Classe política pressiona pela abertura do Rio Anil Shopping…

Agentes do governo estadual e do judiciário, deputados estaduais e até membros do Ministério Público agem nos bastidores alegando que o fechamento do centro de compras – palco de um incêndio que matou duas pessoas – causará prejuízos à economia e desemprego em São Luís; Promotoria do Consumidor decreta sigilo no inquérito que investiga responsabilidades

 

Deputados foram ao Rio Anil Shopping e saíram de lá convencidos da necessidade de sua reabertura; nenhuma visita às famílias vítimas do incêndio que matou duas

Editorial

Os deputados que visitaram o Rio Anil Shopping na última segunda-feira, 20, saíram de lá com uma convicção externada publicamente: “é preciso reabrir o Rio Anil Shopping, fechado desde o dia 7 de março”, após incêndio que matou duas pessoas e feriu outras 21.

Por trás da pressão parlamentar há um jogo político que envolve agentes do Governo do Estado, do Poder Judiciário, da Assembleia Legislativa e até do Ministério Público pela reabertura do centro de compras.

É a elite maranhense tentando proteger o negócio da família do ex-senador  Clovis Fecury.

Nenhuma ação desses agentes públicos aponta para qualquer iniciativa ou providência em relação às famílias que perderam as duas jovens; o próprio chefe do Ministério público, Eduardo Nicolau, monitora dia e noite as investigações, agindo como espécie de advogado de defesa das empresas-alvo do incêndio.

A pressão desses agentes públicos nas investigações já foi denunciada pelo blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Estranhas ações sugerem “rede de proteção” ao Rio anil Shopping no incêndio que matou duas”.

Diante destas pressões – que atingem promotores de justiça, oficiais do Corpo de Bombeiros, delegados e agentes da Polícia Civil e da Perícia Criminal – a promotora de Defesa do Consumidor, Lítia Cavalcanti, decretou sigilo no inquérito sob sua responsabilidade; é uma forma de evitar acesso com outros interesses ao material.

Mas até mesmo os agentes envolvidos na investigação admitem que a pressão vai mesmo forçar a reabertura do Rio Anil Shopping.

E a tendência é que as vítimas serão esquecidas na prateleira das histórias não resolvidas…

Marco Aurélio D'Eça