Não é de hoje que o governador manda seus recados à classe política maranhense, mas é preciso analisá-las sem o engessamento dos paradigmas, como, infelizmente, vem fazendo a crônica política toda vez que ele solta uma das suas pérolas
Análise da Notícia
A crônica maranhense tem trabalhado com base em paradigmas os recados que o governador Carlos Brandão (PSB) manda à classe política:
É preciso lembrar o que houve com Luiz Rocha ao não ser candidato ao Senado em 1986″, diz um analista;
José Reinaldo fez este gesto em 2006, elegeu o sucessor, mas se perdeu na política e hoje vive o ostracismo”, lembra outro.
Paradigmas que Brandão está disposto a quebrar.
Este blog Marco Aurélio d’Eça já abordou, ele próprio, por diversas vezes, este dilema de Brandão, suas influências e suas consequências:
- foi assim no post de fevereiro de 2023: “Estratégia política de Brandão visa o pós-2026…”.
- ao final de 2023, o blog mostrava “a difícil equação do governador para o Senado em 2026”.
- antes, em agosto, o assunto no blog foi a “Encruzilhada à frente para Brandão em 2024”.
- em maio deste ano, este blog mostrou “Como Brandão tenta criar canal próprio com Lula”;
- finalmente, em junho de 2024, o post: “De como Brandão agora controla o jogo da sucessão”.
Diferentemente de José Reinaldo e de Luiz Rocha, Brandão tem uma família próspera, poderosa e influente no Maranhão. Como homem de posses, natural, portanto, que possa deixar a vida pública sem maiores revezes.
Um dos muitos equívocos da crônica política é apontar o vice-governador Felipe Camarão como um dos entraves para Brandão, pelo fato de estar no PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não é.
O governador tem dois jovens discípulos prontos a seguir suas orientações e aptos à sua sucessão em 2026:
Um deles é o sobrinho, Orleans Brandão (MDB), que já é visto como candidato e já com base significativa de prefeitos, ex-prefeitos e lideranças prontos a cerrar fileiras em torno dele; a outra é a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB).
Sobre Iracema, é preciso ir mais além.
Ex-militante petista, tem história no partido do presidente Lula e só não se elegeu deputada pela legenda por que foi vetada por ex-companheiros interessados nas eleições de 22; já se fala, inclusive, em seu retorno ao PT no intervalo entre as eleições municipais e a sucessão estadual.
Mas esta é uma outra história…