Três semanas após boicote do governador e aliados ao evento do afilhado do ministro da Justiça, Duarte Júnior, dinistas fazem festa em Brasília e no Maranhão para a derrota do afilhado do governador, Flávio Costa, no Tribunal de Justiça; e assim os dois seguirão – “juntos, mas separados” – até as eleições de 2026
Ensaio
O título deste post é uma expressão usada por interlocutores deste blog Marco Aurélio d’Eça – lideranças políticas e jornalistas – nas últimas duas semanas, desde que o governador Carlos Brandão (PSB) prometeu ir, e não foi, ao evento que lançou o deputado federal Duarte Júnior (PSB) a prefeito de São Luís.
Ela foi repetida exaustivamente nesta quarta-feira, 8, nas comemorações – no Maranhão e em Brasília – pela decisão do Tribunal de Justiça que tirou da lista sêxtupla de candidatos a desembargador o advogado de Brandão, Flávio Costa, numa espécie de troco dos dinistas.
“Mas eles não irão romper; eles jamais irão romper”, foi a frase complementar de todos, dinistas e brandonistas.
De fato, Flávio Dino e Carlos Brandão não irão romper politicamente, nem em 2024 e muito menos em 2026; e este blog Marco Aurélio d’Eça foi o primeiro a vaticinar esta sentença, ainda em fevereiro, como prova o post “A guerra fria entre Brandão e Flávio Dino…”.
Mas “Brandão e Flávio Dino nunca mais serão os mesmos”, reforçam ambos os lados.
O governador só vai apoiar o candidato de Flávio Dino a prefeito por que sabe que não tem outro caminho que lhe garanta poder em 2026; mas vai demorar muito até achar “o momento certo”, como ele próprio confessou em entrevista à TV Mirante, retratada no post “Brandão quer candidato com responsabilidade e harmonia em seu grupo…”.
Vai apoiar Duarte e vai também apoiar Felipe Camarão (PT) em 2026; a isso está condicionada a sua eleição de senador, fato já retratado neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Encruzilhada à frente para Brandão em 2024…”.
Por outro lado, o ministro Flávio Dino nunca teve a pretensão de hostilizar o governador que ele próprio elegeu; e até estranhou os movimentos de Brandão que indicavam um afastamento tácito no início de 2023.
Por um tempo, é certo, foi o próprio Dino quem andou ressentido com Brandão e até recusou-se mesmo a estar ao seu lado, como este blog Marco Aurélio d’Eça retratou nos posts “Flávio Dino esnoba Brandão em Belém…” e “A guerra de Flávio Dino e Sarney por Brandão em Brasília…”.
Mas Dino sabia das condicionantes, do prazo de validade do aliado, que perde força a cada mês de contagem até abril de 2026.
Apesar do entorno mais sedento por sangue de lado a lado, ambos, Dino e Brandão, refrearam-se ao longo do ano e chegarão “juntos, embora separados” nas festas natalinas.
E juntos – mas separados – chegarão a 2026, quando Flávio Dino, esteja ele onde estiver, conduzirá o processo eleitoral no Maranhão, tendo à frente de seu time Felipe Camarão (PT), Brandão (talvez ainda no PSB) e Weverton Rocha (PDT) na mesma chapa.
Até lá, cada um comemorará, com seu time, cada desgraça do outro.
Mas sempre torcendo um pelo outro…