Carência de infraestrutura turística destrói investimentos para atrair público ao MA…

Dificuldade para saída e entrada em São Luís, passando pela desorganização nos principais pontos turísticos, com serviços mal prestados em bares, restaurantes e hotéis – além da incapacidade do poder público de gerenciar praias, parques e santuários – formam o círculo vicioso do aumento e redução constantes no número de turistas no estado, mesmo com o esforço do governo na atração de pessoas mundo a fora

 

Em Santo Amaro, o turista até entendeu a taxa para acesso aos lençóis, mas a desorganização da prefeitura gerou confusão e revolta

Ensaio

Para sair de São Luís o caos se forma, seja por terra, por água ou pelo ar.

O serviço de ferry boat continua um desastre literal, incapaz de se preparar para um feriadão como o da Semana da Pátria.

A saída por estrada para o principal ponto turístico do estado – os lençóis maranhenses – até melhorou com a duplicação da Br-135, mas encontra um gargalo quilométrico entre os municípios de Rosário e Morros, com estradas apertadas e mal sinalizadas.

Por ar é impossível viajar pelo estado em voo comercial, dada a falta de aeroportos regionais com capacidade para receber o cada vez mais crescente número de turistas.

O que se viu neste feriadão, mais uma vez, foram filas quilométricas na Ponta da Espera e no Cujupe, engarrafamentos gigantescos entre Barreirinhas e São Luís, despreparo de agentes públicos que puxam até armas para turistas e o fracasso na cobrança de taxa para visitação ao parque dos lençóis de Santo Amaro, uma desorganização que só gerou revolta.

E se os operadores do turismo não derem jeito nisso, o círculo vicioso continuará, levando o esforço do governo em atrair turistas – como se viu no São João – indo literalmente por água abaixo com serviços de péssima qualidade no interior e em São Luís.

Bares e restaurantes surgem ás centenas, tanto na capital quanto nas praias e parques, mas se repetem, fica tudo igual, com as mesmas atrações, os mesmos shows, o mesmo cardápio e o mesmo serviço.

Uma cópia da cópia, da cópia que mudam apenas de lugar, com tudo igual, seja na Península, no Atins ou no boteco das comunidades da ilha.

 

Seja na Península, no Atins, nas comunidades da periferia de São Luís bares se repetem em, tudo, das atrações ao cardápio, atraindo de novos ricos deslumbrados a quatrocentões falidos

E nesses “locais descolados” – iguaizinhos uns aos outros – o que sobra é a presença inconveniente de novos ricos, quatrocentões falidos e playboys deslumbrados e enriquecidos com dinheiro fácil de toda sorte.

O mesmo público para todos os locais, que circulam aos bandos, causando os mesmos problemas e as mesmas confusões de todo fim de semana; os mesmos resultados já esperados feriado após feriado, como ocorreu agora, novamente, em um bar de Morros.

E o Maranhão vai ficando num meio-caminho entre a prosperidade turístico e os balneários popularescos.

Capazes de atrair público, mas mandá-los embora com a mesma facilidade…

Marco Aurélio D'Eça