No Supremo Tribunal Federal, ministro não poderá fazer qualquer tipo de manifestação fora das questões judiciais, participar de reuniões partidárias, eleitorais pedir votos ou fazer campanhas – nem mesmo em bastidores de articulações – o que influenciará diretamente as eleições municipais de 2024 e as estaduais de 2026 no Maranhão
Análise da notícia
O deputado federal Duarte Júnior (PSB) tinha uma razão para forçar a barra pelo apoio do governador Carlos Brandão (PSB) naquele evento do dia 27 de outubro, em que criou toda uma situação para ser apresentado com “!candidato da base” à prefeitura de São Luís.
Ele precisava garantir a presença de Brandão em sua campanha antes da definição a ida do ministro da Justiça Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal; e o pior: Brandão prometeu mesmo envolver-se no evento, mas na hora H declarou que “não era o momento”.
Duarte Júnior deixado à própria sorte em uma base eleitoral hostil e com um governador que mostra absoluta má-vontade pelo seu nome é só um dos efeitos da indicação de Flávio Dino para o STF.
Como membro da Corte Suprema brasileira – se for aprovado no Senado – Dino não poderá ter filiação partidária, participar de reuniões políticas, gravar programas eleitorais, envolver-se partidárias, pedir votos ou declarar apoio a qualquer candidato, sob pena de ser cassado pelo mesmo Senado.
Essa restrição torna a classe política maranhense totalmente igual, como definiu o senador Weverton Rocha (PDT), no post deste blog Marco Aurélio d’Eça intitulado “Todos no mesmo patamar”.
Há diversos políticos no Maranhão cuja carreira é vinculada diretamente a Flávio Dino.
O vice-governador Felipe Camarão (PT), as senadoras Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PSB), os deputados federais Márcio Jerry, Duarte Júnior e Rubens Júnior (PT), os estaduais Carlos Lula, Rodrigo Lago, Leandro Bello (Podemos) e Júlio Mendonça, são alguns dos mais conhecidos.
É claro que toda essa turma tem condições de se virar sozinha e buscar a reeleição ou voos mais altos, tanto em 2024 quanto em 2026; mas o fato de não poder mais contar com a voz forte e impositiva do padrinho acarretará dificuldades.
O governador Carlos Brandão também se desobriga politicamente em relação a Flávio Dino, que vinha articulando a unificação da base partidária que lhe dá apoio, como foi revelado por este blog Marco Aurélio d’Eça no post “O projeto hegemõnico de Flávio Dino para 2024 e 2026.
O vice-governador Felipe Camarão tem como trunfo o fato de assumir o mandato em 2026, mas apenas na hipótese de Brandão decidir concorrer ao Senado; mas Brandão pode, também, decidir permanecer no governo até o fim do mandato e escolher outro nome para concorrer ao governo.
No lado de Brandão, fortalecem-se a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) e o próprio prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), que tem aliados fortes no governo buscando um entendimento entre ele e o governador.
Mas esta é uma outra história…