Prefeito de São Luís tem voto de quase 3/4 dos eleitores que se declaram apoiadores do ex-presidente e mais da metade daqueles que apoiam o atual presidente, mesmo com outros candidatos declaradamente apoiados pelos dois líderes nacionais
O surpreendente resultado da primeira pesquisa Quaest/TV Mirante, que mostrou o prefeito Eduardo Braide (PSD) com estratosféricos 60% de intenção de votos, não impressionou apenas no aspecto numérico; o perfil do seu eleitorado também chama atenção.
O candidato à reeleição em São Luís consegue mobilizar em torno de si nada menos que 71% dos eleitores que declaram ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022; e mobiliza também 54% dos eleitores do atual presidente Lula (PT).
- Bolsonaro já declarou apoio em São Luís ao deputado estadual Dr. Yglésio (PRTB);
- Lula, por sua vez, apoia e pede votos para o deputado federal Duarte Júnior (PSB).
O prefeito de São Luís é claramente um outsider em todos os aspectos que se possa analisar, como este blog Marco Aurélio d’Eça já demonstrava ainda em 2017, no post “Lava Jato pode levar outsiders a brilhar novamente em 2018…”.
Mas não deixa de ser um fenômeno sua postura completamente antipolítica, absolutamente anti-imprensa e desdenhosamente antipartidos, que não fala com parte da família, não se relaciona com ninguém e ainda aparece envolvido em diversas questões morais e legais.
E, mesmo assim, consegue blindar-se do risco eleitoral.
No final de 2023, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou a série de Ensaios intitulada “A era pós-Dino…”; um dos textos voltava a tratar Braide como outsider e analisava o seu peso na sucessão de 2026, como favorito em 2024.
A falta de relação mais próxima com a classe política, o desprezo por partidos, parlamentares, lideranças e a difícil relação com a imprensa alimenta o perfil de outsider ainda pretendido pelo prefeito, embora este perfil – de sucesso na virada da década – já tenha se perdido no timming político nacional”, diz o post, publicado em 12 de dezembro.
A eventual vitória de Eduardo Braide é uma vitória do antipolítico, mas é, acima de tudo, um alerta à classe política;
E uma lição de moral à imprensa política…