A ascensão de jovens políticos a partir da eleição do governador Flávio Dino, em 2014, será posta à prova em outubro, na disputa entre o senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão, último representante da antiga política que dava as cartas no estado até então
Ensaio
O governador Flávio Dino (PSB) encerra o mandato no final de março, com um legado que nem mesmo a sua própria rede de comunicação conseguiu explorar ao longo dos últimos oito anos: ele é responsável pela maior transição de poder entre gerações na história do Maranhão.
Fo a vitória de Dino em 2014 – desenhada já a partir das eleições municipais de 2012 – que levou o maior contingente de jovens lideranças ao poder político no Maranhão, ocupando espaços institucionais e controle dos principais partidos.
Este legado estará sendo posto à prova nas eleições de outubro, na disputa entre o senador Weverton Rocha (PDT) – um dos maiores expoentes desta nova geração – e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), último representante da antiga política, tradicional e patrimonialista, que controlava o poder no estado até 2010.
Não há dúvida de que a disputa entre Weverton e Brandão é um choque de gerações
E este choque tem Flávio Dino como principal articulador; para um lado e para o outro.
Sem a vitória de Dino em 2014, é pouco provável que jovens políticos, como o prefeito de São Luís Eduardo Braide (Podemos), seu antecessor, Edivaldo Júnior (PSD), os presidentes da Câmara Municipal, Osmar Filho (PDT), e da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PDT) estivessem hoje no poder político maranhense.
Sem a vitória de Dino em 2014 nem Weverton Rocha, nem Eliziane Gama (Cidadania) teriam condições de sonhar ser senadores e não teriam hoje o destaque nacional que têm.
Quem poderia imaginar que garotos como André Fufuca (PP), Juscelino Filho (DEM), Pedro Lucas Fernandes (PTB), Fábio Macedo (PRB), Felipe Camarão (PT), Bira do Pindaré (PSB), Gil Cutrim (PRB), Roberto Costa (MDB), Dr. Yglésio (PROS), Wellington do Curso (PSDB) e Duarte Júnior (PSB) pudessem estar hoje no comando ou disputando comando de partidos do porte de DEM, PP, MDB, PT, PSB e PSDB?
Mas o mesmo Flávio Dino que oxigenou a política maranhense, renovando seus quadros em quase a sua totalidade é também o responsável por dar sobrevida à velha política, representada pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB), último expoente da cultura coronelista e patrimonialista a disputar poder no Maranhão.
A “escolha pessoal” de Flávio Dino pelo tucano Brandão trouxe de volta à cena figuras que já deram sua contribuição em outro momento da história e deveriam estar em casa, refestelando-se com netos e bisnetos, como por exemplo o ex-governador José Reinaldo Tavares.
Ao incensar seu vice, Dino também “ressuscitou” ao debate figuras ainda mais distantes da atual realidade política, alguns cuja última eleição importante que disputou ocorreu no longínquo ano de 1984.
Flávio Dino deixa o governo em março, e a população maranhense é quem decidirá de que lado ele estará na foto da história.
Se com os jovens que ascenderam a partir de sua vitória em 2014 ou com a antiga política, que ele mesmo ressuscitou ao fazer sua “escolha pessoal” nas eleições.
O governador terá seis meses para se decidir…
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Uma transição ou mudança de poder, nos moldes da cultura do voto no Brasil, onde a ideologia maldita cedeu espaço a outros modelos de atração de eleitores, é impossível ser consolidada sem uma miscigenação do voto, uma vez que o voto de coração, o de conveniência, o doméstico e até o de cabresto exercem uma verdadeira preponderância em todo processo eleitoral brasileiro. Flávio Dino, a bem da verdade e da coerência dos fatos, se elegeu governador já com uma parte expressiva dos votos sarneysistas, basta refrescar a memória e lembrar do Edmar Cutrim e filhos, Raimundo Cutrim, Zé Reinaldo, Brandão e muitos outros, além do Próprio Flávio Dino que sempre foi sarney desde seu nascedouro, e que astuciosamente vestiu-se de oposição cuja “roupa” foi comprada e doada a ele pelo mesmo Zé que, aliás foi também o responsável pela vitória do Jackson Lago, levando milhares de votos dos sarney para a oposição. Vejamos a cascata. Ou seja, a esquerda nunca ganhou uma eleição sozinha. Só se toma um poder com votos dos achados e perdidos. Portanto, o Zé Reinaldo fez história, não só pela lucidez, sensatez e principalmente, pela necessidade de romper com Roseana, mas também pela boa gestão que fez no governo, a exemplo do imensurável apoio à agropecuária e à agricultura familiar, além de ter melhorado consideravelmente os indicadores sociais do estado. O Carlos Brandão foi invenção do próprio Flávio em pegar um vice dos sarney para poder ganhar, como ele mesmo alegou isso ao Weverton Rocha que por sua vez, afirmou em sua entrevista na sua TV. Para finalizar é bom lembrar que enquanto Jackson Lago tentou, sem sucesso algum, ficar longe dos sarney para governar, Flávio Dino apenas esperou o melhor momento para voltar ao seu berço de origem, traindo não a sua história, mas a história. Sarneyeflaviodinojuntosprasempre.com.br. Ah como eu admiro o “meu eterno presidente”, como diz o Amado Edilson.