Favorito nas eleições de 2024, prefeito de São Luís pode se consolidar como liderança popular na capital maranhense, mas ainda carece de grupo político, de partidos fortes e de relação mais próxima com a classe política se quiser ter influência na sucessão do governador Carlos Brandão
Perfil
A aposentadoria política do ainda ministro da Justiça Flávio Dino vai fazer surgir novas lideranças em todos os níveis no Maranhão. Uma delas, sem dúvida, é o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD).
Favorito para ser reeleito em 2024, Braide já esteve cotado para disputar o Governo do Estado em 2022, mas acabou sem qualquer influência direta no processo eleitoral que resultou na vitória do governador Carlos Brandão (PSB).
O prefeito tem uma forte relação com a população da capital maranhense, o que lhe garante popularidade nas alturas; este perfil já foi analisado neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Um Eduardo Braide da classe política, outro Eduardo Braide da população…”.
A falta de relação mais próxima com a classe política, o desprezo por partidos, parlamentares e lideranças, a difícil relação com a imprensa alimenta o perfil de outsider ainda pretendido pelo prefeito, embora este perfil – de sucesso a virada da década – já tenha se perdeu no timming político nacional.
Braide lidera uma gestão efetiva do ponto de vista administrativo; o resultados de suas ações são vistas em toda a cidade, das áreas chamadas mais nobres à periferia, com foco na zona rural. É um secretariado de técnicos desconhecidos, sem nenhum auxiliar que se mostre tão destacado do ponto de vista político quanto o próprio prefeito.
O próprio Eduardo Braide alimenta este traço de sua gestão.
Este modelo político, na verdade, é o mesmo do ex-prefeito Edivaldo Júnior (sem partido), com a diferença de que o atual prefeito tem menos carisma pessoal; de difícil acesso, embora afável no trato, pouco afeito a reuniões sociais ou eventos políticos, Edivaldo não construiu base política necessária para a pós-gestão, e o resultado está aí, na atualidade.
O ex-prefeito foi esquecido pelo mesmo povo com quem convivia em suas andanças, deu as costas para o grupo político que o elegeu duas vezes e amargou um retumbante fracasso nas eleições de 2022; hoje, sua popularidade é só um arremedo do que era há três anos atrás e é rejeitado por partidos.
Ainda em 2018, após importante desempenho nas eleições municipais de 2016 – que o alçou ao patamar de liderança política em São Luís – o atual prefeito foi analisado por este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Os caminhos de Eduardo Braide…”.
– Alçado à condição de pré-candidato a governador por conta do recall das eleições de 2016, Braide tem a situação considerada difícil por que não tem partido com tempo na propaganda e com bancada para assegurar sua participação em eventuais debates – analisava o blog, já naquela época.
Eduardo Braide também deve ter pretensões de voos mais altos em política, seja em 2026 ou mais para frente.
Para isso, no entanto, é fundamental que construa uma base política sólida e um grupo que esteja disposto a quebrar lanças por ele no pós-prefeitura.
Caso contrário, pode se transformar no que são hoje Conceição Andrade, Tadeu Palácio e o próprio Edivaldo Júnior.
Simples assim…