Na iminência de ter o posto na Secretaria de Educação tomado pelo governador Carlos Brandão (PSB), vice-governador do PT começa a criar uma agenda política independente, na tentativa de formar grupo político para tornar-se candidato em qualquer circunstância nas eleições de 2026
Em 23 de março deste ano, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o post “O grupo político de Felipe Camarão”, texto que mostrava o vice-governador do PT como o principal beneficiário do legado político do agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino.
- à época, Felipe Camarão ainda vivia de boas com o governador Carlos Brandão;
- tinha um deputado fiel na Assembleia, Leandro Bello, e dialogava com a base dinista;
- e levava a vantagem de estar em um posto estratégico para o PT, não o local, mas o de Lula.
Mas o post deste blog Marco Aurélio d’Eça já fazia o alerta, mesmo naquela situação:
O pulo do gato da ascensão política do vice-governador, no entanto, está na articulação para as eleições municipais, não apenas em São Luís, mas em diversos municípios pelo Maranhão”.
Passaram-se apenas quatro meses para que o governador Carlos Brandão (PSB) anulasse todos os quesitos que poderiam fazer do vice-governador a pedra em seu sapato:
- primeiro, Brandão abriu canal direto de relação com Lula, o que foi demonstrado em uma série de posts deste blog Marco Aurélio d’Eça. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui);
- em seguida, o governador esvaziou a possível base de apoio Camarão, podando espaços de poder de deputados remanescentes do dinismo, que ainda não tiveram coragem de assumirem-se de oposição.
- o próprio vice-governador ajudou a estratégia de Brandão, com os episódios envolvendo a coordenação de campanha de Duarte Jr. e, mais recentemente, a indicação da vice Isabelle Passinho.
Todos esses momentos criaram para o governador as condições para atender a um pedido antigo de sua família: afastar Felipe Camarão da Secretaria de Educação, o que foi revelado com exclusividade por este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Brandão já decidiu: Camarão não volta à Seduc…”.
Por enquanto o vice-governador ainda nega publicamente que esteja demissionário na Secretaria de Educação, mas já andou avisando aos aliados e parceiros que sua estrutura no governo foi desidratada.
E começou a fazer exatamente o caminho apontado em março por este blog Marco Aurélio d’Eça, apoiando mais abertamente candidatos a prefeito no interior e formando a base necessária para vir a ser “candidato em qualquer circunstância nas eleições de 2026”.
O petista ainda é o remanescente do dinismo mais bem-posicionado na política pré-sucessão estadual.
Mas precisa provar que está pronto para seguir o duro caminho que se desenha à frente…