Batalha da Assembleia põe fim oficial à relação de Carlos Brandão e Flávio Dino

Ação coordenada de dinistas, aliados de Josimar de Maranhãozinho e outras lideranças de oposição ao Palácio dos Leões tinha como objetivo encerrar o governo; e chegaram a comemorar a vitória, o que só não ocorreu pelo prestigio pessoal da presidente Iracema Vale

 

QUEM TRAIU QUEM?!? Atrás de Carlos Lula, Iracema é cercada por Leandro Bello, David Brandão, Florêncio Neto, Dr. Yglésio, Glalbert Cutrim e Cascaria

“O governo Brandão acaba hoje!!!”

Esta expressão foi repetida dezenas de vezes durante toda a manhã da quarta-feira, 13, nos bastidores da Assembleia Legislativa, não apenas por aliados do ex-governador Flávio Dino, mas por parlamentares ligados a outras lideranças.

Àquelas alturas, Othelino Neto (Solidariedade) tinha convicção da eleição para presidente da Assembleia Legislativa, por uma quantidade estimada entre 23 e 25 votos.

  • a batalha da Assembleia Legislativa foi a tentativa-ápice de derrotar o Palácio dos Leões e declarar o fim do governo Carlos Brandão (PSB);
  • os “rebeldes” só não tiveram o sucesso efetivo por que a própria Iracema Vale (PSB) – e não o governo – usou seu prestígio pessoal no caso.

O primeiro empate em 21X21 – que surpreendeu todo mundo, e mais ainda os que estavam orquestrando a vitória de Othelino já na primeira votação – veio no fim da manhã; e o que se seguiu depois dele foi um festival de desastradas ações dos agentes brandonistas, com xingamentos, ameaças e pressão, que só pioraram as coisas. 

Restou a Iracema usar seu próprio prestígio para minimizar o estrago, garantir o empate e ser declarada vencedora por idade.]

Do fato, tiram-se duas conclusões óbvias:

  • 1 – apesar de proibido pelo cargo que ocupa, o ministro Flávio Dino faz política, faz pessoalmente e faz com competência e poderes absurdos;
  • 2 – resta a Brandão agora realinhar seu governo e mostrar força, sem ameaças, mas com ações e diálogos, no que tem falhado claramente.

A primeira batalha campal foi perdida, mas o empate assustou a classe política e, no mínimo, estancou a peregrinação de prefeitos para o barco do Palácio dos Leões, o que tornaria Brandão imbatível em 2026. 

Não há dúvidas que Brandão fará mudanças de rumo no governo e começará a desenhar sua própria cara a partir de agora; mas para isso, é fundamental uma comunicação ágil, efetiva e dinâmica, o que não ocorre hoje com conceitos arcaicos e ultrapassados da gestão da Secom.

Brandão precisa mudar para governar e, sobretudo, decidir sobre 2026, caso contrario, será engolido por dinistas, maranhãozistas, braidistas, wevertistas e outros que pareciam alinhados.

Eles agora mostraram a cara….

Marco Aurélio D'Eça