Maranhão. E declarou apoio à candidata do PT.

O pai, Sálvio, por sua vez, se juntou a Aécio (Blog da Kelly)

No dia anterior, o pai do governador eleito, ex-prefeito Sálvio Dino, fez questão de participar do evento em que o prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira (PSDB) abriu a campanha do candidato tucano Aécio Neves.

Flávio Dino foi auxiliar da presidente Dilma até abril, quando deixou a Embratur para ser candidato ao governo. Já o candidato tucano Aécio Neves veio ao Maranhão especialmente para firmar a aliança com o comunista – a quem indicou o companheiro de chapa, Carlos Brandão.

A postura “furta-cor” de Flávio dino pode ser explicada pelos interesses político-eleitorais de seu projeto de poder.

E como diria Karl Marx, “a história acontece como tragédia. E se repete como farsa”…

O prefeitos de Imperatriz Sebastião Madeira (PSDB) conseguiu mobilizar as principais lideranças pró-Aécio Neves no Maranhão em um evento agora à noite em Imperatriz. Um dos mais entusiasmados articuladores da campanha de Aécio, Madeira quer diminuir significativamente a diferença da presidente Dilma no Maranhão, para ajudar na vitória em todo o país. Com o coordenador da campanha tucana, senador Agripino Maia (DEM-RN), Madeira reuniu o deputado Neto Evangelista (PSDB), o prefeito Ribamar Alves (PSB), o senador eleito Roberto Rocha (PSB), o vice eleito Carlos Brandão (PSDB), o deputado federal João castelo (PSDB) e outras lideranças.

O senador fala com o presidenciável sobre as eleições no Maranhão…

O senador eleito do Maranhão, Roberto Rocha (PSB0, já definiu que apoiará o presidenciável Aécio Neves (PSDB) no Maranhão.

Ex-tucano, inclusive como presidente local do PSDB, Rocha esteve ontem em Brasília e se reuniu com o próprio Aécio.

…E os dois se abraçam, como antigos companheiros de legenda

Garantiu apoio, mesmo ainda sem a decisão oficial do se partido.

O apoio de Roberto Rocha é mais uma forma de pressão ao governador eleito Flávio Dino (PCdoB), que se decidiu pela neutralidade.

O PSDB deu o maior tempo na propaganda para Flávio Dino.

Fundamental para sua vitória em 1º Turno…

Senador do PMDB disse que pouco importa se PCdoB e PDT se agregarem à campanha no Maranhão. “O que importa é que Dilma é a melhor opção para o Brasil”, afirmou.

João Alberto com seus aliados e Dilma: “melhor opção para o Brasil”, diz ele

O senador João Alberto de Souza garantiu ontem que o PMDB maranhense vai manter o ritmo da campanha de Dilma Rousseff no Maranhão.

E afirmou que estará na campanha, seja ao lado de quem for.

– Não importa quem venha para a campanha. Importa é que acreditamos em Dilma como a melhor opção para o Brasil e vamos trabalhar para reelegê-la – afirmou o senador, que é presidente licenciado do PMDB maranhense.

João Alberto revelou que vai reunir na semana que vem os prefeitos alinhados à campanha de Dilma para uma definição de agenda no Maranhão.

Ele pretende também conversar com os aliados do PT para formar um grupo, incluindo os partidos que se agregarem ao palanque no segundo turno.

Isso implica convivência também com os membros do PDT e do PCdoB.

Mas isso não tem a menor importância, garante o senador…

Não será surpresa se o governador eleito Flávio Dino (PCdoB) cruzar os braços na eleição presidencial no Maranhão.

Ele já fez isso em 2010, quando perdeu em 1º Turno o governo para Roseana Sarney (PMDB).

Na época, o assunto foi tratado pelo jornalista Décio Sá, em seu blog. (Relembre aqui e aqui e aqui)

Depois das revelações de Décio, o comunista tratou de assumir voto em Dilma, mas, não prática, cruzou os braços.

E a coisa tende a se repetir em 2014.

Ontem, o PCdoB divulgou nota em que afirma apoiar Dilma Rouseff (PT) no segundo turno. Mas os próprios comunistas dizem ser melhor o governador eleito manter-se neutro.

Os petistas rebeldes – liderados por Márcio Jerdim e Eir Santos – pressionam para que o governador comunista assuma oficialmente o apoio a Dilma.

Mas os tucanos, liderados pelo prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB) – que já marcou, inclusive, lançamento da campanha para sexta-feira – entendem que o melhor caminho para Dino é o apoio a Aécio Neves.

O governador eleito se reúne sexta-feira com o PCdoB, em Brasília.

A partir de então, se posicionará em relação à eleição presidencial…

A desconstrução foi praticada por PT e PSDB, mas a que calou fundo foi a petista.

O sentimento generalizado é o de que os antigos parceiros passaram dos limites.

E que não dá para levar desaforo para casa.

As conversas são no sentido de que seja adotada uma posição comum pelo PSB, por Marina Silva e aliados.

Os socialistas sabem que a decisão não será seguida por todos, mas pela maioria.

Há especificidades regionais.

Os governadores Ricardo Coutinho (PB) e Camilo Capiberibe (AP) precisam do PT no segundo turno.

A neutralidade estava descartada ontem.

“Seria um grande erro deixar a tropa solta, o exército sem comando”, diz um líder socialista.

Da coluna Panorama Político, de O Globo