O detalhamento do assassinato do jornalista Décio Sá, feito pelo próprio executor, sugere que a vítima pode ter sido monitorada por uma terceira pessoa na noite do crime.
Segundo trechos do depoimento usados pela polícia no pedido de prisão dos envolvidos, o matador Jhonatan de Souza chegou a perder contato visual com o carro de Décio. Ele revela, no entanto, que decidiu seguir para a praia, até encontrá-lo novamente, ocasião em que efetivou o crime.
Versão pouco crível, que gera questionamentos.
Por que o bandido, ao perder o carro de Décio de vista, escolheu seguir exatamente para a Litorânea? Porque não foi até sua casa? Quanto tempo perdeu procurando de bar em bar na Litorânea?
É um tanto surreal que uma pessoa possa imaginar por si só, de cara, que outra tenha seguido para uma avenida como a Litorânea em plena segunda-feira.
Detalhe: o Estrela do Mar fica na parte São Marcos da Litorânea. O bandido já estava no Shopping do Automóvel, na altura do Quintas do Calhau, a uma distância considerável do local do crime.
Sair de bar em bar a procurar é de um amadorismo que não condiz com a montagem do crime.
O mais provável, segundo analistas da própria polícia, é que o bandido, após perceber que se perdera de Décio, tenha ligado para uma terceira pessoa, que decidiu monitorar para saber onde Décio estava.
É muito provável que, só a partir da informação desta terceira pessoa é que o bandido possa ter ido ao local do crime. Tanto que planejou deixar a moto do outro lado da avenida, no ponto exato para uma rota de fuga.
Este blog sempre levantou a hipótese de uma tocaia para Décio Sá, como prova o post “Perseguição ou Tocaia?”, publicado em 27 de abril.
A polícia só precisa saber agora se Jhonatan está escondendo alguém.
E quem é este eventual protegido…