A envergadura política de Felipe Camarão…

Embora ele próprio já tenha negado publicamente, forças que atuam ainda nos bastidores políticos interessadas nas eleições de 2026 tentam criar uma situação em torno do vice-governador do Maranhão relacionada com a vaga a ser aberta no Tribunal de Contas do Estado pelo conselheiro Washington Oliveira, numa antecipação de debate eleitoral que reforça o vácuo da ausência de Flávio Dino da política maranhense

 

Felipe Camarão com vereadores de São Luís em pleno exercício do governo; vice-governador com cacife de alto funcionário público

Editorial

Estranhou “meio-mundo” político no Maranhão a insistência de publicação de uma nota em setores da imprensa – e só em setores específicos da imprensa – dando conta de que o vice-governador Felipe Camarão (PT), atualmente no exercício da titularidade, estaria propenso a aceitar uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, abrindo mão da perspectiva de assumir o mandato em 2026.

O estranho das “notícias” ocorre exatamente pelo fato de que o próprio Felipe Camarão já havia declarado publicamente que não há interesse em assumir vaga no TCE; e ele o fez com a contundência de quem é professor da Universidade Federal do Maranhão e procurador federal, postos de alto padrão no serviço público.

Questionaram, inclusive, a “envergadura política” do vice-governador, o que reflete o vácuo político no Maranhão na era pós-Dino.

Primeiro que, à exceção do governador e do próprio vice-governador não há atualmente na política do Maranhão ninguém com envergadura para pleitear, com força política natural, o mandato hoje ocupado por Brandão; seus dois adversários de 2022 estão acéfalos, cada um dependendo de circunstâncias extras para se viabilizar:

1 – o segundo colocado Dr. Lahésio Bonfim, apesar da boa performance eleitoral, não tem partido e não tem grupo político para fazer contraponto a Brandão, tanto que desapareceu do noticiário desde o fim da eleição de 22;

2 – o terceiro colocado Weverton Rocha (PDT) ainda não se rearrumou da disputa de 2022 e aposta como ficha única a imposição do seu nome pelo presidente Lula (PT), por uma suposta dívida pessoal de não tê-lo apoiado em 2022

Não há dúvida de que Felipe Camarão é o sucessor natural de Brandão em 2026, com  chances reais de vencer uma reeleição se entrar na disputa, seja com quem aparecer no pleito; e se não for candidato, caso Brandão decida permanecer até o final do mandato, pode disputar vaga na Assembleia, na Câmara ou mesmo no Senado.

E caso Brandão permaneça mesmo, é por que decidiu não se submeter a imposições ou sucumbiu a alguém com “envergadura política”, mas por que decidiu escolher, ele próprio, um nome de sua preferência pessoal.

E, nesse caso, pouco importa ter ou não envergadura política…

Marco Aurélio D'Eça