Ministros mais alinhados à esquerda do governo petista já dão como certo que a influência da ala emedebista de São Paulo tirará o partido da base nas eleições de 2026, o que abre mais um debate sobre os rumos da legenda no futuro projeto do governador maranhense
Três declarações de lideranças do MDB após as eleições municipais apontam um caminho de provável rompimento do partido com a base do governo Lula em 2026.
E esse rompimento tem desdobramentos óbvios no Maranhão:
- hoje o MDB maranhense é controlado pela família do governador Carlos Brandão (PSB);
- Brandão pretende manter-se no apoio ao governo Lula, em troca do apoio do PT ao seu projeto;
- o sobrinho do governador, Orleans Brandão, um dos nomes para a sucessão, está filiado ao próprio MDB;
- a ala emedebista no Maranhão mais alinhada aos paulistas apoia exatamente o prefeito Eduardo Braide (PSD).
O risco de ver o MDB fora da base de Lula começou com declarações do prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes, defendendo aliança com a oposição nas eleições de 2026; em, resposta, o ex-presidente José Sarney disse que espera ver o partido manter-se na base lulista.
Mas nesta terça-feira, 12, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, que é do PSB, admitiu ser muito difícil manter os emedebistas na aliança com o PT.
O MDB está na Prefeitura de São Paulo e está no governo de São Paulo. E essa somatória, a Prefeitura de São Paulo e o governo de São Paulo, eles se juntarão para montar o ovo da serpente que virará o adversário do Lula na próxima eleição”, declarou França.
Para consolidar um projeto eleitoral próprio – seja em aliança com os chamados dinistas, seja com candidato do próprio grupo familiar – Brandão precisa da força do MDB; e nem cogita ver o prefeito Eduardo Braide em uma aliança de centro-direita, que reúna PSD, MDB, PL e Republicanos.
Isso deixaria seu projeto mais dependente da esquerda do PT e dos dinistas.
Está surgindo, portanto, um novo cenário para o governador maranhense…