Enquanto vai, ele próprio, ocupando com tranquilidade espaços importantes na esfera federal, senador pedetista – que em 2022 tentou convencer, sem sucesso, o agora ministro Flávio Dino, a uma aliança de centro-esquerda no Maranhão – acompanha à distância a “guerra fria” que o ex-comunista trava contra seu afilhado por espaços no governo estadual, além da batalha quase sangrenta entre o mesmo Dino e seus ex-adversários por espaços no Governo Federal
Ensaio
Em 12 de maio de 2021, o blog Marco Aurélio d’Eça publicou a Análise de Conjuntura intitulada “Pauta de centro-esquerda tende a aproximar agendas de Flávio Dino e Weverton Rocha…”.
À época, Weverton ainda mantinha a expectativa de ter o apoio de Flávio Dino na disputa pelo governo, pela proximidade histórica de suas lutas, sempre no mesmo campo ideológico.
– Tanto Dino quanto Rocha têm trajetórias na esquerda desde o movimento estudantil, quando ambos pregavam contra as forças liberais, neo-liberais e de direita, representadas desde sempre por PSDB, DEM e outras legendas hoje alinhadas ao projeto de Jair Bolsonaro – apontava o texto do blog.
A história se fez diferente.
Dino confirmou o apoio ao seu então vice-governador, Carlos Brandão (à época ainda no PSDB) e implementou uma pressão política contra Weverton que resultou no esvaziamento político do senador e garantiu a vitória de Carlos Brandão.
Ainda na campanha, tanto Brandão quanto Flávio Dino fizeram um outro movimento político de peso histórico.
A aproximação com o grupo Sarney, que ambos haviam derrotado em 2014, levou para o palanque brandonista ninguém menos que a agora deputada federal Roseana Sarney (MDB).
Derrotado, Weverton recolheu-se e manteve sua articulação de bastidores, sobretudo após a vitória de Lula (PT), de quem sempre foi aliado histórico.
E agora vê, à distância, o resultado das articulações de Flávio Dino em favor de Brandão.
As notícias apontam que o atual governador tem limitado drasticamente os espaços de poder do ex-comunista em seu governo, construindo uma estrutura própria, sem tutela do ministro da Justiça e reforçando a aliança com os Sarney. (Releia aqui, aqui, aqui e aqui)
Além da guerra fria contra Brandão, Dino ainda é obrigado a se movimentar também em outra frente: uma disputa intensa com agora aliado Grupo Sarney pelos espaços do governo Lula no Maranhão. (Entenda aqui)
Enquanto a aliança furta-cor que Flávio Dino construiu em 2022 – reunindo partidos de direita, de esquerda e de centro – começa a dar sinais precoces de fadiga, Weverton Rocha vai construindo sua própria agenda no governo Lula e no Maranhão.
Além do presidente de sua legenda e amigo pessoal, Carlos Lupi, no Ministério do Trabalho, o senador maranhense conseguiu ver emplacado o compadre Juscelino Filho (União Brasil) no Ministério das Comunicações.
Além disso, acaba de indicar o Superintendente da Codevasf no Maranhão, uma das principais estruturas de obras e serviços do Governo Federal.
Como se vê, a política é dinâmica em todas as suas etapas, constrói realidades e destrói com a mesma velocidade.
Basta esperar o dia atrás do outro…