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Abatido, William Bonner traçou cenário pessimista para o jornalismo

 justamente na noite anterior à ação da Polícia Federal para combater as fake news – das quais o jornalista é uma das principais vítimas no país – editor e apresentador do Jornal Nacional mostrou-se extremamente cansado e sem perspectiva na entrevista ao colega Pedro Bial,

 

O abatimento de William Bonner contagiou o entrevistador Pedro Bial, diante do difícil momento em que atravessa o Jornalismo neste período histórico brasileiro

Poucas horas antes do início da operação da Polícia Federal que pilhou um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro envolvidos na disseminação de fake news, a imprensa brasileira viveu um momento de desilusão.

Âncora do principal programa jornalístico do país, o editor e apresentador do Jornal Nacional, William Bonrer, mostrou-se abatido, desiludido e pessimista quanto ao futuro da relação entre imprensa e população.

Entrevistado pelo colega Pedro Bial, Bonner deu sinais de cansaço e expressou um abatimento nunca visto em seu perfil.

– Minha quarentena, eu diria, começou no último ano eleitoral, em 2018. Em 2018, a polarização política chegou a um ponto em que a minha presença em determinados locais públicos era motivadora de tensões. Percebi isso de uma maneira muito ruim, era dentro de farmácias, livrarias, ou mesmo na rua, na calçada. Dentro de padaria, de cinema… – lamentou o jornalista.

Curiosamente, a entrevista de Bonner a Bial se deu na madrugada anterior à ação da Polícia Federal contra as fake news. O apresentador do Jornal Nacional é uma das principais vítimas de pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro, muitas delas alvos da operação desta quarta-feira, 27. (Saiba mais aqui)

Para Bonner, o jornalismo vive um dos seus piores momentos, vítima da intolerância político-ideológica e religiosa que se implantou no país.

Mas ele entende que isso ocorre em sua vida por representar um símbolo.

– Eu não falo só de mim, falo de toda uma categoria profissional. Óbvio que eu tenho consciência de que eu sou um símbolo. O que para nós foi o Cid Moreira, eu sou hoje para alguns tantos milhões de brasileiros. Se eu sou o JN, eu sou o jornalismo da Globo, sou a Globo, sou o jornalismo, sou a mídia. Eu simbolizo muitas coisas para muitas pessoas que não me conhecem. Não sabem quem eu sou – desabafou.

A crise entre a política e a imprensa – que se reflete nas ruas, com antagonistas ideológicos indo às visa de fato – levou alguns dos principais veículos, entre eles, a própria Rede Globo, a retirar seus profissionais da cobertura diária do Palácio do Planalto, onde  turbas bolsonaristas os hostilizam diariamente.

Ao ser apresentado por Bial a uma reportagem – de 2006 – em que gravou o JN ao lado do povo, em Juazeiro do Norte, e perguntado pelo colega se achava que isso seria possível novamente, o jornalista da Globo foi direto:

– Acho que não…

Sobretudo em ambiente de extremo fascismo em que o Brasil está mergulhado, completa o blog Marco Aurélio D’Eça.

Marco Aurélio D'Eça

5 Comments

  1. Se BONNER tivesse ética não estaria tão abatido.

  2. Esse vive fora da realidade! É dos que acreditam que o jornalismo é poder!

  3. Coitadinho de bonner. Tão tolinho, vulnerável, frágil e se passando por vítima. Deve ser um vergonha imensa ter que encarar a população frente às distorções das notícias, das entrevistas direcionadas e n ações de mau jornalisto perpretado pela sua equipe na globolixo.
    A perseguição é evidente e implacável, até os que odeiam bolsonaro condenam, pois quem hoje apedreja, amanhã será apedrejado pela globo.
    Além disso, a internet acabou com o monopólio da notícia da mídia, quando antes o que se dizia era verdade absoluta.
    Ele tem é que rezar muito para bolsonaro não fazer como brizola fez que ganhou um direito de resposta e fez cid moreira detonar a globo em pleno jornal nacional (link: https://www.youtube.com/watch?v=Yb7z8GMyA6I). Se isso acontecesse, ele morrerá.

  4. O cenário é critico para quem sempre conseguiu impor uma narrativa na sociedade. Ele sabe que perdeu esse poder para a livre circulação de informações na internet.
    O medo dele não é com a fakenews é com a perda do monopólio da noticia.

  5. Sugiro ao nobre colega uma pequena correção! Onde se lê Palácio dos Leões, não seria Palácio do Planalto?? Este comentário não precisa ser aprovado para ter visibilidade
    Resp.: Verdade. Ato alho. corrigido

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