Enquanto uma série de categorias “fura-fila” são beneficiadas com prioridade na lista de imunização de governo e prefeituras, motoristas, cobradores e fiscais, obrigados a circular em ônibus lotados e terminais aglomerados – totalmente vulneráveis à CoVID-19 – são esquecidos pelo poder público
Editorial
Ao longo dos últimos meses, uma série de ações corporativistas fazem pressão para emplacar professores, membros da Segurança Pública, advogados, jornalistas e até pastores e padres na lista de prioridades da vacinação contra a coVID-19.
O blog Marco Aurélio D’Eça concorda com algumas dessas prioridades; outras – incluindo a de jornalistas e pastores – acha absurdas.
Não há como se falar em prioridade na vacinação sem incluir na lista categorias extremamente vulneráveis à CoVID-19, seja pela situação de trabalho, seja pela condição social.
E a categorias dos trabalhadores no transporte público é uma das que mais precisam desta vacina.
Cobradores e motoristas, principalmente, estão expostos diariamente ao coronavirus, em ônibus superlotados e abafados, terminais aglomerados e em inúmeras viagens diárias, sem a menor segurança contra a CoVID-19.
E sem a proteção da vacina, alem de se expor ao vírus, também expõem outras categorias igualmente vulneráveis, como trabalhadores da construção, empregadas domésticas e representantes do comércio, muitos sem o mesmo poder de pressão das categorias já beneficiadas.
Mas até agora, apenas o vereador Marquinhos (DEM) saiu em defesa desta categoria.
Nem o Governo do Estado, muito menos a Prefeitura de São Luís manifestou, até o momento, nenhuma posição a respeito da vacinação destes trabalhadores.
Mas há autoridades disponíveis o tempo todo para sair em defesa de professores, de agentes de segurança, e até de padres e pastores.
Esta é a realidade da pandemia no Maranhão…