Indicada pelo prefeito de São Luís para ser novamente sua companheira de chapa, Esmênia Miranda tenta corrigir o teratológico erro da Justiça Eleitoral maranhense, de diplomá-la na primeira eleição sem que ela pertencesse a qualquer partido
Está em curso no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão uma inédita operação para tentar salvar a chapa à reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD), que tem como vice a policial militar Esmênia Miranda, que nunca teve qualquer filiação partidária.
A operação já conta com o próprio Ministério Público Eleitoral atuando como uma espécie de advogado de defesa da vice-prefeita; e deve usar como bode expiatório o próprio PSD, partido ao qual Esmênia deveria estar filiada desde as eleições de 2020, mas nunca teve ficha registrada na Justiça Eleitoral.
- em outras palavras, a chapa de Braide nem deveria ter sido diplomada em 2020;
- o processo teratológico indica que o prefeito se elegeu irregularmente há quatro anos;
- na tentativa de salvar a chapa agora, o partido PSD deve assumir a culpa pela não-filiação;
- Esmênia é hoje a única política do país, a vencer eleição e exercer mandato sem ter partido.
Chega a ser singela a justificativa em tramitação no TRE-MA:
Portanto, foi um equívoco por parte desta Agremiação partidária a não filiação da Requerente desde dezembro de 2020, bem como não observar essa ausência e não lhe filiar esse ano, dentro do prazo estipulado, não devendo a mesma sofrer prejuízos ante tal omissão”, diz a vice, em um pedido de filiação retroativa a quatro anos atrás, algo nunca antes ocorrido na Justiça Eleitoral do Brasil.
Tudo indica que Justiça Eleitoral do Maranhão acabará por conceder a filiação extemporânea, por que o caso sui gêneris desmoraliza o próprio TRE-MA; a decisão em primeiro grau caberá à juíza da 76ª Zona Eleitoral, Patrícia Marques Barbosa.
E como tudo pode na política do Maranhão…