Muito além da reclamação de adversários sobre manipulação de números, e mais além ainda da festa dos que veem Braide como massa de bolo – “quanto mais bate, mais cresce” – o primeiro levantamento sobre a sucessão municipal pós-registro de candidaturas traz ensinamentos que precisam ser analisados por todos os candidatos
Análise da Notícia
É preciso fazer pelo menos três perguntas aos autores da pesquisa DataIlha sobre a sucessão em São Luís, divulgada nesta segunda-feira, 19:
- 1 – para onde foram os votos da deputada federal Roseana Sarney (MDB), que tinha 11,4% no principal cenário da pesquisa divulgada em 22 de julho?
- 2 – se no cenário de julho, sem Roseana, o prefeito Eduardo Braide tinha 56,1% e nessa pesquisa de agosto perdeu 6,3 pontos, para onde foram esses pontos?
- 3 – se todos os demais candidatos tiveram crescimento residual, incluindo indecisos, há pelo menos 3 pontos percentuais perdidos entre uma pesquisa e outra?
Respondidas ou não essas questões, acertou quem abordou uma queda acentuada de Braide, de nada menos que 6,3 pontos percentuais entre a pesquisa de 22 de julho e esta de agora, 19 de agosto:
O blog do Filipe Mota abordou desta forma, com o título Braide cai sete pontos entre pesquisa DataIlha após escândalo do Clio do milhão”.
Gilberto Léda, por sua vez, disse que “Braide cai do patamar de 50%, aponta nova pesquisa”.
Note-se que o levantamento DataIlha desta segunda-feira, 19, foi feito entre a quarta-feira, 14, e a sexta-feira, 16 de agosto, quando já se tinha atingido o ápice da repercussão das denúncias de envolvimento da família do prefeito no escândalo do carro do milhão; ou seja, o Clio vermelho com R$ 1,1 milhão derrubou Braide.
Mas aí se tem mais uma questão que precisa ser respondida: se Roseana tinha 11,4% e Braide perdeu 6,3 pontos entre uma e outra pesquisa, para onde migrou, em um mês, este contingente de eleitores?
- Duarte Jr. (PSB) cresceu 0,90 pontos, passando de 23,6% em julho, para 24,5% em agosto;
- Dr. Yglésio (PRTB) ganhou meio ponto, passando de 2% em julho para 2,5% em agosto;
- Fábio Câmara (PDT) também subiu meio ponto, passando de 1% para 1,5% em um mês;
- os que não sabem ou não responderam subiram de 6% para 8,3% entre as pesquisas.
Além de todos esses dados, há um outro, significativo, que pode ser lido tanto para favorecer o caminho de Braide quando para dar esperanças aos adversários.
Os torcedores do prefeito vão dizer que a eleição está definida, com 55% dos eleitores já decididos quanto ao seu voto; por outro lado, ainda existem 44,4% que ainda podem mudar de votos ou não souberam responder a essa questão específica.
E é assim que se entende uma pesquisa eleitoral…