Investigado sob acusação de tentar usar o Ministério da Justiça e a Polícia Federal para atender seus interesses, presidente impõe várias medidas no Ministério da Saúde ainda mais evidentes de que atendem a si e a aliados
A saída do ministro da Saúde, Nelson Teich, nesta sexta-feira, 15, foi mais uma evidência clara de que o presidente Jair Bolsonaro age no governo para atender seus interesses pessoais.
Teich – o segundo ministro da área a deixar o cargo desde o início da pandemia de coronavírus – caiu por que não aceitava a interferência de Bolsonaro para liberação do uso de cloroquina e para a abertura em massa das atividades econômicas no país.
Bolsonaro enfrenta inquérito na Polícia Federal, determinado pelo Supremo Tribunal Federal, por que é acusado de tentar interferir na própria PF em favor dos seus “familiares e aliados”, como ele mesmo explicitou em reunião ministerial.
A comprovação das acusações pode levar a um processo por crime de responsabilidade o que, por sua vez, pode resultar em um processo de impeachment.
Ora, se essas interferências dele no setor da Justiça e da Segurança ainda estão em fase de investigação, as da pasta da Saúde já estão mais do que claras.
O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta deixou o cargo por não aceitar que Bolsonaro quebrasse o bloqueio social imposto pelo ministério.
Depois disso, o presidente vem fazendo campanha aberta em favor de empresários, pressionando o STF e os governadores a reabrir a economia.
No início da semana, sem conhecimento do ministro Teich, ele editou Decreto liberando o funcionamento de salões de beleza, academias e barbearias.
E vinha, desde então pressionando Nelson Teich a liberar o uso da cloroquina, além de afrouxar o isolamento social.
Se as autoridades investigam evidências da interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, essa interferência já está mais que evidente no Ministério da Justiça.
Impeachment nele…
Que matéria mais imbecil. O presidente foi eleito e ele coloca quem bem entende e desde que amparado pela legalidade, conforme alinhamento com suas ´propostas que o fizeram ser eleito.